Under My Skin

Prólogo


Alma atravessou o portal de pedra do cemitério. Mal percebeu que era seguida. Seu longo vestido preto arrastava na grama morta do cemitério. Passou por várias lápides. Todas abandonadas, quebradas, rachadas... Uma aranha tecia uma teia complexa entre duas árvores. Uma fina camada de névoa cobria o gramado morto. Os sapatos de Alma faziam um barulho surdo. Ela suspirou. O barulho do sapato do perseguidor se misturou ao barulho dos saltos de Alma. Ela estava tão absorta em pensamentos...

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Ela andou mais um pouco, até que se agachou na frente de uma lápide de mármore branco.

- Ah, Valentim... - ela disse, passando os dedos brancos pela lápide. - Me desculpe por tudo.

Ela pousou uma rosa na frente da lápide.

- Quem é Valentim? - perguntou o perseguidor. Alma se virou, assustada. Seu coração estava acelerado. O que ele fazia ali?

- Noah. - disse quase sem voz. - Porquê me seguiu?

- Eu só queria saber mais sobre você, Alma.

- E precisava ser assim? - ela gritou, olhando ao redor. - Vá embora! Eles vão chegar logo!

- Eles quem? - perguntou. - Dá pra parar de ser misteriosa?

As sombras começaram a envolvê-los. Mas claramente Noah não as via. Alma não consguia parar de implorar mentalmente. Elas avisaram a ela. Mas ela não deu ouvidos. Ela não fez tudo o que pode. Ela tinha o levado diretamente às sombras.

- Me desculpe. - ela soluçou. Noah se agachou na sua frente, e começou a sussurrar palavras reconfortantes. Mas ele não entendia! Não entendia o que ela estava passando naquele momento.

As sombras tomavam forma. Eram pesadelos diversos. Tudo que havia de mais horrível nos pesadelos. Noah a abraçou, e ela parou de chorar. Não conseguia reagir. Mas então, ela pensou que ele logo não se lembraria disso, então não havia problema. Mas ela se lembraria. Ela sempre se lembrava.

Uma sombra se destacou, embora ainda fosse indistinguível.

Chegou a hora. ele disse. Vamos acabar com isso, De Angelis.

- Por favor, não! - Alma sussurrou.

- O quê? - perguntou Noah. - Está se sentindo bem?

Ela não estava nada bem. O cemitério girava.

- Me desculpe... - ela sussurrou, enquanto desmaiava. Tudo escureceu repentinamente, e ela se sentiu extremamente culpada por ter levado Noah até lá. Mas ela sabia que sempre seria assim. Sempre.