Vinca Rosea

Hyacinthus Orientalis


Lucas jogava uma bola de beisebol na parede e a via quicar de volta para sua mão, ou melhor, quase quicar de volta. Júlia estava ao seu lado, mordendo a ponta do dedo polegar, olhando para o nada que era a parede de seu quarto.

– Você vai ficar sem dedo. - avisou o garoto, resmungando ao ter que se levantar da cama para reiterar o movimento de pegar a bola do chão.

Júlia o olhou com a sobrancelha levantada.

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– É isso que você tem a dizer depois do que te contei? - o encarava, incrédula.

– Bem, não é como se eu pudesse fazer alguma coisa de útil pra te ajudar. - deu de ombros, se jogando deitado na cama.

– Sei lá, oferece pra aprender língua de sinais.

Júlia olhou para o jacinto azul no parapeito da janela antes de jogar o corpo para trás, deitando na cama também.

– Isso é óbvio que vou fazer. Quero saber é porque agora, de repente, você pôde me contar.

– Ainda estou dentro das regras, não contei tudo. Nem eu sabia dessa parte antes.

– Não sabia que tinha usado um desejo quando criança?

– Não, não sabia que ia acabar perdendo ele depois de um tempo.