Depois de tudo estar esclarecido, Ryan carregou a mim e aos meus quadros até a minha casa, onde me ajudou a organizá-los enquanto fazia comentários sobre cada um deles. Depois de tudo pronto, meu namorado se ofereceu para fazer o jantar e concordei com a condição de que eu o ajudasse. Sorrimos e fomos até a cozinha.

Ao chegar lá nos dividimos: ele faria o prato principal e eu faria os complementos. A princípio estava tudo certo, mas poucos minutos após começarmos a cozinhar tudo foi esquecido e acabamos fazendo tudo juntos. O jantar acabou demorando uma eternidade, pois a todo momento acabávamos contando uma piada interna e rindo juntos ou até mesmo nos beijando. Por fim, conseguimos fazer um jantar decente.

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O anjo pôs a mesa enquanto eu tirava a comida do forno. O prato de hoje era tipicamente italiano e o nosso trabalho a quatro mãos ficou realmente bom. Degustamos a comida nos encarando a todo momento com sorrisos cúmplices. Terminamos o jantar e decidimos ver algum filme romântico na televisão. Enquanto Ryan lavava a louça eu escolhia o filme e logo nos deitamos lado a lado no sofá (praticamente colados um no outro) para ver o que eu havia escolhido.

Apesar do anjo ao meu lado me consolando nas cenas tristes (que eu chorava sempre) e me beijando em outros momentos acabei por me debulhar em lágrimas no fim do filme, o que só fez Ryan sorrir e beijar cada uma delas, me acalmando.

A nossa noite estava praticamente um sonho e mal pude acreditar quando Cindy irrompeu pela porta dizendo que tinha que falar comigo urgentemente. A loira nem se envergonhou ao me ver ao lado de Ryan, somente me puxou pelo braço até o quarto, fechando a porta logo em seguida.

— O que houve garota? – perguntei irritada.

— Miguel sumiu! – exclamou.

— Como assim sumiu? – perguntei sem entender.

— Sumiu do verbo não consigo encontrá-lo em lugar nenhum! – a garota estava completamente surtada – por favor me diga que você tem o número do celular dele.

— Até onde eu saiba ele não tem celular – disse pensativa – eu posso perguntar se o Ryan sabe de…

Mal terminei a frase e Cindy já escancarava a porta, perguntando a Ryan se ele sabia de algo. Não ouvi a resposta do anjo, porém minha amiga sim e saiu correndo até meu namorado, desesperada por mais informações. Andei devagar até os dois, mas não cheguei perto o suficiente para ouvir o diálogo antes que Cindy fosse embora tão rápido quanto chegou.

— O que foi isso? – perguntei a Ryan.

— Isso se chama um anjo que não sabe que humanos têm sentimentos e não só uma forma de disfarce – suspirou – eu não sei como Miguel vai resolver isso, mas eu disse a Cindy onde ele está hospedado.

— Ai meu Senhor, no que a minha amiga foi se meter? – gemi.

— Eu vou conversar com Miguel amanhã – me deu um selinho – eu prometo.

Cansada depois de tudo o que aconteceu no dia, disse a Ryan que tinha que dormir e fui em direção ao meu quarto. Me aprontei para dormir e me deitei, tentando cair no sono. Rolei na cama até que por fim desisti e resolvi ir até a cozinha para tomar um copo d’água. No caminho vi o anjo deitado no sofá, pensativo, e fiquei o encarando por um tempo. Ao perceber meu olhar, Ryan se virou em minha direção e sorriu.

— Não consegue dormir? – perguntou com a voz rouca de cansaço.

— Não – admiti – rolei na cama por um tempo e resolvi pegar uma água.

— Também não estou conseguindo dormir, parece que minha mente está agitada demais depois do dia que tivemos.

Concordei com a cabeça e fui tomar a minha água, retornando para a sala minutos depois. O anjo me encarou, pedinte, e convidei-o a dormir comigo (somente dormir). Abrindo um sorriso de orelha a orelha Ryan me seguiu até o quarto.

Nos deitamos na minha cama de casal e, depois de alguns minutos conversando, adormeci com a cabeça no peito do meu namorado.

Acordei com um suave carinho no meu cabelo e sorri instantaneamente. Abri os olhos e fui recepcionada com um selinho delicado.

— Bom dia – disse, ainda rouco de sono.

— Bom dia.

Mesmo sem querer me levantar, resolvi fazer minha higiene matinal antes de mais nada. Assim que pus o pé fora da cama fui puxada de volta por Ryan.

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— Eu só vou ao banheiro, não se preocupe – sorri e lhe beijei a bochecha.

Após a minha higiene matinal percebi que não havia separado uma roupa para usar naquele dia e voltei ao quarto. A cena que vi me deixou paralisada: Ryan estava deitado na cama com um braço atrás da cabeça e o cabelo completamente despenteado com um lençol o cobrindo do quadril para baixo (onde eu sabia estar a calça do pijama dele, que tinha a mania de dormir sem camisa). Admirei-o por alguns instantes até que me aproximei da cama.

— Acho que alguém gostou de dormir na minha cama – sorri engatinhando até ele.

— É confortável, mas a companhia foi o melhor – sorriu e me puxou em sua direção, me fazendo cair em cima do seu corpo.

Levantei o rosto e nos beijamos por longos minutos, suas mãos no meu cabelo e as minhas em seu peito. Ryan começou a beijar meu pescoço e, antes que avançássemos mais, me afastei e pedi ao anjo que fizesse o café da manhã enquanto eu me arrumava.

Ryan fez o que pedi e me vi sozinha no quarto, rindo comigo mesma. Fui em direção ao meu armário e decidi pôr algo que combinasse com o meu humor. Separei um vestido florido que ia até a metade da minha coxa e uma sapatilha nude e fiz uma trança no meu cabelo que estava uma bagunça. Me olhei no espelho e fiquei feliz com o resultado.

Fui cantarolando até a cozinha e encontrei um prato com bacon e ovos já postos na mesa e Ryan vindo da cozinha trazendo uma jarra de suco de laranja. Sorrimos um para o outro e nos sentamos lado a lado na mesa, comendo e conversando.

Mal tivemos tempo para terminar o café antes que Faith aparecesse e dissesse a Ryan que Miguel queria falar urgentemente com ele. Nos entreolhamos, já sabendo o assunto, e o anjo sumiu. A loirinha me olhou com um sorriso malicioso.

— Quer dizer que vocês voltaram, é? – perguntou para confirmar.

— Sim – disse envergonhada – eu falei com Miguel e está tudo bem.

— Percebo isso pelo humor nessa casa, parece até que vocês acabaram de se conhecer.

— E de certa forma não é verdade? Esta é a primeira vez que realmente podemos dizer que somos namorados e estamos juntos.

— Vocês não…? – perguntou preocupada.

— Não! – fui enfática.

— Certo, pois ainda estamos pesquisando o que você realmente é e não se sabe o que pode acontecer se…

— Eu entendo! – a interrompi – podemos parar de falar nisso agora?

— Tudo bem, eu vou parar – ficou pensativa – já tem planos para hoje?

— Não pensei ainda – admiti – por quê?

— Esteja pronta porque hoje você vai sair comigo! – afirmou.

Antes que eu pudesse perguntar mais algo Faith já tinha sumido.