Invisíveis como Borboletas Azuis

Verso 41: 24/7 = Heaven [Parte 2]


Todos os membros do BTS choram à sua maneira, assim como eu. Porém, o olhar do Rap Monster sobre mim me obriga a vasculhar um porquê para tais ações.

As palavras brotam da minha boca como as lágrimas de meus olhos.

— Sabe, vocês passaram um bom tempo com a trilogia The Most Beautiful Moment In Life. Mas vocês já pararam para pensar no que isso significa? “O momento mais bonito na vida”?

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Até mesmo seus prantos diminuíram ao ouvir minha voz. A atenção é tanta que daria para ouvir uma mosca voando noutro corredor. Mesmo com tal silêncio intimidador, tenho que continuar. Engulo a voz embargada pelo choro, e falo com toda determinação em mim. Um crescente de esperança sobe pela minha garganta, explodindo em confiança. Agora eu sei exatamente o que fazer.

— Se ao menos algum de vocês pensou que seria “o momento mais feliz na vida”, está errado. Vocês mesmos me mostraram isso. Mesmo que doa, mesmo que assombre, mesmo que seja insuportável, esse é o momento mais bonito na vida. Não é uma questão de felicidade, mas intensidade. Nós somos bonitos agora.

Minhas palavras conseguem capturar até o olhar distante do Suga. Seis pares de olhos me atravessam, mesmo assim não sinto medo, não me acovardo. Vou seguir em frente.

— É essa felicidade intensa, é essa dor intensa, é essa paixão intensa que nos faz estar vivos. Não tem problema em sentir dor, tristeza, sofrimento. É normal. Mas, para chama-los de intensos, precisamos de um contraponto: a felicidade extrema. E eu estou muito a fim de busca-la agora. – Sinto um sorriso surgindo do canto da minha boca. – Não quero mais esperar para que as coisas se mudem sozinhas. Eu, com as minhas mãos vazias, quero buscar pela minha felicidade. Não amanhã, não num futuro próximo, mas hoje. Eu quero ser feliz hoje. E não importa se der errado, não importa se eu me machucar mais, eu tentei. E isso vai valer a pena por si só. – Semicerro os olhos. – Quem mais está comigo?

Do fundo da sala, percebo o olhar do Yoongi se perder, mas logo se reencontrar. Ele retorna não apenas aos meus olhos, mas a si mesmo. Todo o sarcasmo, toda (excessiva) confiança, toda a paixão, toda esperança, toda sua vida está brilhando na íris dos seus olhos, no canto do sorriso de lado que ele replica. Passando por todos os outros membros, ele segue cegamente até mim e pousa sua mão sobre a que eu estendi no ar. Ele pode não dizer nada, mas vejo pelos seus olhos a certeza que buscava.

Esse foi apenas o primeiro passo. Faltam seis.

Jimin corre pelo pequeno espaço entre nós com a urgência de uma maratona e a alegria de uma criança. A inércia não o ajuda muito quando chega, empurrando Suga ao pôr sua mão sobre as nossas. O que seria normalmente seguido de um insulto pelo enfezadinho acarreta apenas em mais gargalhadas.

Faltam cinco.

J-Hope vem a passos largos, quase saltitantes, até enlaçar – talvez um pouco bruto demais – o pescoço do Jimin. Em seu rosto, apenas seu lindo sorriso em formato de coração. Suas lágrimas secaram.

Faltam quatro.

Taehyung abre um sorriso contido no caminho até nós, rendido pela situação. Sem a menor pressa, ele apoia seu braço sobre o ombro do J-Hope e me olha nos olhos, ainda mantando a alegria de sua expressão, por um bom segundo antes juntar sua mão às dos outros. Ele nunca olhou nos meus olhos antes.

Faltam três.

A expressão orgulhosa que Jin nem se esforça a esconder surge tão vívida perto de nós! Nem temos como reagir antes da trobada que ele dá na tentativa de abraçar todos ao mesmo tempo. Suga que o diga, abraçado e amaçado com sucesso sob o largo ombro de Jin.

Faltam dois.

Todos se viram para Rap Monster. Mais que tudo, quero que ele venha, quero que ele seja feliz. Não há necessidade de carregar todo esse peso sozinho. Pensativo, ele ainda encara o chão. Por favor! Só olhe para frente e veja quanta gente está aqui por você! Nós acreditamos em você, nós acreditamos em seu sonho, em sua liderança! Então acredite em nós! Confie em nós! Apenas levante o olhar!

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E, como se me ouvisse, seus olhos encontram os meus. Ah, como estou sendo presunçosa! Eles encontram os nossos! E os nossos encontram suas covinhas, resultado de um sorriso que nunca havia visto em seu rosto.

Um pé na frente do outro, seus passos o guiam até nós com uma urgência crescente. Até que seus braços nos encontram, numa tentativa de circundar a todos. Mesmo que seja fisicamente impossível, todos de certo modo sentimos seu calor nos envolvendo. E em um sussurro, ele diz a palavra que não precisa ser traduzida:

— Saranghaeyo

E, mesmo baixo, é alto o suficiente para todos nós escutarmos. E assentirmos.

Logo quando ele põe sua mão sobre a nossa, ouvimos um pigarro do lado de fora do mundo maravilhoso que é esse círculo que formamos.

— Então, gente – Hae Won se intromete -, sem querer estragar o clima nem nada, mas eu poderia entrar também? – Ela pede, mais tímida do que normalmente.

E, de resposta, ela apenas recebe um sorriso e um puxão do Rap Monster para trazê-la para dentro do círculo.

Com as mãos sobrepostas, gritamos todos juntos:

— BANG! TAN! SONYEONDAN!

Falta um.

Assim que nós afastamos um pouco, Rapmon me procura.

— Tenho que ir. Como você disse, preciso fazer algo. E eu tive uma ideia— ele observa a minha reação com mais confiança do que jamais vi no rosto de alguém. – Obrigado por tudo. Nos vemos amanhã. – diz, já se despedindo.

— Mas amanhã é sábado!

— Eu sei! – Ele responde já no corredor.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.