Agridoce

Revoada


O ardor, a fervura, o nervosismo.

O liquido pegajoso escorria pelas minhas costas, manchando-as com meus erros.

Eu gritava sem voz, não tinha controle o suficiente para que ela saísse.

A dor ressoava em cada parte de mim, ondas de aflição me tomavam, possuíam, e a cada tosse, mais vermelho se tornava o carpete, o fluido se espalhava pelo tecido com uma velocidade e suavidade intrigante.

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Estava zonzo, tudo aquilo tinha me nocauteado, minha mente não conseguia sequer absorver um detalhe do que acontecia, nem ao menos tinha a permissão para estar sóbrio.

Uma pontada aguda de dor me tomou, minha mente esvaziou, como se apertasse o botão “apagar”. Tudo em que foquei foi no meu urro de angustia.

O susto fez o corpo atrás de mim cair para trás.

O escarlate pingava no chão como uma torneira aberta, tudo tinha se finalizado.

Enquanto minha energia lentamente esvaia-se, observei o garoto em minha retaguarda, estava completamente tingido de rubro, em suas mãos estava uma propriedade minha, ele estava a perscrutar o que tinha tirado de mim com minha permissão.

As penas voavam pela sala como neve.

Elas refletiam o negro de minha alma e meus laços carmesim com o destino.