Proesiando

Estetoscópio


O sonho de médico veio cedo, com um estetoscópio dado pelo pai e infinitos mimos pela mãe. Foi quando a tuberculose atacou, de fininho. Passou despercebida pela porta e se instalou no peito de D. Alzira.

A tosse era uma constante; O pai, Abelardo, ficou preocupadíssimo com tratamento, remédios, gastos. Certo dia, de estetoscópio na mão e ouvindo o bater fraco do coração da mãe, o menino falou com convicção inabalável:

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“É mal de semota.”

Ela riu na hora, teve uma crise e faleceu dois dias depois. O estetoscópio terminou esquecido na gaveta. Chance de ser médico? Semota.

Virou escritor.