Uma moeda de ouro. Aquele donaire nem valia tanto, mas talvez o nobre senhor tenha visto bondade em mim. Minha felicidade era enorme, nada tiraria aquele largo sorriso em meu rosto. Bem, exceto...

***

Parei ofegante. Estreitei meus olhos. O pequeno gato selvagem preparava-se para subir na árvore. O som agora era de curtos gemidos. Demorei alguns segundos para enxergar o macaquinho entre os galhos, seus gemidos eram suplicantes, imploravam debilmente por ajuda, naqueles em que deveriam ser seus últimos instantes.

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Apertei meus olhos. O que eu poderia fazer? Como eu poderia ajudá-lo? O predador estava tão perto e eu não tinha nada para distrair o felino. Encurralado o macaquinho não podia subir mais, estava machucado.

Suspirei, abri meus olhos. O pequeno primata me olhou por um segundo como se dissesse que sua vida dependia de mim. Eu não podia ignorar seu sofrimento. E então o felino saltou.

NÃO! Gritei com todas as minhas forças. E tudo foi tão rápido que nem mesmo tive tempo de pensar, quando dei por mim, já estava feito.

***

A moeda escapou por entre meus dedos. Pude ouví-la tintilar pelo chão e escorregar, passar por entre as pernas dele e por fim, parar em seus pés.