Júlia refletiu durante as ultimas semanas. Pensava que sua atitude com Ícaro merecia ser explicada. Ela não o queria longe, precisava, contudo, ter aquele momento consigo. Pegou o telefone e ligou para ele.

— Alô — respondeu o rapaz do outro lado da linha.

— Oi, Ícaro. Sou eu, Júlia.

— Ah. Oi. Como vai? — disse. Arrependeu-se de imediato do “Como vai?”

— Estou bem — pronunciou, tentando soar verdadeira. — E você?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Está tudo ok.

— Que bom. Então, você vai se ocupar nesse fim de tarde?

— Eu marquei de me encontrar com Samanta. Vamos levar o cachorro dela para passear no parque.

— Ah, sim — falou, perdendo o entusiasmo em conversar a sós com Ícaro.

— Você deveria ir também. Totoro é brincalhão, mas sabe andar com donaire. É bem engraçado.

Totoro?

— Sim. Esse é o nome do cão da Samanta.

Júlia riu ao telefone e Ícaro sorriu ao escutá-la. Estava melhorando.

— Mas que horas vocês estão pensando em ir? — perguntou, demonstrando certo interesse.

— Às 17h.

— Mas isso é daqui a vinte minutos.

— Não se preocupe, sua casa fica no meio do caminho. Apenas esteja pronta.

Júlia aguardou por cinco minutos, após ter tomado um banho e trocado as roupas. O interfone tocou, ela sabia quem era.