Agridoce

Gentileza


A bateria está acabando, deveria dormir.

Antes que ela veja e me dê uma bronca por não estar cuidando bem do meu corpo. Não é como se ela estivesse.

Não virando noites e comendo irregularmente.

Espio pela fresta da porta, ela está trabalhando em uma companheira para mim.

Mesmo eu não querendo.

Ela está obcecada, acha que minha tristeza é por estar solitário. Mas não é.

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Nem tenta achar outra resposta.

Porque, tecnicamente, sou fácil de compreender. Um robô. Sou lógico, não tenho angustias normais.

Não é mesmo?

Tudo isso se mistura com o motivo inicial e gera conflitos em meu sistema interno.

A culpa é sua, você me projetou assim.

Pare de virar o rosto para o outro lado e ignorar o que está acontecendo. Você sente, sei disso, tem pena.

Não preciso disso, não quero um donaire.

Quero você.

Algo impossível.

Minhas mãos geladas não alcançam as suas, elas estão protegidas por um anel na mão direita.

Significa que o tempo está acabando.

Mesmo que não tendo espaço para uma chance sequer.

Um dia esse pequeno objeto vai para a mão esquerda.

E já estou me preparando.

Para aguentar te ver todos os dias nos braços de outro.