Almost Lover - Parte 1

D E Z E S S E I S


P.O.V Emily

Eu havia comprado um café na lanchonete daqui, que ficava perto da praça, e eu observava a janela do hotel tomando goles pequenos da bebida, e sorrindo feito uma boba quando Brianna se sentou ao lado de um garoto tímido. Eu a estava vigiando fazia dez minutos, e estavam conversando em pé todo o tempo. Óculos remendados, calça jeans e camisa quadriculada azul, o garoto era um nerd assumido. E ela sorria bem simpaticamente, de maneira simpática um pouco acima do normal, o que está acontecendo entre os dois?

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Os dois riem novamente e ela de repente me vê, sorrio para ela, mas ela finge ajeitar o cabelo e a cortina se fecha sozinha bloqueando a minha visão, era ela usando seus poderes. Reviro os olhos e alguém bate na minha porta. A abro e Steve entra nervoso no quarto.

—O que foi? - pergunto preocupada. O loiro continuou andando em círculos preocupado.

—Dá para ver da janela? - pergunta afastando a cortina. Bufou nervoso olhando para a cidade, e pude compreender que ele estava vendo Brianna com o rapaz na praça. Revirei os olhos fechando a cortina sobre reclamações dele - Você sabia disso?

—Sabia, estão conversando tranquilamente por dez minutos apenas - respondo, mas ele continua tenso - Relaxa Steve, os dois estão apenas conversando. E além do mais, Bri já tem dezesseis e sem histórico nenhum de namorados. Já passou da hora de ter algum - explico, mas o loiro apenas bufa passando a mão pelo cabelo.

—Não acredito que você vai apoia-la nisso - comenta com uma pitada de ironia. Afirmo com a cabeça.

—É a vida dela! Ou você quer o quê? Arranjar um noivo para ela como se fazia durante a monarquia? - pergunto irônica e ele revira os olhos olhando para outra parte do quarto.

—Ela ainda é muito nova para isso! - exclama nervoso gesticulando com as mãos. Respira fundo e olha para mim novamente - E se aquele cara magoar ela? Brianna vai ficar arrasada - explica e suspiro complacente com a preocupação de pai dele.

—É assim que funciona, Steve. Garotos machucam os corações das garotas, e elas continuam até achar algum que não quebre o coração delas. Entendeu? - pergunto colocando a mão sobre seus ombros. Ele olha para mim curioso.

—Já fizeram isso com você? - pergunta curioso e afirmo com a cabeça.

—Várias vezes, e com um único garoto - respondo e ele pergunta quem estou falando. Aposto que na cabeça dele, ele é o cara - O Emanoel. Na época ele não sabia que eu gostava dele, e por isso, ficava com as garotas quebrando o meu pobre coração frágil de adolescente - dramatizo e ele ri um pouco - E antes que você me critique por gostar do Emanoel, ele era definitivamente diferente quando éramos crianças - expliquei e ele afirma com a cabeça - Não se preocupe, ela vai ficar bem - aconselho terminando o café e o deixando o loiro no quarto pensativo.

Depois que passei no mecânico lhe oferecendo quinhentos dólares para consertar o meu carro primeiro, o que ele aceitou de imediato, para o meu alivio. Avisei a Brianna, que sorriu quase que orgulhosa do que eu fiz. Eu disse também para se preparar para partir amanhã de manhã.

Agora, nesse exato momento, estou no bar ouvindo rock clássico e bebendo um pouco de uísque. Não é nenhum escocês do meu pai, mas dá para o gasto. E fazer o quê? As vezes pareço a cópia do meu pai na versão feminina, o que é a pura verdade.

Brianna havia me apresentado ao garoto quando eu disfarcei estar passando por lá e encontra-la por acaso, pude perceber o quanto ela ficou irritada com aquilo, mas é obvio que ela não deixou o garoto, que se chama Kurt ver aquilo. Estavam conversando o dia inteiro, e até almoçaram juntos.

Eu liguei para Hannah havia quinze minutos, e levei uma baita de uma bronca da loira quando contei tudo o que estava acontecendo. Quem diria, eu levando bronca das minhas duas filhas, parece que os papeis se inverteram. Ela disse que eu deveria de uma vez por todas me decidir, e não ficar nesse jogo de ficar remediando algo que alguma hora, vai ter que acontecer, seja eu perdoar o Steve ou acabar logo com tudo. Mas o que ela não sabia que passar anos com uma pessoa pode tornar as coisas difíceis demais para dizer simplesmente “adeus”.

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Nunca fui muito boa de me despedir das pessoas, no enterro da minha mãe é um bom exemplo, eu não disse uma única palavra o tempo todo, somente o padre e alguns poucos amigos dela, que eu mal conhecia. Mas o ponto é que eu apesar de ter superado a morte da minha mãe de maneira bem rápida, não superei ainda muito bem o fato que o meu casamento já estava virando fumaça.

Erámos um casal de verdade quando estávamos namorando até no máximo quatro anos de casado, a partir daí, a rotina prevaleceu e relaxamos bastante, e ainda veio a Brianna, colocando mais stress em cima de nós dois, e piorou bastante a situação. E sempre me perguntei o que raios aconteceu com a gente, bom, uma coisa bem simples, duas na verdade, relaxamento e rotina.

Se eu quisesse dar a volta por cima, eu teria que inovar em algo. Viagens sempre funcionou, mas por pouco tempo. Sexo funciona também, mas por menos tempo ainda. Mas o quê então? Até passou pela minha cabeça pedir conselhos a Brianna, já que ela entende tanto do assunto, mas aquilo era tão absurdo que decidi deixar para lá.

Terminei o meu primeiro copo, e pedi por outro, e enquanto aproveitava a bebida, alguém se sentou na minha frente, olhei de imediato e abaixei o celular, não era Steve e nem Brianna, era Loki bem na minha frente e sorrindo.

—Sentiu saudades? – perguntou e eu estava tão surpresa que mal me mexi, só senti meu corpo se levantando e o abraçando com força e saudade – Novamente, pelo jeito sim – responde risonho enquanto eu sorria feito uma boba pelo meu amigo estar aqui comigo, novamente.

—É claro que eu senti, seu bobo – brinco e ouço ele rindo também – O que você está fazendo aqui? – pergunto me distanciando um pouco e me sentando no banco a sua frente, onde eu estava antes.

—Não posso te visitar? – perguntou e assenti com a cabeça.

—Claro que pode, só apenas estranho depois de tanto tempo – respondo animada e ele afirma com a cabeça.

—Desculpa – diz com um sorriso de lado e me olhando nos olhos – Asgard enfrentou inimigos bem poderosos, e bem, como rei, tive que ficar à frente da batalha – explica e afirmo com a cabeça.

—Ah sim, claro, eu entendo. E está desculpado – digo e ele sorri tocando a minha mão, e não estranho o seu toque, era o toque de um amigo, eu sei que era, mas Steve nunca concordou.

—Que bom – sorri.

—E a Rachel? Como ela está? – pergunto necessitando de informações, eu não falava com ela fazia anos, aquilo era demais para mim.

—Bem, muito bem para falar a verdade – responde e gemo em frustração, o fazendo rir. Eu precisava de mais informações. Me encosto no banco ao em vez de me apoiar na mesa.

—Loki... – reclamo e ele ri ainda mais – Por favor... – peço e ele nega com a cabeça.

—Sabe... Eu sei o que você pensou a uns dois dias atrás – conta mudando de assunto e olho curiosa para ele.

—Sabe? – pergunto não disfarçando a minha curiosidade, o deixando satisfeito.

—Você se perguntou se não poderia passar algum tempo em Asgard – conta e escondo o rosto com as mãos com vergonha, ele ri de novo tomando um pouco do meu uísque, e nem ligo, já até esqueci dele.

—Eu estava precisando de um lugar para ficar, você entende, não é? – pergunto e ele afirma com a cabeça deixando o copo no lugar novamente.

—Você desistiu? – pergunta limpando os lábios com um guardanapo de papel.

—Sinceramente? Não sei – respondo – As coisas dentro da minha cabeça estão tão bagunçadas que receio daqui a pouco decidir ir para um lugar totalmente novo, com o Steve, sem ele... Ah, eu não sei! – digo arfando e passando a mão pelo rosto.

—Eu entendo. Você queria ir para Malibu, não é? Ficar perto do seu pai, do seu irmão – pergunta e afirmo com a cabeça – Passe alguns dias em Asgard antes de ir para Malibu, ou se quiser, pode ser ao contrário, tanto faz – oferece e olho surpresa para ele – O que foi? Sou rei, posso fazer o que eu quiser – diz risonho e rio baixinho.

—Tem certeza mesmo que eu posso ir? – pergunto receosa, eu não gostaria de colocar o Loki em problemas com quem quer que fosse – Por um lado eu gostaria muito de ir, ver a Rachel, conhecer o seu mundo, mas e a Brianna? – pergunto preocupada e ele só sorri de lado entendendo a minha preocupação.

—A leve também – responde sorridente – Vai ficar tudo bem aqui, Emily, apenas relaxe, está na hora de se preocupar com você mesma também – aconselha e afirmo com a cabeça. Ele toca a minha mão novamente se apoiando na mesa com os braços – Por anos você passou se preocupando com as suas filhas, ou o trabalho e o seu marido. Agora é a sua vez, pense em si mesma antes dos outros – aconselha novamente e concordo com tudo o que ele diz, mas é algo difícil de fazer.

—Eu vou pensar sobre o assunto – respondo e ele sorri abertamente para mim – Mas como estão as coisas por lá? – pergunto curiosa e ele bufa se apoiando no encosto novamente parecendo cansado, apenas rio dele.

—Agora sei porque Odin sempre pareceu tão cansado. Até quando estou indo dormir, vem gente reclamar disso, daquilo – reclama revirando os olhos, rio ainda mais – O máximo de tempo que eu consigo foi agora, algumas horas antes de ter que ir para um conselho chato.

—E você veio para cá... – digo feliz ao perceber que o pouco tempo livre que ele tinha, iria gastar comigo.

—Claro, não posso deixar você sozinha numa época tão difícil para você – explica e suspiro feliz com aquilo.

—Quer ir lá para fora? Ah, desculpa, o Steve pode te reconhecer e aí discussão novamente... – concluo e ele nega com a cabeça.

—Ele não vai me reconhecer. Tire uma foto minha – pede e estranho o pedido – Anda, tira – insiste e dou de ombros tirando uma foto rápida com o meu celular, e quando vejo a foto, é alguém diferente, uma mulher, cabelos castanhos claros, sorriso pequeno e tímido, com bochechas coradas e pequenas e olhos castanhos escuros, como os meus.

—Mas... Como? – pergunto olhando para a tela do celular e para o rosto do Loki na minha frente, totalmente diferentes.

—Vamos dizer que os meus poderes cresceram exponencialmente desde que fui embora de Midgard – explica se levantando e retirando uma nota de vinte do bolso colocando sobre a mesa, enquanto eu ainda ficava sentada surpresa com aquilo – Vamos? – pergunta e afirmo com a cabeça pegando o casaco e a bolsa e saindo do bar com ele.

—O que mais você consegue além de parecer outra pessoa aos olhos das pessoas e ler a minha mente? – pergunto e ele ri divertido com aquilo, com as mãos nos bolsos e andando normalmente.

—Só para garantir, ainda não consigo erguer o martelo do Thor ou voar – diz e rio dele – Mas tele transporte é uma delas, tele cinese, e por aí vai – responde e afirmo com a cabeça.

—Brianna também tem tele cinese – conto e ele afirma com a cabeça. Provavelmente ele já sabia daquilo.

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—Mas ela nasceu com aquilo, e só se manifestou quando ela cresceu. Eu tive que aprender, os poderes não nasceram comigo, tornando as coisas bem mais difíceis – explica e entendo o que ele quer dizer – Mas ela é bem talentosa – elogia e agradeço.

Andamos até a praça que estava cheia de crianças brincando tranquilamente, e ficamos ali conversando até Loki dizer que tinha que voltar para Asgard, o que foi quase dez horas da noite, se despediu com um abraço apertado e me disse que quando eu estivesse pronta para ir a Asgard, era só chama-lo onde de ninguém poderia nos ver ou se machucar por causa do troço que levou Rachel e Thor, e que me levaria com a Brianna para Asgard quando eu quisesse.