Segredos

Cap.2- Pai


-Mãe- Diana entrou na cozinha do restaurante saltitante. Eu estava bebendo água

-Oi meu amor?

-O que é canalha?- Ela perguntou colocando suas coisas em cima da mesa

-Como é Diana Winchester?- me atrapalhei mais uma vez chamando-a pelo nome do pai. Sempre fazia isso na hora de brigar com ela. Ela só começou a estranhar quando aprender a fazer o nome e viu que não constava nenhum “Winchester”. Eu falei que eram coisas do seu pai.

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-É que eu perguntei pro tio Emmett quem era meu pai- Me engasguei com a água e engoli em seco

-O que foi? –Lyne perguntou entrando na cozinha e sentando em uma das cadeiras

-Eu perguntei quem era meu pai- Lyne caiu da cadeira. Lily que entrava na cozinha com uma bandeja cheia de pratos a deixou cair no chão--... Pro tio Emmett. Mãe o que tá acontecendo? Quem é meu pai?- Eu engoli em seco e ficamos em silêncio- Por que ninguém me fala quem é meu pai?

-Seu pai... Seu pai... Seu pai... Seu pai é um... Um homem que viaja pelo mundo- falei a primeira coisa que veio na minha cabeça

- E quando ele vai voltar?- ela perguntou com carinha de inocente

-Er... - olhei pro lados- Quando você tiver 11 anos

-Tão longe?

-É filha. - me sentei na cadeira e coloquei-a no meu colo- Mas só faltam apenas quatro anos

-Quatro anos?- ela gemeu de reclamação e ficou em silêncio pensativa- Mãe, ele me ama?

-Claro que sim!!

-E por que ele não vem mais cedo?

-Ah porque seu pai é uma pessoa muito séria e ocupada- falei falando as duas últimas palavras com voz grossa, fazendo cócegas nela. Ela riu sem parar

-Eu queria que ele viesse mais cedo. Como é o nome dele mãe?- ela perguntou encostando a cabecinha no meu peito

-Dean Winchester.

-Por isso que a senhora toda hora confunde meu sobrenome?

-Ella Vamos??- Lyne disse e eu reparei que ela tava com dificuldade para limpar a bagunça que a Lily tinha feito

-Já vou! Diana mais tarde mamãe conversa com você sobre tudo sobre seu pai tá amor?

-Tá bom!!!

Trabalhei depois a tarde inteira na lanchonete. Só via a Diana quando entrava na cozinha e ela sempre estava a rabiscar seu caderninho. Quando deu 20h00min eu comecei a arrumar as coisas pra ir pra casa, para não voltar tão tarde. Depois de uns anos a lanchonete começou a fechar mais cedo.

Agora pra ir pra casa era mais fácil, pois criaram uma linha que ia até minha rua. Eu pegava minhas coisas e meu “pacotinho” e ia esperar o ônibus. . A viagem era rápida afinal era apenas 1 km. Ela já estava ansiosa pra sair. Queria saber mais sobre o pai. Segurava minha mão ansiosa e só não corria para eu não brigar com ela, pois ela odeia quando eu faço isso.

O ônibus só chegou depois de alguns longos minutos e ela começou a quicar de ansiedade. Eu ri baixinho. Em 10 minutos já estávamos descendo do ônibus e eu segurando ela para ela não sair em disparada até a porta de casa. Eu fui bem cruel com ela. Andei bem devagar e demorei a pegar a chave debaixo do vaso. Assim que a gente entrou em casa ela falou.

-Agora me fala tuuuuudo sobre o papai!- ela colocou a mãozinha nos quadris

-Diana! Primeiro você vai se arrumar para dormir e tomar café. Depois eu te conto e mostro tuuuudinho do seu pai

-Ah não mãeeee!- ela reclamou

- Me obedeça, Diana Winchester- de novo o maldito nome. Ela se encolheu, pois eu briguei com ela- Venha vou te dar um banho

Nós duas subimos. Ela subiu com a cabeça baixa. Entramos no banheiro. Ela continuava de cabeça baixa. Eu vi lágrimas escorrendo pelo seu rostinho.

-Ow meu amor- me ajoelhei e a abracei- Eu não briguei com você

-Mas gritou comigo- ela falou chorando no meu ombro- Não gosto quando você faz isso

-Desculpe tá minha flor?- ela assentiu com a cabeça e eu dei um banho nela. Logo ela estava animada novamente. – Vai querer o que pro café?

-Ovomaltine

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-Quente ou frio?

-Frio!!- ela falou e eu preparei um ovomaltine bem caprichado pra ela.

Depois de meia hora estávamos as duas na minha cama. Ela em encarava com ansiedade e eu estava com cara de dor por ter que revirar o passado. Me levantei e abri a porta do guarda roupa. Peguei a caixa dele e me sentei. Abri e ela logo colocou sua cabecinha curiosa para ver o que tinha dentro. Despejei todo o conteúdo na cama e comecei a contar toda a verdade.

- Eu conheci seu pai naquela lanchonete. Me lembro bem. Ele entrou e pediu um café. Eu fui grossa com ele, porque íamos fechar. Ele continuou lá. Eu terminei meu serviço e saí. Como antes não tinha ônibus eu fui andando e ele me parou no meio do caminho e me deu uma carona. No outro dia ele me convidou pra sair e nesse encontro ele me pediu pra namorar. Ele me deu isso tudo- mostrei todos os presentes. Ela viu a pulseira e sorriu- Depois de um tempo ele teve que viajar e disse que só poderia voltar em 11 anos. – eu menti descaradamente- Ai eu descobri que estava esperando você e ficamos felizes

- Mas eu nunca vi o papai!!

-É que ele é muito ocupado minha filha! Mas já já ele vem ficar bem pertinho da gente e brincar muuuito com você- fiz cócegas nela e depois ficamos em silencio. Eu estava olhando pro meu colo triste. Revirar o passado era mesmo difícil pra mim

-Posso ficar com ela?- ela pediu, quebrando o silêncio e apontando para a pulseira

-Claro!!

- É que ela tem um D e um G. Ai fica Diana e Gabriella- eu sorri com a idéia dela e coloquei a pulseira. - coloque o colar mãe! Ele combina com você- eu peguei e coloquei. - Tá vendo?

Flashback on

-Agora feche os olhos... -eu o obedeci e ele ficou atrás de mim e colocou um colar- Seu presente- ele me abraçou pelas costas e me deu um beijo no pescoço. Eu me arrepiei com o beijo.

Fui olhar no espelho como eu estava. Lyne tinha feito uma maquiagem perfeita: Ela sempre gosta de destacar meu olho, por isso passa uma sombra clarinha e uma grande quantidade de mascara para cílios. Meus lábios estavam com um gloss cor de boca. Meu cabelo estava solto e bem bonito. A roupa que a Lily preparou foi meio moderninha; uma blusa de alças rosa bem bonita e uma calça jeans azul e a mesma bolsa carteira preta de sempre. Dessa vez coloquei minha sapatilha transparente. O colar era perfeito. O pingente tinha a forma de uma estrela muito bonita com pedrinhas brancas.

-Ele é tão lindo- eu falei e me virei pra ele

-Ainda tem mais uma coisa. -Ele pegou uma pulseira em seu bolso e me entregou. Ela tinha dois pingentes. Um de um lado e o outro do outro lado. Era um G e um D bem bonitos que combinavam muito bem com o colar. Olhei pra ele sorrindo e ele me olhava apaixonadamente

-Eu já lhe disse que te amo? – ele disse me abraçando e olhando nos meus olhos

-Já, mas não tem problema em repetir- eu falei.

-Gabriella Monny, Eu te amo

Flashback off

-Mãe? A senhora está chorando?- Nem percebi que uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

-Não filha- falei limpando a lágrima- Agora vai dormir que do seu pai você já sabe demais!!- ela riu e eu guardei a caixa

Arrumei minha cama. Como sempre íamos dormir juntas, embora ela tivesse seu próprio quarto. Apaguei as luzes e dormimos abraçadinhas.