Não sei, sou de exatas
Transferência de calor por radiação
Parece impossível me afastar de sua boca, mas preciso. Algo me inquieta.
– O que? – você pergunta com aqueles lábios avermelhados se aproximando devagar. Posso sentir o calor deles irradiando.
E você desconhece o quanto isso é injusto.
– Por que me trouxe aqui? – pergunto, depois de recuperar o fôlego.
– Eu já pensei em você aqui.
Sua fala me pega de surpresa. Provavelmente, a surpresa fica evidente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Vim aqui para fugir dos problemas e me peguei pensando no garoto esquisito que fica me secando.
– Obrigado pelo esquisito – ironizo.
– De nada – você responde com um sorriso de canto e eu vejo que também é impossível ficar bravo contigo. – Pensei em trazê-lo aqui se falasse comigo.
– Para me beijar? – pergunto, arqueando as sobrancelhas.
– Isso foi um bônus – Você pisca, daquele jeito que me arranca suspiros. – Ocupou minha cabeça num momento importante. Mereceu a vista.
Estou aliviado por não estarmos num esconderijo onde eu teria carta branca para te “namorar”. Mas, de alguma forma, ali era seu homizio privado.
Sinto-me um invasor.
– O que aconteceu? – pergunto, preocupado.
Novamente aquela sombra funérea cobriu o brilho dos seus olhos.
– Não precisa responder – apresso-me a dizer, consternado por minha intromissão.
– Vamos voltar – você diz, indo até as escadas.
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