Capítulo 25

Pov Bella.

Eu acordei, ainda me sentindo terrivelmente sonolenta. Lembrando-me das palavras da minha médica sobre grávidas e sono. Tateei o lado da cama, procurando por Edward e me vi gemendo de frustração por não encontra-lo. Dias atrás eu estava feliz por ele não estava na cama, porque só assim eu não precisaria fingir que estava tudo bem. Mas após nossa noite de ontem... Eu sinceramente esperava vê-lo e continuar o clima, como se o dia não tivesse acabado.

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Eu olhei a hora no relógio aparado no criado mudo, mas perdi a concentração quando vi o pedaço de papel apoiado nele. As letras redondas e elegantes me fizeram sorrir.

“Eu precisava estar na empresa mais cedo hoje. Espero que tenha dormido bem, assim que ler esse bilhete me ligue, eu preciso ouvir sua voz. Já estou com saudade. Amo vocês. – Papai”

Meu sorriso foi involuntário, enquanto em espreguiçava e sentava na cama, finalmente olhando as horas. Quase dez da manhã. Oficialmente eu estava uma dorminhoca.

Edward e eu conversamos quando eu deixei o hospital, dias atrás, em como nesse momento seria bom que eu trancasse a matricula na faculdade para não me colocar e colocar o bebê em risco, no começo essa ideia me pareceu absurda, mas depois... Era a melhor decisão, por ora, era isso que eu deveria fazer. E eu só pensava que iria gastar o tempo livre dormindo...

Me levantei e ignorei o assunto indo direto para o banheiro. Um banho para acordar seria ideal.

Eu estava fora do banheiro, vestida, limpa e apropriada para descer e ver o mundo. Procurei pelo meu celular antes de fazer meu caminho para fora do quarto. Disquei o número de Edward, para ouvir desligado. Então liguei para o escritório.

— Presidência, bom dia — Ela soou animada.

— Bom dia Susan, como vai?

— Senhora Cullen? — Eu sabia que ela reconheceria a voz — Bem e você? E o bebê?

— Nós estamos bem, obrigada por perguntar. — Eu sorri alisando a barriga.

Desci com atenção as escadas enquanto ouvia Susan me dar alguma recomendação de grávida.

As pessoas sempre tinham um conselho a dar sobre algo que funcionara com elas ou com algum parente próximo. Era sobre o que comer, o que vestir. Posições para dormir, cremes para usar e eu sabia que isso seria muito pior quando minha barriga começasse a aparecer.

— Mas esse creme é ótimo para estrias... — Ela concluiu, animada.

— Ah, obrigada, Susie — Disse, sem realmente estar agradecida por isso. No fundo essas adulações só incomodavam.

— Por nada, se eu souber de mais alguma coisa... Aviso. Agora vou transferi-la para o senhor Cullen, até logo.

Eu não respondi para não estender o assunto. Ouvi a linha chamar quando já tinha atingindo o andar de baixo.

— Oi meu amor! — A voz saudosa e carinhosa me surpreendeu. Eu suspirei fundo, quando um resquício de mágoa ousou reaparecer.

— Bom dia senhor Cullen. — Brinquei, fazendo-o rir.

— A senhora dormiu bem? — Ele quis saber.

— Eu dormi e você? Eu nem se quer percebi sua ausência até que eu o procurei... — Confessei, ouvindo-o fazer um muxoxo do outro lado da linha. — Eu sou uma péssima esposa, eu sei...

— Você é... — Ele fingiu um lamento — Ou eu sou um marido ninja e deixei a cama sem que você sentisse.

Eu ri de Edward e caminhei para a cozinha.

— Ok ninja, você vem para o almoço?

— Temo que não, querida... — Ele suspirou — Tenho uma reunião ás onze que tomara boa parte da tarde.

— Certo. Sendo assim, acho que vou adiantar as coisas na faculdade. O que você acha?

— Bella... — O tom de voz dele me fez ficar alerta — Fique em casa hoje, por favor?

Eu fiquei em silêncio. Quando adentrei a cozinha, vi Leah e George sentados no balcão. George atento com minha agenda em mãos e Leah lendo o jornal.

— Eu estou preocupado... — Edward continuou do outro lado da linha. — Amanhã nós podemos resolver isso junto, pela manhã. O que você acha?

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— Tudo bem... — Disse. Não me importava com seu zelo, ele parecia mesmo preocupado. — Acho que vou pegar um sol então.

— Vitamina D, você faz bem. — Ele riu — Use protetor. Te amo, até mais tarde.

— Até mais tarde. Amo você.

Eu desliguei, tendo os olhares atentos de G e Leah sobre mim. O sorriso de canto de lábios que surgiu na morena me fez corar um pouco. Era nítido a felicidade dos dois. Era como se eles tivessem torcendo por isso o tempo todo. Esperando esse momento o tempo todo.

— Sente-se para tomar seu café da manhã. — Leah praticamente ordenou, fazendo-me sentar-me no lugar vago ao lado de George.

— Eu posso começar agora ou a senhora quer ser poupada? — Ele perguntou, mostrando-me a agenda.

— Poupada. — Murmurei, ignorando os compromissos por ora.

Eu tomei suco de beterraba, laranja e cenoura, mesmo contra minha vontade porque eles disseram que faria bem para o bebê. Eu comi duas fatias de pão. Melão com açúcar salpicada e iogurte natural. Saí da cozinha antes que Leah quisesse me entupir com bolo ou qualquer outra coisa que me faria parecer uma bola obesa antes dos nove meses.

Fugi para a piscina, deitando-me em uma espreguiçadeira, aproveitando os dias raros de sol em Seattle.

Não escapei de George após o almoço. Ele ditou meus cinquenta afazeres em voz alta, enquanto eu me virava no sofá, tentando fugir dele. Enquanto G me passava o telefone e dizia que eu deveria começar imediatamente.

— Esse compromisso não pode ser adiado. A senhora sabe que é com a primeira dama. A empresa do Sir. Edward está patrocinando o evento para o Lar de Idosos Boa Fé.

— Esse nome é horrível. — Sussurro para ele, pegando o telefone de sua mão.

George riu. Eu disquei o número conhecido por mim e suspirei.

— Senhora Whitlock... — Minha voz enrolou-se em uma mais agradável, enquanto eu dava uma risada forçada.

— Isabella Cullen, eu posso saber do motivo de a senhora não estar aqui agora mesmo?

Prendi a respiração. O tom imponente na voz da mulher era assustador. Eu quase podia me recolher, lembrando-me de quando minha mãe brigava comigo por qualquer coisa, podia até me lembrar do tom exigente de Edward quando estávamos vivendo uma farsa juntos. Mas, diferente de tudo que eu vivi no passado, respirei fundo e sustentei a voz firme.

A primeira dama, que é mãe do melhor amigo do meu marido, está praticamente me batendo pelo telefone.

— Sinto muito... Infelizmente não poderei estar com o comitê de organização hoje.

Eu podia ouvi-la bufar indignidade do outro lado da linha. Eu não entendia porque dezenas de mulheres deveriam se juntar, sentar-se em sofás tomando chá e discutindo coisas sobre toalhas de mesa e sobre o buffet do evento. Eu poderia me mobilizar para fazer algo por todos os idosos que estavam abandonados por suas famílias. Mas discutir como gastaria dinheiros de doações generosas em uma festa superfaturada para a alta sociedade de Seattle... Não, com isso eu não poderia confabular... Não dessa vez.

— O que foi? É Edward?

— Não. Eu ainda estou de repouso, recomendações médicas... E sim, Edward ficaria furioso se eu nos colocasse em risco.

— Homens... — Ela bufou — Gravidez não é doença.

— Eu sei... — Murmuro para ela. — Prometo que assim que estiver liberada irei ajuda-la pessoalmente com os preparativos do próximo evento.

— Certo. Certo. Perdi minhas duas assistentes hoje! Não é meu dia. — Ela murmurou irritadiça, eu a ouvi falar com alguém ao lado dela e mordi os lábios. — Jasper, aquele filho ingrato proibiu Alice de me ajudar também.

— Por que Jazz fez isso?

Eu ouvi a primeira dama gritar com alguém que estivesse fazendo algo errado por longos minutos. Afastei o telefone do ouvido, enquanto ela dizia que a escolha do vinho era inaceitável para o público servido. Parecia algo barato, facilmente confundido com suco de uva, de acordo com ela.

— Algo sobre o patrocínio de Edward para o evento — Ela grunhiu, voltando sua atenção para mim — Céus, minha secretária acabou de sugerir um vinho que eu nunca ouvi o nome! Estou perdida, Isabella!

— Eu sinto muito... — Suspirei.

— “Eu vou mata-la, Brigite” — ela continuou gritando com sua secretária — Eu preciso desligar antes que essa incompetente acabe com minha recepção.

Com uma despedida rápida ela desligou.

Segurei o telefone pensando ainda na briga de Jasper e Edward. Estava excedendo alguns limites, já que agora Jasper estava punindo Alice por Edward oferecer mais dinheiro para caridade.

George me liberou de meus compromissos quando eu mesma consegui me livrar da primeira dama.

Por volta das quatro da tarde eu estava na cozinha dando sugestões para o que eu chamava de “jantar de boas vindas para o marido”. Ouvi Leah do apelido horrível que eu havia dado para o jantar romântico, mas ela estava completamente entusiasmada com isso. E disse que contaria para sua mãe assim que fosse possível, porque sabia que ela também ficaria feliz por nós.

— Será uma noite completa? — Leah perguntou, dando um sorriso malicioso.

Eu corei absurdamente.

Sexo... Bella estava em abstinência de sexo.

— Eu espero que seja. — Sorri.

— Uau... Você deveria usar aquele vestido azul que ele adora. — Leah sugeriu, piscando. Eu assenti.

— Certo. E a parte boa é: estão todos de folga... Podem ir quando terminarem.

— Mas senhora... — George tentou intervir, mas eu o encarei. — Tudo bem, vai dizer que vai cuidar de tudo, não é?

— E vou. — Disse a ele, que começou a rir.

Os deixei com suas tarefas e fui animadamente para o quarto... Ansiosa por Edward e pela extensão da noite anterior mais que agradável que havíamos tido.

xXx

No andar de baixo, conferia a última vez meu visual no espelho. O vestido azul um pouco mais pálida do que eu realmente era, mas analisando a peça podia ver que meu corpo havia mudado. O decote em formado de V no meu seio estava mais justo, oferecendo ali uma boa visão para quem visse... Edward provavelmente acharia a ideia de eu sair com ele na rua um absurdo, isso me seduzia.

A maquiagem estava marcante nos olhos e nos lábios um batom cor de vinho. Meu cabelo estava do lado esquerdo do ombro e meu pescoço exibia elegantemente um colar da coleção interminável de perolas que Edward havia me presenteado. Os brincos combinando ficavam escondidos pelos cabelos.

Eu fui à cozinha duas vezes verificar se estava tudo certo. Eu ouvi Leah me avisar que meu assado estava esquentando no forno. Todas as saladas na geladeira e arroz com ervilhas estavam no recipiente em cima do fogão. Tudo pronto.

— Você deveria ir agora... Ele já deve estar chegando — Murmurei para George com sua obsessão em arrumar os talheres e pratos à mesa.

— Eu já estou indo — Ele riu da minha ansiedade — O vinho está separado no balcão e seu suco está na geladeira. A senhora precisa de mais alguma coisa?

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— Preciso que...

— Bella?! — O grito longínquo de Edward me alertou. Estreitei meus olhos sabendo que George entendeu: precisava que ele fosse embora.

— Eu já estou indo! — Respondo a ele.

Vejo George sair sorrateiramente pelos fundos e caminho para a entrada de casa.

— Onde estava? Uau... — Sussurrou ele, me encarando. — Eu esqueci alguma data importante?

— Se estivesse esquecido seria um homem morto agora... — Soltei uma risadinha, enquanto via os olhos de Edward saltarem exatamente para o ponto que eu gostaria.

Ele me tomou em seus braços e me deixei ser abraçada, sentindo meu coração palpitar. Edward cheirou meu pescoço, antes de se afastar para beijar meus lábios.

— Além de linda... Tem um cheiro maravilhosamente bom... — Sussurrou para mim. — Então, nós vamos sair ou...?

— Não. O jantar será em casa. — Mordi os lábios me soltando dele. — Você pode subir e eu vou te dar alguns minutos para tomar banho e vir ficar comigo. Com fome?

— Muita. — Algo me dizia que seu apetite não era de comida.

Os olhos claros de Edward nevoaram, quando ele soltou um deixou escapar um sorriso malicioso pelos lábios.

Eu me virei antes que ele pudesse responder. Ouvi sua risada animada como de uma criança soar, enquanto ouvia seus passos ao subir as escadas. Eu continuei andando para a cozinha, abastecendo nossa mesa de jantar.

Eu ri quando acendia as velas, após arrumar cada travessa em seu devido lugar. Abri o vinho, servindo Edward com uma taça média. E servi a mim mesma com suco de uva... Para que eu não ficasse tão triste por não poder ingerir álcool.

Eu ouvi os passos de volta, misturado com o perfume de Edward e o cheiro delicioso de sua loção pós-barba.

— Espero estar vestido decentemente para a rainha. — Ele brincou, forçando uma reverencia.

Era jeans, camisa social preta dobrada muitas vezes para que o antebraço de Edward estivesse de fora, torneando seus músculos. Sua barba feita e os cabelos no lugar davam um ar de seriedade que sempre o acompanhava. O homem de negócios sedutor. Era essa a visão que suas colegas de trabalho tinha? Bom, era um colírio para os olhos. Mas a sorte é toda minha... Eu sou casada com esse homem.

— Perfeito! — Sorri para ele, sendo completamente sincera.

Meus olhos provavelmente brilhavam.

Era a paz que meu coração tanto precisa. E eu a vi no sorriso convencido de Edward.

— Você já pode se sentar... — Eu disse, enquanto ele continuava me olhando daquele jeito...

— Irei, depois de você. — Ele puxou minha cadeira.

Todo o encanto de recém-casados. Pensei nisso ao me sentar. Observei o gentil marido tomar seu lugar.

Eu servi Edward, enquanto ele observava todo meu movimento, meio atônito com a questão. Eu sabia que ele estava pensativo, mas não sabia bem com o que...

— E como foi seu dia? — Eu perguntei.

— Produtivo. E o seu, o que foi a senhora fez? — Eu vi Edward experimentar o assado de Leah e assentir animadamente. — Isso está bom!

Dei uma risada baixa.

— Liguei com a senhora Whitlock. — Comentei com ele — Ela me disse que Alice não participará do evento do asilo. Jasper não a quer envolvida com nada que a Cullen esteja patrocinando.

Eu vi seus olhos rebaixarem, ficando automaticamente dispersos. Meio triste.

— Não nos resolvemos ainda — Edward disse.

— O que aconteceu entre vocês? — Perguntei.

Edward levantou seus olhos na minha direção, deixando seu garfo de lado no prato. Eu tive a certeza que ele começaria a falar. Um frio percorre minha espinha, como se fosse algo que meu coração não estivesse aberto para aceitar.

Foi então que ouvimos um barulho de vidro quebrando, vindo da direção da cozinha.

— O que... Foi isso? — Ele perguntou, olhando na mesma direção que eu, tentando descobrir algo.

— Eu não sei... — Murmurei assustada — Só estamos nós dois em casa.

— Tem certeza? — Edward perguntou.

George me passou a mente. Mas ele me certificou que iria embora. Então eu assenti, olhando a feição assustada do meu marido.

— Suba sem fazer barulho e use o celular para chamar a polícia. — Ele murmurou em voz baixa.

Eu me abaixei para desfazer o fecho da minha sandália para tirá-la. Edward se levantou pronto para ir à cozinha. Eu não queria que ele fosse sozinho, mas sabia que Edward não deixaria que eu fizesse objeção quanto a isso.

Eu subi as escadas em passos rápidos e silenciosos, correndo pelo corredor e entrando no quarto. O celular estava na cama, disquei 190 rapidamente, ouvindo a voz gravada pedindo para aguardar que em alguns instantes eu seria atendida.

— Boa noite. Qual é a sua ocorrência? — A voz feminina do outro lado da linha estava assustadoramente calma.

— Tem alguém na minha casa... — Eu sussurrei, tentando ouvir algo do corredor.

— Senhora? Com quem eu falo? — A mulher chamou — Estamos localizando seu endereço. A senhora está sozinha em casa?

— Isabella Cullen. Alguém invadiu minha casa, por favor... — Murmurei quando ouvi mais sons de vidro se quebrando.

— Há uma viatura a caminho. Espere trancada no cômodo mais próximo.

Eu olhei pela janela, voltando para o quarto e fechando a porta. As luzes azuis e brancas, juntamente acompanhadas de sirenes se aproximavam.

— Eles estão aqui... — Notifiquem para a atendente, enquanto tentava controlar a forte dor que eu sentia na cabeça.