Não sei, sou de exatas

Reação nuclear


Eu desconverso. Você ri. Nós trocamos beijos. Nós conversamos. Gustavo aparece.

A julgar pelo inchaço labial e o sorriso, ele se virou muito bem sem mim.

O sarau termina, a gente se despede.

Domingo.

Eu e Gustavo tentamos entender o funcionamento de uma usina nuclear para um seminário.

– Olha só esse petiz – Gustavo diz fazendo aquela voz de adultos quando conversam com crianças, praticamente babando em cima dum documentário sobre pastilhas de urânio.

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– Imagina só uma dessas gracinhas no seu armário. Quantos dias seriam necessários para desenvolver um câncer?

– Você acaba com todo o romance – Gustavo reclama, fechando o notebook – e nem deveria, senhor Humanas. Quando é o casamento?

– Não discutimos isso ainda, estávamos muito ocupados, sabe? A língua dele na minha bo...

– Af, que bosta, Mateus. – Gustavo me joga uma caneta. – Eu apoio tudo que cê faz com sua boca ou sua bunda, mas não entre em detalhes, por favor.

Nós dois rimos. Então eu fico sério e suspiro, porque apesar de Gustavo ser uma boa companhia, apesar dos reatores, do enriquecimento de urânio e das piscinas de refrigeração, minha maior preocupação é sobre a reação que mudou a coloração dos seus olhos quando você me contou seu nome.