Samanta teria dito “não”, sem pestanejar, caso Ícaro tivesse perguntado se ela gostaria que Júlia os acompanhasse no parque. Como ele não fez isso, teve uma desagradável surpresa. A antipatia de Samanta fundamentava-se na falta de informação, afinal, Ícaro insistia em esconder o seu passado. Logo, ela supunha que Júlia era um amor mal resolvido na vida de seu namorado. Tudo caiu por terra. A garota era simpática, embora demasiada calada. Quando conversava, o assunto fluía bem. Samanta descobriu sobre o acidente, Júlia comentou sobre Tiago e contou uma história sobre eles. Nesse momento, adquiriu uma expressão distante, um saudosismo com resquícios de tristeza.

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A conversa foi interrompida pelos latidos de Totoro, um vira-lata de porte médio e pelos brancos, que pedia por atenção. Ícaro soltou-o de sua coleira. O cão corria, mas não se afastava muito. Era engraçado vê-lo animado e, ao mesmo tempo, cauteloso.

Júlia estava alegre. Os pensamentos lúgubres ainda acompanhavam-na, porém ela começara a compreender que a grande questão era conviver com seus sentimentos. O vazio existiria sempre, mas o conforto podia ser encontrado em vários locais.

Esquecer-se de Tiago era como negar o passado, contudo, forçar a presença dele no agora prejudicaria todo seu futuro.