Nossa Canção

Capítulo 26


— Onde estamos indo? - Pergunto pela milésima vez desde que Edward me acordou para, finalmente, me mostrar qual era a sua surpresa.

— Não vamos muito longe, só me siga – Segurou minha mão. Descemos as escadas e saímos para o ar frio do começo do dia. Fecho mais o meu casaco e sigo o Edward, quando o mesmo me puxa para o lado esquerdo da rua. Paramos em frente ao prédio vizinho ao meu e ele me faz ficar de frente para o mesmo.

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— Ok, o que está acontecendo? - Estou bem ansiosa.

— Continue andando – Sorri – Não acredito que você ainda não adivinhou – Balança a cabeça divertido.

— Edward, não – Tento o parar – Não podemos entrar ai.

— Claro que eu posso, bom, podemos – Pega uma chave no bolso e abre a porta que dá para o saguão.

— Como conseguiu isso? - Ele não fala nada. Acena para o homem que está descendo as escadas e ele nos cumprimenta de volta.

— Edward – O puxo mais uma vez.

— Calma – Subimos as escadas até o 2° andar, o elevador estava em manutenção. Ele me virou de frente para uma porta e a abriu.

— Surpresa! - Grita não tão alto, todo animado. Fico sem reação e o fito.

— Desculpe, mas o que isso deveria significar? - Ele rola os olhos.

— Lembra quando minha mãe disse que não gostava muito de visitar as pessoas, porque não gostava de dormir na casa delas? Então, eu estava andando por aqui e vi o anúncio de “Vende-se”. Ai pensei: por que não? Então, entrei em contato com o dono do apartamento e fechei o negócio. Daí, sempre que ela quiser vir nos visitar, terá onde ficar. E claro, vai ser bom também para eu não ficar enchendo o seu saco.

— Você… você comprou esse apartamento? - Ignorei a última parte da frase dele.

— Sim, não é o máximo – Eu não sei, penso – Vem ver o mais bacana – Sai me puxando até a janela – Dá para ver o seu apartamento daqui – Levanto um pouco minha cabeça e avisto minha janela.

— Nossa – Murmuro.

— Agora – Vira-me para ele – Mesmo você não querendo me ver, eu vou estar bem aqui – Dou um sorriso não tão confiante quanto o dele – Gostou?

— Nossa… uau, isso é uma surpresa e tanto – Olho ao redor – E já está todo mobiliado.

— Comprei ele assim, não queria ter todo o trabalho de ter que procurar coisa por coisa. Mas não é tão ruim assim, a gente pode dar uns toques depois – Beija meu rosto. Não consigo ficar mais tensa, vejo o brilho em seus olhos e o sorriso que não sai de seus lábios e sorriu também.

— Você gostou, está feliz?

— Bastante.

— Então, é isso que importa – O beijo – Caramba, dessa vez você me pegou de surpresa mesmo. Não esperava por essa.

— Vem conhecer o resto do apartamento – Andamos um ao lado do outro e ele foi me mostrando cômodo por cômodo. Não é muito diferente do meu, a não ser pelo tamanho. Esse aqui é bem maior, espaçoso. Vai ser bom para sua família ficar aqui quando virem.

O apartamento tem três quartos, dois banheiros, uma cozinha bem espaçosa e a sala de TV e jantar são juntas, mas bem dividida.

— Muito legal aqui, não sabia que os apartamentos poderiam ser tão diferentes.

— Bom, se você quiser… assim, a gente… a gente pode se mudar para cá – Dou leves tapinhas em seu peito.

— É um convite muito fofo, mas vou ficar no meu lugar – Sorriu – Agora temos que ir, tenho que tomar as porcarias dos remédios – Faço muxoxo.

— Então vamos, temos que comer também. Vou cuidar bem de você – Derreto-me.

— Amo quando cuida de mim – Ele passa o braço por meus ombros e eu abraço sua cintura e voltamos para casa, com conversas bobas fluindo entre nós.

Assim que entramos, o Edward me faz sentar na mesa da cozinha e fico assistindo enquanto ele, com toda sua mestria, cozinha para nós dois. Ele está puxando assunto comigo, mas estou respondendo superficialmente. Ainda estou perturbada com a surpresa do dia.

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Eu não quero parecer uma pessoa sem coração ou chata, mas é que eu não achei uma boa ideia ele ter um apartamento tão perto do meu. Aqui é o meu refúgio, gosto de ter onde me isolar e ficar longe de todos para ter meus momentos. Ai você fala: Mas o apartamento é do outro lado, não é nem no seu prédio.

Bom, eu sei. Mas vocês lembram que a janela dele dá para a minha? Só esse detalhe.

Eu não quero demonstrar que não estou muito feliz com a notícia, pois ele está tão feliz. Parece uma criança que comprou seu primeiro presente para a mãe com o próprio trocado. É de encher o coração. Não é o fim do mundo, eu posso engolir e passar por isso.

— Bella! - Assusto-me ao vê-lo tão perto. Minhas bochechas coram um pouco, como se ele tivesse ouvido os meus pensamentos – Às vezes você me assusta. Quando se perde em pensamentos, seus olhos ficam desfocados e sem brilho.

— Desculpe – Sorriu fraco – Você me deu o que pensar – Droga, falei demais.

— Sobre o que? - Seu rosto se amplia como se ele tivesse entendido – Não gostou da ideia do apartamento?

— Não, não é isso – Faço o meu melhor para ele não sentir a verdade.

— Meu amor, se você achar que isso é demais, é só me contar – Senta perto de mim – Eu não quero parecer sufocante para você.

— Pelo amor de Deus! Não, meu amor. Esquece isso – Acaricio seu rosto – Se você está feliz, eu fico feliz.

— Tem certeza? - Seus olhos estão perdendo o brilho de antes e me sinto mal por isso.

— Sim – Olho por cima dos seus ombros – Amor, acho que seu bacon está queimando – Ele salta da cadeira, a derrubando para trás, e corre até o fogão.

— Droga, acho que vou ter que comer um pouco da sua comida – Resmunga de cara feia.

— Argh! Não sei porque tenho que comer tanta comida saudável, não estou morrendo – Reviro os olhso.

— Mas tem que. Você quer sentir dor? - Fito o pão integral em minha frente – Responda.

— Não, papai, eu não quero.

— Deus me livre ser o seu pai! - Faz careta – Agora, vamos comer. Tomou os remédios? - Opa!

— Acho que sim – Não tomei, não. Ele vai até o balcão e pega meus dois remédios e me entrega com um copo de água. Engulo tudo, depois de ter quase vomitado, e ele enfim me deixa comer em paz.

— Ed, quando vai começar seus shows? - Falo com a boca cheia de pão.

— Estou esperando o pessoal ligar, não sei de nada. Preferi não me envolver muito, queria relaxar.

— Hum – Resmungo – Às vezes queria que você fosse uma pessoa normal.

— Eu sei que é difícil – Entende o que quero dizer – Mas vamos conseguir superar isso – Segura minha mão e a beija.

— Espero – Suspiro um pouco triste – Eu já terminei – Limpo minha boca e fico esperando ele terminar o seu café também. Então, pego nossas coisas e levo até a pia, as lavando em seguida.

Vou para a sala e abro o sofá-cama, pego um cobertor bato no meu lado para ele sentar perto de mim.

— Eu amo ficar assim, abraçadinha, com você – Murmuro quando ele senta perto de mim e me abraça.

— Bella, você está tão mais dócil ultimamente – O encaro – Você era uma pessoa bem difícil assim que te conheci.

— Eu sou o próprio poço da doçura, meu bem – Gabo-me.

— Sim… sei… Não sei como consegui ficar com você até hoje.

— Porque eu queria seu corpo, então deixei você achar que conseguiu me seduzir – Ele dessa vez gargalha alto, de um jeito que nunca tinha ouvido.

— Vejo que também é o poço da humildade – Segura meu queixo – Meu bem, eu sou um homem romântico, mas posso ser bem cafajeste quando quero. Você já era minha antes mesmo de saber, eu tenho a lábia certa para cada mulher – Bato em seu peito.

— Me respeita, safado – Segura meus braços e sorri – E todos sabemos que você só me pegou porque eu quis – Enfatizo o “eu”.

— Tenho certeza que foi o meu sorriso infalível que fez sua calcinha cair para mim – Agora é minha vez de rir alto.

— Como está safado, meu Deus.

— Sempre fui – Beija-me – Aceite, fui eu quem te conquistei.

— Vai sonhando.

— Você não quer admitir que o jeito como eu te beijei – Encosta sua boca em meu ouvido e sussurra – Que o jeito como te despi, beijei seu corpo e te fiz gozar como nunca, foi o que te conquistou? - Fecho os olhos e sinto minha boca seca, todo o meu corpo está arrepiado.

— Acho que nunca vamos saber – Sorriu e ataco sua boca. No mesmo instante, o celular dele começa a tocar.

— Qualquer dia eu vou estourar esse celular na parede – Bufo e caiu para fora de seu colo. Ele levanta e vai mais para perto da janela.

— Alô? Ah, oi Atom. Esperava que o Gary ligasse – Fala confuso – Tudo bem, sem problemas. Mas então, o que temos para os próximos dias? - Ele percebe que levanto e fica me assistindo enquanto vou até a cozinha, na minha porta secreta do paraíso, e pego uma caixa de bombons.

Sento no sofá e vou colocando um deles dentro da boca, e sinto um baque em minha mão. Edward acabou de dar um tapa em minha mão!

— Hei! - Grito. Ele põe a mão no telefone e me olha feio.

— Você não pode comer essa porcaria, Isabella. E você sabe disso, devolva isso ao lugar dele, já!

— O lugar dele é em minha boca – Pego outro e faço menção de comer.

— Atom, eu te ligo de volta – Desliga o celular sem esperar uma resposta. Sua expressão me assusta, ele não está mesmo para brincadeiras. Levanto do sofá e dou um passo para trás quando ele vem em minha direção.

— Não, não. Pode ficar bem ai onde você está – Falo.

— Bella, eu não acredito que vamos ter essa discussão mais uma vez. Você fica agindo como criança mimada quando sabe que isso vai te fazer mal – Ai!

— Edward – Ativo meu modo sarcasmo – Se você reparasse mais em minha face, perceberia que estou pouco me ferrando por causa disso. Aliás, você vai pagar pelo chocolate que foi parar embaixo do sofá – Dá outro passo e eu recuo – Não. De repente, sua expressão de raiva muda para sorriso desafiador.

— Você quer mesmo brincar esse jogo comigo, Isabella? Vai perder como da outra vez.

— Só que dessa vez, eu tenho uma dignidade um filho a salvar – Abraço firme a caixa de bombom contra o peito. Sem menos esperar, ele começa a correr atrás de mim. Não perco tempo e corro para longe dele até onde posso. Não se tem muito para onde correr aqui, mas não vou desistir fácil.

— Não tem como escapar, Bella. Vou te pegar a qualquer momento.

— Você disse que ia me pegar, só não disse que jeito – Sorriu maliciosa e entro na cozinha.

Ele agora está de um lado do balcão enquanto me refugiu do outro. Seus olhos estão brilhando de excitação e posso dizer que meu corpo também está amando isso.

— Você fica tão sexy com seu peito nu subindo descompassadamente, esse cabelo bagunçado e esses olhos seduzentes – Falo – Tenho vontade de pular encima de você e fazer loucuras, bem aqui – Aliso o mármore frio do balcão – Mas, infelizmente, você quer me roubar algo que amo muito – Faço beicinho.

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— Te garanto que o que eu posso te dar é muito melhor que isso – Sorriu para ele e o mesmo tenta me pegar.

— Acho que não – Estamos agora onde o outro estava antes – Acho melhor você desistir – Para provocá-lo, pego um bombom e desembrulho. Ele me repreende com o olhar e sorriu mais ainda.

— Acho que vou ter que comer esse daqui – Vou aproximando da minha boca e fecho um pouco os olhos para saboreá-lo. Em um movimento rápido demais, Edward está pulando o balcão e me levando ao chão com ele. Caímos deitados com o corpo metade dentro da cozinha e metade na sala.

— Ai – Resmungo – Você é pesado, seu ogro – Tento empurrá-lo, mas é em vão. Os bombons estão a centímetros de mim e posso sentir o cheiro deles. Minha boca enche de saliva.

— Agora, você vai ficar presa pelo resto do dia por ter me desobedecido.

— Não ferra, Edward. Sai de cima de mim – Grito sufocada.

— Só se você prometer que não vai comer nada que vá te ofender. Você sabe que não pode, tenta se segurar até o tratamento acabar – O que eu não faço quando ele me pede desse jeito e com esse olhar de menino que se perdeu da mãe?

— Mas Edward, tirar chocolate de mim é como me dar um homem brocha: não vai me fazer feliz – Ele coloca a cabeça para trás e gargalha alto.

— Senhor, você vai me matar qualquer dia desses. De onde vem esses seus lemas esquisitos? - Dou de ombros.

— Você promete? - Arqueia a sobrancelha.

— Ok, eu prometo – Bufo – Mas só até eu melhorar.

— É só o que importa – Dá-me um beijo rápido.

— Agora sai de cima de mim – Ele sorri malicioso.

— Você não reclama das outras vezes – Bato em seu peito.

— Sai logo – Mas não posso deixar de rir – E você tem uma ligação a ser feita – Ele recupera sua consciência disso e se levanta, me ajudando em seguida.

Ele faz seu caminho até a sala e busca seu celular na mesa de centro.

— Vou prender meu cabelo.

— Devolve – Ele fala e estende a mão.

— Mas o quê… - Não termino a frase e saiu correndo, parando apenas quando estou seguramente trancada no banheiro.

Puxo o bombom do meu bolso, que escondi no primeiro momento de distração dele, e ponho na boca. Oh Deus, isso é tão bom. Se eu morrer, valeu a pena. Termino de engolir e trato de amarrar o cabelo de um jeito bacana.

Faço meu caminho para a sala e encontro Edward sentado no sofá. Ele levanta a cabeça e pede que eu sente com ele. Desconfiada, eu sento e fico o encarando, esperando algum tipo de explosão.

— Não vai falar nada, está bravo comigo? - Fico de frente para ele.

— Um pouco – Balança a cabeça, desaprovando meu ato – Mas a gente tem que conversar.

— Ih, lá vem – Arrumo-me no lugar – O que foi? - Ele não se contém e me puxa para seu colo, me fazendo sentar de frente para ele.

— A Atom me passou minha agenda de shows, e já tenho show para depois de amanhã – Sinto um frio na barriga. Caramba, mas já? - E eu terei que viajar ainda amanhã.

— Por que tão depressa?

— Você sabe, os ensaios, passada de som e tudo o mais. Ela já queria que viajássemos hoje, mas neguei até a morte.

— Entendo – Falo desanimada.

— Você vem comigo, não é mesmo?

— Baby, eu não acho que seja uma boa ideia – Franze a testa.

— Por que não?

— Estou doente, não vou ser uma boa companhia, só vou te deixar preocupado. Você precisa se concentrar.

— Se você ficar é que vou me preocupar, Bella. Lá eu posso cuidar de você.

— Meu pai pode ficar comigo, eu não vou ficar sozinha. Por favor, não discuta sobre isso – Acaricio seu rosto – Sem falar que eu odeio viajar não estando muito bem de saúde. Entenda.

Ele fica me olhando e mudando a cabeça de um lado para o outro.

— Bella, você não está fugindo, não é? - Seus olhos ficam tristes.

— Claro que não, não seja bobo – Toco seus lábios com os meus – Eu só não esto em boas condições, só isso.

Se remexe embaixo de mim e segura meu rosto.

— Você vai mesmo ficar bem? - Dentro de mim, suspiro aliviada por ele não começar uma briga.

— Eu vou ficar, meu pai pode vir ficar comigo durante o dia – Seria minha mãe, se ela não tivesse sido tão… Ai, prefiro nem pensar!

— Mas e durante a noite?

— Vou estar dormindo, não vai precisar ninguém cuidar de mim – Ele abre a boca para falar – Ou eu posso chamar alguma das minhas amigas ou o Sam para ficar aqui.

— Amigas, por favor – Diz.

— Pensei que tivesse superado o Sam – Reviro os olhos.

— Meninas serão sempre mais bem-vindas – O olho com o olhos semicerrados.

— Estou de olho, safado – Ele ri, mas logo fica sério.

Segura as minhas mãos e fica as analisando por um tempo. Eu não consigo decifrar o que ele pensa, seu rosto está pacífico demais.

— Tem algo a mais que está te chateando? - Ele continua calado – Amor? - Levanta seu olhar até encontrar o meu, estão tristes de novo.

— Bella, você sabe que as coisas vão ficar difíceis mais uma vez, não sabe?

— Tenho noção disso.

— Vão ser muitos shows, muitas viagens, assédio da mídia, dos fãs.

— Eu sei.

— Eu estou com medo que você não consiga lhe dar com isso e me deixe – Meu coração dói ao ouvir isso.

— Eu disse que ia ficar e tentar, não disse? - Ele balança a cabeça – Eu sei que não vai ser fácil, tudo vai tentar nos jogar em direções opostas e também sei que isso vai nos desgastar. Mas eu te amo, caramba, eu prometo que não vou desistir tão fácil de você.

— E se desistir? - Não sei o que dizer para acalmá-lo. Eu também não sei como vão ser as coisas, eu o amo, mas não sei qual o meu limite.

— Edward, nada de medo ou pensamentos negativos agora. Estamos felizes e vamos fazer de tudo para continuar assim, ok?

— Você vai tentar o mais forte que você poder?

— Vou tentar o quão forte você tentar – Aconchego-me em seu peito – Estamos juntos nessa e tenho bons sentimentos sobre tudo.

— Bella, eu só te peço que se eu fizer alguma coisa ou tiver algo que está te incomodando, que venha falar comigo imediatamente.

— Te digo o mesmo – Acaricio seu peito com meus lábio e ele se arrepia.

— Eu te amo tanto, não suporto a ideia de te perder. Eu sei que sou muito ciumento e não consigo controlar isso, faço coisas que não te agradam. Mas é porque te amo.

— Edward, por que você é tão inseguro sobre si mesmo? - Sinto seu corpo ficar tenso.

— Digamos que eu costumava fazer coisas que faziam as pessoas me quererem longe.

— Como assim? - Espero por mais palavras, mas só vem o silêncio – Fala comigo.

— Não quero te estragar com as merdas do meu passado, Bella. Deixa elas lá onde devem ficar, o que importa é o nosso futuro.

— Eu gostaria de saber – Insisto.

— Não hoje – Beija o alto de minha cabeça – Não queira saber, vai ser melhor assim.

— Hoje não, tudo bem – Mas não vou desistir. Quero respeitá-lo, mas se ele não quiser me contar, eu procuro outra pessoa.

Edward está falando com a moça do balcão, fazendo seu check-in para o embarque. Ela sorri para ele e o mesmo caminha até mim.

— O meu voo já vai sair – Abraça-me e ficamos cara a cara – Odeio ter que deixá-la.

— Sua aposentadoria pode sempre vir mais cedo – Brinco.

— Ou você pode vir sempre comigo.

— Não começa – Eu bem sei que ele ainda não engoliu o fato de que não vou com ele.

— Se comporte na minha ausência, não faça nada imprudente.

— Como se você não fosse ficar sabendo pelos sanguessugas da fama.

— Quem? - Riu.

— Os paparazzis, meu bem – É sua vez de rir.

— Não sei de onde vem tanta criatividade da sua parte.

— Sou uma artista, apenas aceite – Gabo-me. Escutamos o seu voo ser anunciado nos altos-falantes.

— Tenho que ir – Abraça-me apertado e sinto meu coração ficar menor que um grão de areia.

— Se cuida, não exagere muito nas festas. Eu sei o quão atirada a Atom pode ser, e sei também que tem fãs que são bem descaradas.

— Eu vou me cuidar, e você também. Cuidado na vida, estou de olho.

— Eu sei que estará – Fico na ponta dos pés e beijo-o. Um beijo longo e apaixonado.

— Te amo – Fala e começa a andar.

— Também te odeio – Falo alto o suficiente para ele ouvir. Ao chegar no portão, ele para e acena. Mostra o celular e leio em seus lábios que ele manda eu ficar esperta sobre o celular. Aceno que entendi e lhe mando um beijo. Ele desaparece e me sinto sozinha no mesmo instante. Quer dizer, estou mesmo sozinha. Mas é um vazio que só ele pode preencher.

Lembro que meu carro ficou na esquina do aeroporto e tenho que me apressar se eu não quiser ser multada. Faço meu caminho até o carro, andando o mais rápido que posso, até que sou parada por uma mão grande e forte.

— Bella? - Encaro o homem a minha frente e sinto meu queixo cair.

— Sebastian? - Ele abre um grande sorriso. O sorriso que um dia já fez minha calcinha sair correndo de meu corpo. Senhor, é o Sebastian, o homem que já foi a melhor foda da minha vida!