Agridoce

Transparência


A água toca minha pele me pressionando, encurralando.

Prisioneira de algo tão frágil e ao mesmo tempo forte, que reduz pedras a pó.

A água é uma substância resiliente, sim, é quase indestrutível.

Mesmo que a corte, ela se divide, se molda. Se queimarmos, ela muda de forma.

Algo que não conhece a morte ou até sofrimento da vida.

Sem graça, sem cor. Água é vida e ao mesmo tempo não a tem.

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As lágrimas não compreendem quem as chorou, ela é insensível sem nem ter a chance de sê-lo. Os olhos soltam-nas e elas acariciam nossa face com algidez. Cruéis e quentes, como as mãos de quem finge ser o que não é.

Admiravelmente atraente em sua simplicidade impecável, sua falsidade assombrosa.

Se meu corpo fosse cheia dela eu seria pura?

A pesar de que, a partir dessa linha de raciocínio, somos quase totalmente perfeitos, 60% cheios da mais pura substância. A resposta para o que desejamos corre por nossas veias em tons avermelhados.

Sacrifícios são necessários para chegar ao que procuramos, o meu já estava sendo absorvido.

Minha visão, já turva, tinha um tom carmesim.

Meus pulmões eram invadidos pela solução.

Não havia luz, a resposta era transparente.