A registradora dos sentimentos

Ciúme, o mal do século


Quando Luna veio me entregar o cartão do escritório de Pedro ontem, pensei ter visto sentimentos lúgubres em Helena. Não sei se foi apenas uma impressão minha, mas ela de fato estava com uma cara digna de funerais. E antes que eu pudesse falar com ela a respeito, Helena saiu sem olhar para trás. Os funcionários agora vão indo embora, ela segue para buscar suas coisas, e vou atrás. Espero Débora sair de seu armário e ir pra casa, e entro no cômodo. “Helena, está tudo bem?”. Ela dá um pulo, assustada, e responde “Tudo sim, e você?”. Assinto e chego mais perto, inquieto. Um silêncio se instala entre nós, mas ela logo o quebra, dizendo de supetão “Luna é sua namorada?”. E é aí que percebo que a causa de sua mudança é ciúmes. E não consigo evitar rir. Ela me olha, como se eu fosse doido, parecendo ofendida. “Me desculpe” e rio mais um pouco. “Ela é minha irmã, Helena”. Seu rosto cora instantaneamente, e ela fica ainda mais bonita envergonhada. Minhas mãos se erguem por vontade própria, e então estou sentindo a pele macia de sua bochecha em meus dedos. Tímida, linda e macia.

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