Agridoce

Emaranhado


Ela me encarava com seu olhar corajoso, suas mãos tremiam, suas bochechas estavam rosadas e eu podia escutar seu coração de onde estava.

O clima estava se tornando desconfortável, mas nesse momento eu deveria deixa-la ser egoísta, antepor seu conforto.

Ela respirava rápido, ofegante.

Tinha se preparado por muito tempo, juntado seus medos e os deixado voar para longe, como borboletas, realizando o ciclo de sua curta e débil vida.

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Suas pequenas mãos agarraram o lado esquerdo de seu delicado tronco, um pouco abaixo da clavícula. Queria se jogar no momento, ao suor frio que escorria pelo seu pescoço fino, as batidas desesperadas e dolorosas que queimavam seu interior.

Ansiava que as palavras presas em sua garganta transbordassem, deixando à tona a flor que cultivou em seu jardim por acaso. Uma planta intrusa que deixou crescer.

Desejava lançar esse sentimento contra mim, como se soprasse um dente-de-leão e pedisse para que ele brotasse em meu peito.

Queria que eu me enroscasse em sua raiz, fosse refém de seu pedido.

Minhas mãos estavam para o alto, não tinha para onde fugir. Estava encurralado.

Não previ esse movimento, não o antecedi.

Na semente que há muito crescia, brotavam pequenas e frágeis flores.