Vidas ao Vento

Capítulo 22 ― Bilhete


"Oi, tudo bem?

Já parou para pensar em como essa frase é dita tão frequentemente, mas ninguém liga pro significado?

Eu gostaria de responder, mas algo me diz que não devo, que devo exibir um sorriso, porque ninguém entende e liga. Sou mais um aluno sem importância. E esse bilhete também é insignificante. Mas gostaria de antepor meu desabafo. Sempre penso que gostaria de acabar com tudo. Estou exausto e não é frescura. O simples ato de levantar da cama é doloroso. Viver é algo que não sei mais.

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Por que estou respirando?

Eu não tenho nada pelo que viver. Eu me odeio, minha família não se importa comigo e não tenho amigos. Não faço nada de importante, nem especial. Não sei desenhar, não sei escrever poemas.

Toda vez que ouço alguém falando de laços, tenho vontade de chorar e espancar a pessoa. Um inocente. Eu tenho medo de mim por causa dessa raiva.

Sei que ninguém tem culpa pelo ser inútil que sou, mas sou egoísta e hipócrita, eu sou humano.

E por favor, não me esqueça. Apenas isso, lembre-se de mim. Eu não quero ser esquecido.''

O garoto amassou o bilhete perdido no chão e jogou na lixeira.