Não sei, sou de exatas

Cores de Frida Kahlo, cores


Não escondo minha surpresa ao te ver, pois acabamos de nos despedir.

Vejo você morder seu lábio inferior. Reparei faz algum tempo nessa sua mania de se morder quando nervoso.

Também tenho mania de me ferir quando triste.

– Por favor – você pede, ansioso.

Suspiro resignação.

Não quero te envolver nessa minha vida sufocante. Não quero destruir a parte feliz dos meus dias, estar fora de casa.

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Bom, você também acabou se tornando uma parte importante.

– Tá, o que você quer saber? – pergunto.

– O que está te preocupando? Por que você fica tão distante de repente?

Não suporto nenhum tipo de conforto quanto aos meus problemas porque eu choro fácil. Você tem uma imagem de mim em sua cabeça que eu gostaria de preservar.

Mas aí está você, querendo me confortar. Você, com suas diferenciais, seu tênis de marca, sua blusa do Star Wars.

Não entendo coisas que você gosta. Não entendo carros, nem comic-con, muito menos matemática.

Mas entendo sobre quem você gosta.

– É meu avô, homenzinho janota. Ele tem meu nome.

Começa a chover.

Você não esconde seu arrependimento.

– Ele morreu no mês passado. Uma semana antes contei a ele sobre mim. Ele morreu odiando o que eu sou.