Dália

❀ Cravo Amarelo ❀


Olhei para aquele monte de gente fofocando com sorrisos falsos. Nenhum deles parecia gostar de mim e por isso ignoravam-me.

Entretanto, mamãe não conseguia deixar seus olhos azuis longe de mim. Parecia sempre me vigiar com aquele sorriso perverso; como se eu pudesse cometer um erro a qualquer momento.

— Não pode-se antepor, Mary. Você não tem provas de nada! — escutei a mulher baixa comentar com minha mãe.

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— Aquela garota excêntrica está sempre lá em casa, mexendo nas coisas da Dália, falando alto, sendo extravagante demais... Eu não suporto essas coisas, mamãe — Mary, minha mãe, olhou-me severamente, sabia que eu escutava sua conversa, afinal, estávamos próximas e nem mesmo o jazz abafava.

— Mas isso não significa que estão namorando, minha filha! — retrucou vovó.

Eu tinha certeza de que estavam falando sobre Alice e eu. Afinal, ela era a única que ia a minha casa quase todos os dias e, pior, pela janela do meu quarto. Pior ainda: minha mãe sabia.

— Eu realmente espero que não, mamãe. Porque se eu descobrir que Dália está namorando uma garota, eu vou castigá-la como sempre faço. — bebericou de seu vinho e sorriu perversamente, como uma bruxa de filmes de criança. — Dália voltará para o porão.