Ferro-Gusa

30- Onde você não está


Ele ficou mal por alguns dias.

Eu... Fiquei desnorteado na situação.

Sem o que fazer, chorei somente pelo choque. O avô dele não era ninguém muito próximo de mim e o conheci só nessas férias. Aqui era um deserto extremamente distante da cidade e atingido demais pela realidade. Fiquei fora da janota dramática que eles sentiam no fundo de seus corações, mas não deixava de ser envolvido por ela. Nessa semana que se passou, pude experimentar a aura de uma depressão, profunda pela falta de ansiedade e profunda pelo antônimo de protuberância. O campo ficou todo sem planícies.

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E as cores finalmente se revelaram para mim.

Quando os dias ficaram muito longos, abri a porta do quarto de Jean para conversar com ele. Vi-o sorrindo, e seu sorriso se dividia em um milhão de surrealismos expressivos depois de tantas lágrimas evaporadas.

Não ouvi nenhuma palavra sair de sua boca.

Tomei a liberdade para começar algum assunto banal e disse-lhe um bom dia. Retrucou com a mesma fala. A voz vazia.

Fiquei ao seu lado por um bom tempo, olhando pela janela, vendo aquele dia de sol. Perguntei se queria dizer algo, acenou com a cabeça que não.

— Olha pra mim.