Já haviam se passado duas semanas desde o ocorrido com Puppet. Estávamos todos nós no palco, sentados no tablado, conversando bobagens, tentando ignorar o vai-e-vem frequente dos operários e rindo, como era o costume depois que eu voltara. Ao anoitecer, cada um ficava em uma parte da construção: Chica, Bonnie e Freddy permaneciam no Palco, Golden Freddy se dirigia para o Depósito e eu e Foxy ficávamos numa sala para os operários que se tornou uma Parts & Services provisória.

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Naquela noite, porém, permaneci de pé durante um bom tempo, observando as estrelas por um janela quebrada. Absorta em meus pensamentos, me assustei ao sentir minha blusa ser puxada.

–Moça, a promoção de pizza é aqui? - uma voz fina falou atrás de mim. Quando me virei, havia um garotinho pequeno de cabelos castanhos e olhos azuis, trajando roupas azuis e rosa e um boné de hélice nas mesmas cores, olhando para mim com um sorriso travesso. Soltei um grito agudo, assustada com sua aparição repentina e dando um pulo para trás.

Foxy apareceu correndo e me encontrou caída no chão. Ele me ajudou a me levantar enquanto o garotinho ria histericamente. Depois que eu estava de pé, Foxy perguntou confuso:

–Balloon Boy? Mas como...

–Vocês são divertidos! - ele disse, recuperando o fôlego com a mão na barriga. Depois, nos olhou com seus olhos grandes e brilhantes. - Posso ficar aqui com vocês? Por favor?

–Eu não acho que seria uma boa... - começou Foxy, mas antes que ele terminasse, puxei-o para um canto.

–Foxy, lembra do que eu disse sobre sermos uma família?

–Lembro... - ele disse suspirando.

–Balloon Boy é como nós. Devemos aceitá-lo aqui, ele não tem ninguém para fazer companhia. Será parte da família agora. Tudo bem?

–Só porque você me pediu. - disse ele fazendo beicinho.

–Além disso - eu disse com um sorriso brincalhão - ele pode ser como nosso filho.

E essa foi a reação dele.

Caí em gargalhadas.

–Era brincadeira, seu bobo! - continuei rindo enquanto ele fechava a cara.

No fim, deu tudo certo como eu esperava: Balloon Boy tornou-se parte de nossa "família". O único que faltava agora era Puppet. A cada dia, eu ficava mais apreensiva com a possibilidade de ele simplesmente ter ido embora sem sequer pensar na proposta.

Porém, dois dias depois, enquanto estávamos no Palco com a nova companhia de Balloon Boy, ouvimos uma voz suave, porém um pouco ansiosa. Sua fonte era o mesmo garoto de cabelos e olhos negros

–A proposta ainda está de pé? - ele estava a alguns metros de distância de nós.

–Firme e forte - respondi sorrindo. Ele retribuiu o sorriso. - A Família Fazbear está completa.

Puppet entrou na conversa e logo começou a se enturmar. Quando percebemos, já era madrugada, tamanha a quantidade de assuntos que colocamos em dia. As portas estavam fechadas e o lugar, silencioso.

Enquanto todos foram para as salas onde pernoitavam, eu e Foxy nos oferecemos para mostrar o local (a que me referirei a partir de agora como Pavores Fazbear, já que logo o estabelecimento de terror começaria a funcionar) para Puppet.

Ao passarmos por um corredor que tinha uma das paredes substituídas por um painel de vidro, porém, Foxy se deteve.

–Ahn... acho que a família agora está mais completa do que nunca - ele apontou para lá dentro, onde um homem checava as imagens das câmeras em um monitor. Quando ele se moveu, vi o nome num crachá em sua camisa: Mike Schmidt.