O Dia da Caça

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“Você deveria ter sabido” Disse, claramente decepcionada, uma voz mais doce, mais maternal. A voz que costumava refletir seu lado astucioso.

“Você nunca suportou ninguém. Nem seus pais, nem a si mesmo, garoto” Disse aquela outra voz caipira, sarcástica, que costumava ressaltar, ou ainda advertir, sobre as consequências de seus atos.

“Quem sabe você consegue matar uns quatro antes de ser alvejado?” Instigou uma terceira voz, mais ansiosa e imatura, aquela que refletia seu lado impulsivo.

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— Ei! Xará! — uma voz, que certamente não vinha de sua cabeça, tragou sua atenção para a realidade. — Quer me ajudar com as placas? Nunca é bom andar sozinho.

Aquela era uma das ocasiões em que Alex enxergava, mas não via. Ele teve de piscar os olhos para reconhecer quem estava a sua frente: apenas outro Alex.

Ele odiava aquele outro Alex.

O Alex Dois, como havia o apelidado, era insuportavelmente bonzinho; seu sexto sentido lhe dizia que o Alex Dois não iria sobreviver por muito mais tempo.

“Vai com ele. Você pode matá-lo e colocar a culpa nos errantes” Sugeriu a voz impulsiva.

“Tenha cautela. Não é sábio antepor desejos a necessidades” Interveio a voz astuciosa.

— Claro — ele abriu um sorriso amarelo, falso.