Dia 23 – Reiterar.

Reiterar era algo impossível no momento, Gintoki parecia a ponto de lhe bater; o faria quantas vezes fossem necessárias, pois para Sakamoto ainda era cedo. Principalmente porque por mais que se aborrecesse por isso não conseguia perdoá-lo. Chateava-se com a própria teimosia que muitas vezes o tinha salvado de situações embaraçosas, aterrorizantes até.

Queria abraça-lo, tocá-lo, e lhe dizer palavras carinhosas. Olhar as expressões desleixadas, que podiam se tornar temerosas por alguém, sem esforço por impedimento.

Poder olhar diretamente nos olhos de Gintoki e dizer que estava tudo bem, que não precisavam estar bêbados para trocarem juras de amor um com o outro. Ele ainda não estava pronto, e mal sabia se um dia conseguiria rir disso. Não conseguia se livrar daquela mágoa acumulada. Não conseguia desabafar porque era inútil. Não tinha porque sentir raiva ou se entristecer porque uma hora as pessoas têm que se ausentar do caminho das outras, era natural.

Entretanto ele queria ter chorado aquele momento; tinham se despedido sorrindo. Aquela memória queimava. Mais do que nunca a realização lhe veio de que nunca o teria, porque as pessoas não têm as outras. Seu tipo de trabalho já devia ter ensinado isso. Pensava já ter entendido.