Vidas ao Vento

Capítulo 18 ― Inteligência.


―Isso é tão donaire.

Disse a garota de grandes olhos pardos, se referindo ao vestido vitoriano que usava, observando a reação de seu amigo.

― Okay, nessa você me pegou. Isso é mesmo português?

Ela pegou um dicionário da velha cômoda e jogou em direção ao garoto. Visitas em casa agora não eram mais por motivos escolares, e sim, por amizade. Sua mãe até fizera piadinhas sobre namorados, esta que sua filha ignorou.

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― Oh, será que perdi minha reputação de grande sábio?

― Se você fosse inteligente pela quantidade de palavras complicadas que diz, seria um prodígio prestes a fazer uma invenção revolucionária. ― Deu de ombros. ― Mas está apenas aqui, olhando roupas da minha bisavó enquanto espera o bolo de cenoura ficar pronto.

― Só porque sou inteligente, não significa que farei coisas inteligentes.

― E bolo de cenoura é bom.

― Com certeza. ― Confirmou sorrindo, mostrando o aparelho.

― Achei que você fosse etnocêntrica.

― É, é o que esperam de alguém que veio de um país com boa reputação. Mas por que eu deveria deixar de comer feijoada só porque meus tataravós preferem chá? ― Brincou. ― Essa é a graça de ser imigrante.