Nós andamos por algumas ruas. Não estamos seguindo alguma rota, estamos apenas andando porque ficar parado é complicado demais. Ela é engraçada. E mesmo que seus olhos mudem constantemente de expressão ela consegue ser serena. Quando passamos em frente a lojas de discos vejo seus passos diminuírem o ritmo, assim como andamos perto do parque seus passos se alargam e ela parece uma criança que brinca de dar passos largos. Eu coloquei minhas mãos nos bolsos para evitar tocá-la. É estranho, mas sinto vontade de abraça-la a maior parte do tempo.

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— Você gosta? - Pergunto apontando para o algodão doce a poucos passos de nós.

Skye acena afirmativamente. Dou uma corrida e compro um para ela.

— Ás vezes precisamos de alimentos bem doces para equilibrar a vida. – Ela diz colocando um pedaço na boca e esperando derreter. – Ela é quase sempre amarga.

Concordo.

— A vida é mesmo bem amarga. – Digo esticando as pernas e jogando a cabeça para trás. – As pessoas são ótimas em deixa-la azeda.

Ela ri. Gosto do som do seu riso. Roubo um pedaço do algodão doce.

E para reiterar eu tiro uma nota do bolso e dou a ela.

“Olhe para as nuvens. Sonhe.”

Sorrimos juntos.