Nossa Canção

Capítulo 7


Acordei e já fui tratando de me espreguiçar, daquele jeito que toma a cama toda, e me levantei. Se eu não saísse em meia hora, estaria atrasada. Mais uma vez. Segui para o banheiro já tirando a roupa e soltei o maior grito do mundo quando abri a porta.

– Calma, sou eu – Edward estava fora do boxe do banheiro, acabando de se enxugar e enrolava a toalha em seu quadril.

– Que droga, Edward! - Com a mão no peito, respirei fundo e me recompus – Caramba, tinha esquecido que você estava aqui – Soltei um sorriso trêmulo.

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– Desculpe também, eu estava muito silencioso – Acabamos rindo juntos – Eu tomei a liberdade de tomar um banho, espero que não se importe.

– Claro que não, imagina – Eu terminei de tirar a roupa e entrei no box – Tenho que me apressar ou vou me atrasar para o trabalho. Hoje é a minha despedida.

– Como assim, vai sair?

– Ah não, só vou entrar de férias – Sorri – Saiu em um minuto – Escutei seus passos se afastando e liguei o chuveiro. Depois de vestida, fui para a cozinha e não o vi por ali. Encima do balcão tinha um papel com algo rabiscado e uma caixinha de doce.

Não quis te atrapalhar no seu grande dia, aproveite e espero que se divirta. Ah, eu te trouxe isso ontem, sei o quanto gosta dessa torta. Porém, esqueci de entregar. Delicie-se, beijos”.

Nossa, ele lembrou do meu sabor de torta favorito. Homem nenhum faz isso, nunca! Só quando estão interessados...gostando da pessoa. No fundo, fiquei chateada dele ter ido embora sem ao menos ter se despedido. Tudo bem, sentei e comi a torta com um copo de café e sai correndo. Estacionei e entrei correndo. Ops, sem elevadores, por favor! Entrei na minha sala e o Sam já me esperava lá.

– Bom dia, meu amor – Falou ao virar a cadeira em minha direção. Larguei a bolsa no pequeno sofá e sentei a minha mesa.

– Bom dia – Sorri e o fitei – Que sorriso mais lindo – Foquei mais – Oh meu Deus, você tirou o atraso!

– Shi, fala baixo, idiota – Mas não negou e nem parou de rir.

– Hum, que safadinhos. No primeiro encontro, que coisa mais feia – Brinquei, fazendo cara sério.

– Olha só quem fala, a menina que transa por diversão.

– Hei, mais respeito, por favor. Eu não sou desse tipo – Talvez um pouco – Conta-me, como foi?

– Eu cheguei na casa dela, estava tudo a base de velas, o ambiente estava muito afrodisíaco, impossível não ficar com tesão – Gargalhei – O que foi?

– Essa palavra, tesão, é tão tosca – Riu.

– Não enche, Bella – Continuou contando a história e não parava de rir um minuto. Será que o Sam era a mulher da relação? Hum, vou ter que investigar depois.

– Ela é boa de cama? - Eu já me encontrava praticamente encima da mesa, de tão curiosa que estava.

– Bella! - Sua bochecha ficou um pouco rosada.

– Menos, Sam. Se você não contar, ela vai – Revirei os olhos.

– Sim, ela é – Ficou sem graça – Melhor do que eu podia imaginar.

– Que lindo, um homem de trinta e poucos anos e ficando com as bochechas vermelhas – As apertei e foi a vez dele de revirar os olhos.

– Não é todo mundo que fala de sexo como se falasse do clima do dia, Bella – Levantei as mãos em sinal de rendimento.

– Concordo – Ficamos conversando por mais um tempo e logo ouvimos seu nome ser chamado.

Fiquei na sala resolvendo as papeladas que ainda me restavam, assinei algumas coisas, fechei contrato de algumas palestras de saúde e assinei minha ciência de que a Paty ficaria em meu lugar. Às cinco da tarde, saímos e fomos direto para um barzinho com noite do karaokê, o que deixou a Paty e Sam muito felizes. Pois é, eles amam isso.

Bom, eu só canto uma ou duas vezes e depois paro, senão fico pra lá de rouca. Pedi um cosmopolitam e sentei na mesa que tínhamos reservado, a Paty já tomou todo o seu drinque e correu para escolher sua música.

Foi aplaudida pelas pessoas que já não estavam bem do juízo e da audição, e ela se sentiu a maravilhosa do dia. Eu quase rolava de rir com a cara do dono do bar, o Brito, que olhava para mim e fazia sinal de que ia se enforcar. Sério, gente, gritaria de focas sendo atacadas por um tubarão, é mais lindo que ela cantando.

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Com todo respeito as tadinhas das focas.

Sam foi até a playlist e escolheu a música “Hey There Delilah” e até eu parei para escutar. Ele tem uma voz doce, não muito boa, mas escutável. E sem falar que eu amo essa música. Não sei se por Paty já está um pouco bêbada ou se pelo fato de que o Sam cantava olhando para ela, mas seus olhos já se encontravam transbordando de lágrimas.

Eu comecei a cantar a música e só vim perceber depois, que eu estava trocando o nome da Delilah pelo do Edward. Caramba, todas as músicas agora eu vou encontrar algo sobre ele e eu? Deus do céu, eu estou ficando perdida e isso está me apavorando... Estou completa e totalmente ferrada, porque eu não posso negar que sinto algo por ele. Faz pouco tempo, muito pouco tempo, eu sei. Mas, fazer o que se a vida é sacana desse jeito? Pedi doses de tequila e viramos tudo de uma vez só, já ríamos demais e acho que estamos ferrados para voltar pra casa.

– Bella, eu só lamento por você – Disse Paty com a voz grogue.

– Por que?

– Porque você vai pra casa e vai ficar sozinha, enquanto eu e o Sam vamos para minha casa, juntos, e trepar a noite inteira – Cuspi toda a tequila em sua cara após me engasgar com suas palavras.

– Eita moça, pega leve ai que o tadinho é tímido – Gargalhamos. Eles do nada, do nada mesmo, começaram a se pegar loucamente na minha frente e eu fiquei com a maior cara de taxo do mundo.

– Gente – Chamei e eles nem ligaram – Gente – Passei por cima da mesa e fiquei tentando separar os dois – Gente! - Cai por cima da mesa depois de, com bastante esforço, separar os dois – Caramba, que seca miserável vocês estão – Bufei cansada – Esperem pelo menos estarem sozinhos.

– Desculpe – Disse Sam, mas, ele fez menção de agarrá-la de novo.

– Não, peste – Joguei a água nele.

– Não me afogue desse jeito – Nos olhamos sérios por um minuto, mas desabamos em risadas estrondosas.

[…]

Aqui estou eu, com o travesseiro na cara, tentando abafar os altos gemidos que estão vindo do meu quarto de hóspedes. Vocês devem estar se perguntando quem são os causadores, porém, já devem desconfiar também. Maldita hora que chamei esses pervertidos para minha casa! Maldita hora que eles esqueceram/perderam a merda das chaves deles no táxi. Também fiquei com medo de deixá-los sozinhos nessas condições e os trouxe para cá.

Maldita hora, maldita, maldita, maldita. Não, e isso não é o pior! A Paty sempre foi uma mulher fogosa e liberal no sexo, então, acreditam que ela me chamou para fazer parte da diversão?

Puta que pariu, isso não sai mais da minha cabeça!!!

Empurrei eles para o quarto e corri para o meu, tenho que ter cuidado. Não estou no meu normal e não quero fazer algo que vou me arrepender depois. Mas, agora, sou eu que não consigo dormir.

Caramba, ela parece uma atriz pornô gritando desse jeito. Sinto cheiro de reclamações amanhã em minha porta e o pior é que vão pensar que foi eu. Levantei bufando e segui pelo corredor.

– Parem de serem tão escandalosos, eu já entendi que a coisa está boa ai – Bati com força na porta e eles fizeram menos barulho. Mas ainda era possível escutar os gemidos.

– Vai minha putinha, eu sei que você gosta – Ah meu Deus, meus ouvidos não mereciam isso. Argh, vou ali me matar. Acendi a luz da cozinha e peguei um calmante na gaveta, tomei junto com a água e voltei a deitar. Demorou, mas o remédio fez efeito, peguei no sono meia hora depois e apaguei de vez.

[…]

Levantei com uma tremenda dor de cabeça...mentira, por incrível que pareça, estou me sentindo normal. Abri a porta do quarto e fui recebida pela soada de alguém vomitando no banheiro principal.

– Isso, sua peste, espero que morra afogado no seu vômito – Falei. Pois é, como viu, eu sempre acordo de mau humor de manhã. Não importa se tive uma boa foda ou não, é sempre assim. A porta foi aberta e de lá saiu o Sam com a cara mais amassada possível.

– Bom dia para você também – Saudou com a cara fechada.

– Café?

– Já olhei no seu armário e está em falta.

– Droga, vou ter que ir comprar ali na esquina – Entrei no quarto e já fui vestindo uma roupa que tinha separado.

– Vou com você, tenho que comprar remédio para enjoou.

– Eu...

– Também está em falta – Sorriu ao me interromper – Está na hora de fazer umas compras. Passa tanto tempo trabalhando que nem se dá conta disso.

– Tem razão – Terminei de calçar as botas sem salto e fiquei de pé – Vamos? - Assentiu. Peguei as chaves do carro e saímos. Apertei o botão do elevador, aqui não tem risco de entrar ninguém morrendo, pelo menos eu acho. Então, esperamos.

– Vocês deviam fazer um filme pornô. Nunca escutei tanta sacanagem numa noite só – Sam gargalhou alto e deu de ombros.

– Não acredito que a Paty te chamou para se juntar a nós – Fiquei de costas para o elevador e de frente para ele, com cara de chocada.

– Você se lembra disso, safado?

– Claro que sim, vai ser difícil esquecer sua cara – Rimos.

– Deus, vocês são animais – O elevador apitou e as portas abriram – Não sabia que você gostava de sexo selvagem – Falei e ao me virar, dou de cara com o Edward. E posso dizer, sua cara não estava nada boa.

– Oi, Edward, o que faz aqui? - Continuei sorrindo.

– Por que, atrapalho algo? - Perguntou com a cara fechada. Ah não, estou mesmo conhecendo o Edward ciumento, justo agora?

– Não, estamos de saída para o mercado – Falei.

– Oi, você deve ser o Edward – Sam notou a tensão entre nós e se manifestou. Estendeu sua mão para que ele apertasse e com muito mau gosto, ele o fez – Sou o Sam, amigo da Bella – Ele me empurrou para que entrássemos no elevador – Acho melhor nos apressarmos antes que Paty acorde.

Já tinha até esquecido!

– Paty? - Perguntou ele.

– É – Fiquei em dúvida – A namorada? - Olhei para Sam com cara de interrogação e ele deu de ombros – Isso, a namorada do Sam – Edward pareceu relaxar um pouco mais depois de ouvir isso.

– Ah sim, legal – Sam me deu uma cutucada nas costelas e quando o olhei, ele sorriu e apontou para Edward.

– Hã, Edward, você...bem, você quer ir ao mercado comigo? O Sam vai ter que ir à farmácia de qualquer jeito e não gosto de fazer compras sozinha – Ele parou e pensou um pouco e me olhou com um sorriso no olhar.

– Tudo bem, já que estou aqui mesmo – Então, entramos no meu carro e antes deixei o Sam em frente a farmácia e ele prometeu me encontrar no mercado. Estacionei e fiz uma lista no meu celular do que eu lembrava que faltava. Peguei um carrinho e começamos a pegar as coisas pelos corredores. Paramos na parte de doces e salgados e comprei uma torta de chocolate com morango, um bolo normal para tomarmos café da manhã e comprei mais algumas coisas. Comprei iogurtes, refrigerantes, heinekens, sucos e por ai vai. Comprei dois tipos de sorvetes, vinhos são importantes. Carnes e outros frios.

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– Ufa, acho que é só isso – Falei e Edward continuava calado – Olha, Edward, eu não sei o que te deixou tão emburrado. Mas, de mal-humorada já basta eu. Se for ficar assim, é melhor ir embora – Ele me encarou e fez menção de sair – Não, espera – Segurei seu braço – Desculpe, foi bem rude o que falei – Respirei fundo – Só me diz o que está te incomodando.

– Não foi nada – Ele passou tanto tempo calado que foi até estranho ouvir sua voz.

– Edward... - Ralhei e ele acabou sorrindo.

– É uma coisa boba – Levantei a sobrancelha quando vi que não ia continuar.

A moça do caixa chamou minha atenção ao dizer o total das compras e a paguei. Coloquei todas as sacolas no carrinho e empurrei até o carro. Com a última sacola dentro do porta-malas, fechei a porta e empurrei o carrinho até a entrada do mercado.

– Eu fiquei com ciúmes do Sam – Falou ele do nada e me virei para ver se ele não estava brincando com a minha cara.

– O que disse?

– Eu achei que você e o Sam.. Você sabe...

– Você está brincando, certo? - Perguntei sem acreditar.

– Não, Bella, não estou.

– Mas eu te disse que o Sam é meu melhor amigo.

– Mas eu não sabia que aquele cara é o Sam que você tinha me falado – Olhou-me com cara de triste.

– Desculpe, eu não tenho direito algum de ter ciúmes de você.

– Não, está tudo bem – Reprimi o sorriso que estava dentro de mim pela alegria que senti – Eu não ligo – Nesse mesmo instante, vi Sam entrar em nosso campo de vista. Ele acenou e começou a se aproximar do carro.

– Ciúmes – Falei baixinho – Gostei dessa – Falei sorrindo e liguei o carro.