Asas

Destruída


— Evie-chan...? – Gina pronunciou baixo. Não entendia muito bem o que estava acontecendo ali. Aquele sorriso insano não pertencia a garota doce que todos conheciam. Aquele corpo desfigurado no chão não poderia pertencer ao mestre, não é?– Evie-chan, o que...? Por que o mestre está...? – Lucy virou-se para a amiga preocupada. Ela claramente não estava em perfeito juízo.

— Você o matou? – Moro perguntou fria. Gina pareceu levar um tapa ao ouvi-la, mas quem ficou surpresa foi Lucy. Aquela garotinha parecia não ter se deparado com nada fora do normal.

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A risada de Evie foi alta.

— Eu? Eu não fiz coisa alguma. – A garota olhou sem interesse algum para o corpo de seu antigo mestre. – Ele bebeu o veneno porque quis.

— Um veneno fez isso? – Levy basicamente gritou.

— Ah, não. Esses machucados foram de minha autoria mesmo. O veneno não fez muito efeito naquele homem de ferro, então precisei agilizar. Vocês já estavam vindo e eu queria criar esse espetáculo! – Levantou os braços extravagantemente, como se apresentasse sua mais bela obra. – E devo dizer que as expressões de vocês foram impagáveis. – Lucy sentiu ânsia de vômito ao ver aquele sorrisinho doce.

— Por que fez tudo isso? – Atsushi, que até então somente observava tudo calado, pronunciou-se. Ele levava no rosto a mesma expressão fria de Moro.

— Ao contrario de nosso amado ex—mestre, eu tenho um motivo muito plausível. Tenho certeza que entenderão tudo perfeitamente e que poderemos ir embora daqui satisfeitos.

— Você só pode tá maluca. – Natsu já se preparava para ataca-la, mas a risada dela o parou.

— Não seja tolo, moleque. Se nem mesmo esse ser inútil conseguiu me parar, você acha que um projeto de Dragon Slayer conseguirá? – Como resposta uma grande sombra circulou todos que estavam no recinto. Evie virou-se para Atsushi divertida. – Sua escuridão não é nada comparada a minha, não seja arrogante.

— Só diga logo o que quer, sua vadia de quinta! – Lucy a encarava quase possessa de raiva. E Evie adorou, porque sabia que havia criado aquilo. A Lucy que só pensava em machuca-la muito, que não se preocupava com os sentimentos dos outros, era criação sua. Ela tirou algo de trás de si e levantou até a altura dos olhos. Lucy petrificou ao perceber que eram suas chaves. Suas amadas chaves. Ela puxou uma em especial, a do leão, Leo.

Loke.

— Quero mata-lo.

~•~

— Gajeel! – Erza gritou quando dragon slayer de ferro foi jogado contra uma parede a seu lado. Ele somente grunhiu em resposta e antes que pudesse tentar desvendar o que ele dizia, sua adversaria a atacou. Diversos fios vermelhos prenderam sua pernas e braços, imobilizando-a.

— Preste atenção, Titania. – A mulher chamada Marnie parecia levemente incomodada com a falta de atenção que recebia. – Não quero ter que destruir suas lindas pernas.

— Não é com as minhas pernas que deve se preocupar. – Uma luz forte cegou momentaneamente Marnie. Erza equipara sua armadura de samurai, logo cortando todos os fios a sua volta. Marnie gritou assustadoramente, e Erza pôde ouvir um som parecido ser reproduzido em algum lugar daquele castelo.

— Eu vou te matar, sua vaca! – Esperou a mulher se levantar novamente para ataca-la. Erza precisava admitir que nunca lutara contra um oponente tão forte assim. Precisava ter cuidado para não deixar um de seus fios pega-la, enquanto tentava atingi-la com sua katana.

Conseguiu atingir o ombro dela, mas em compensação teve a perna esquerda imobilizada. Girou o corpo e cortou o fio. Marnie gemeu e caiu no chão, desmaiada.

Erza achava ter vencido quando, repentinamente, uma serpente cor de sangue enroscou-se no seu pescoço, fazendo-a derrubar sua katana. Ouviu uma risada.

— Achou mesmo que venceria tão fácil assim? – Marnie agora se encontrava de pé, o sorriso convencido no rosto. – Não viu nada ainda.

Erza começou a sufocar. A serpente apertava cada vez mais seu pescoço, a ponto de começar a ver pontos pretos por todo o canto. Caiu no chão, incapacitada e tentou pegar sua katana, não obtendo sucesso. Ouviu um barulho alto como se duas coisas estivessem colidindo e logo em seguida o aperto em seu pescoço afrouxou. Erza puxou uma lufada de ar e jogou a serpente, agora morta, na parede a sua frente.

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— Está bem? – Ela olhou para cima e encontrou um Laxus levemente preocupado. Assentiu com a cabeça, já que ainda não conseguia falar, e se levantou com a ajuda dele. Olhou para onde Marnie estava somente para se deparar com seu corpo jogado no chão, inconsciente.

— Como...? – Laxus deu um sorriso irônico ao perceber qual era sua pergunta. Como terminou a luta tão rápido?

— Digamos que peguei um adversário forte, mas não o suficiente para desbancar o gostosão aqui.

Erza sorriu fraco. Sentiu falta do ego de Laxus. Olhou em volta tentando ver como todos estavam. Gray e Juvia já haviam derrotado um dos encapuzados, A maga Lairgold desaparecera, Yamori derrotara Soror e agora ajudava um Gajeel extremamente irritado a derrotar o ultimo adversário de pé.

— Sai daqui, seu merdinha. Essa luta é minha. – Gajeel tentava bater tanto em Yamori quanto no outro.

— Você ta fazendo drama em um momento desses? – Yamori aproveitou que Gajeel se distanciara um pouco do oponente e paralisou o corpo dele. – Só acaba logo com isso porque temos que ajudar os outros.

— Assim não é justo! – Os dois passaram a discutir e, quando estavam para partir para algo físico, Laxus deu um soco no encapuzado, que caiu inconsciente no chão. – Maldito!

— É impressão minha ou vocês esqueceram porquê estamos aqui? – Eles logo ficaram sérios. – Vamos. – O louro cheirou um pouco o ar e logo passou a seguir um caminho. O resto o seguia mais atrás.

~•~

Lucy caiu em risada, causando uma confusão bastante frustrante em Evie. Quem ela pensava que era para reagir assim tão confortável. A qualquer momento poderia parti-la em dois se assim quisesse.

— O que é tão engraçado assim, Lucy querida? – Lucy sentiu (na verdade todos) a ameaça que transbordava do doce tom de Evie.

— É que, você não pode estar achando mesmo que vou deixa-la matar meu amigo assim, não é?

— Pude perceber agora que terá que ser da maneira difícil, não é? – Evie deu dos passos em direção a Lucy. – Você vai invocar seu espírito aqui, eu vou mata-lo na sua frente e quem sabe depois matarei vocês, ou...

— Ou o que? – Lucy provocou.

Ouviu um grito e se virou-se para trás, onde Levy se encontrava jogada no chão. Ela gritava como se fosse perfurada por uma espada e Lucy estremeceu ao perceber que a menina estava experimentando o que ela experimentara. Correu até ela, Atsushi em seu encalço, dando cobertura. – Pare! – Os gritos de Levy ficaram mais altos. – Pare, por favor!

— Karyū no hōkō! – Natsu pulara em cima de Evie, que desapareceu nas chamas. Antes que pudessem reagir, Natsu foi lançado contra a parede a esquerda de onde estavam e caiu no chão. Ele tentou se levantar, somente para perceber que estava grudado ao chão por algum tipo de forca gravitacional. Wendy correu ate ele e Lucy se virou para as chamas. Viu uma sombra surgir entre elas e logo Evie surgiu, as roupas queimadas, mas a pele intacta. Ela sorriu e Levy finalmente parou de gritar. Ela parecia a um ponto de desmaiar, mas pelo menos parara.

— Entende agora, Lucy? Ou você faz o que mandei, ou seus amigos pagam por isso.

— Por que está fazendo isso? – Lucy perguntou desesperada. – Por que precisa matar Loke? – Uma sombra cobriu durante um segundo os olhos de Evie, uma sombra de dor. Foi rápido, mas Lucy notou.

— Seu espirito trabalhou com um mago muito mal, anos atrás, e ele precisa pagar por isso. – Lucy tentou argumentar, mas Evie a interrompeu. – Vamos logo, invoque-o!

— Eu... – Lucy olhou em volta, tentando buscar algo que a ajudasse, mas não encontrou. Abriu a boca para chama-lo, mas a sua frente surgiu Atsushi.

— Lucy, fique atrás de mim. – Ele estava serio. – Gina, traga Wendy-san e o Dragneel até aqui.

Antes que Gina conseguisse se aproximar, Evie colocou um campo de forca invisível sobre eles.

— Você não acha mesmo que eu cheguei até aqui para ser derrotada por um moleque, não é? – Ela esticou o braço em direção aos dois e um fio grosso de sangue foi lançado. Lucy tentou desviar, mas sua perna esquerda foi pega. Ela gritou quando começou a queima-la.

— Onee-chan! – Maru olhou enraivecida para Evie, que sorriu em resposta. A menina sussurrou algo que Lucy não conseguiu entender e logo suas asas apareceram. Moro tentou impedi-la, mas a menina ja voava em direção a Evie. – Air guts! – Uma rajada de vento foi em direção a Evie, que desviou facilmente. O fio em sua perna apertou ligeiramente e Lucy gemeu, chamando a atenção de Atsushi.

Ele arrancou o fio com as próprias mãos e o cobriu com sua escuridão. Lucy viu que Evie pareceu surpresa, perdendo a compostura. A escuridão passou a cobrir cada vez mais o fio, até que chegou os braços de Evie. Ela gritou quando a escuridão começou a chegar em seus ombros. Lucy virou-se para Atsushi confiante. Ele sorriu vitorioso, mas sua expressão rapidamente mudou para surpresa. Lucy pôs os olhos na sua adversaria e percebeu o que o deixara assim.

Evie arrancara o próprio braço.

— Mas o que...? – Lucy e Atsushi não conseguiram parar de encarar o braço jogado no chão. Evie estava de joelhos ao lado dele, de cabeça baixa. Maru desfizera suas asas e já se encontrava no chão, entre seus amigos e Evie.

Ela de repente começou a rir. Lucy viu em câmera lenta Maru se aproximar dela, Evie levantar o rosto desfigurado em um sorriso maníaco e sua menina ser arremessada com força em direção a uma das paredes.

— Maru! – Lucy e Moro correram em direção a menina, mas o campo de força as impediram de continuar. Estavam ambas desesperadas vendo-a cair, ate que Wendy, até então sentada ao lado de Natsu, pegou-a no ar. Lucy sentiu um alivio imediato.

Levy criou algum tipo de runa que destruiu o campo de força e Lucy e Moro correram em direção a Maru.

— Wendy-san, obrigada! – Wendy somente sorriu fraco para Moro como resposta. Ouviram um grito e todos se viraram para o centro do local. Atsushi lutava contra Evie. O sangue ainda jorrava de seu braço e ela não parecia notar, tentando atingir Atsushi com seus fios. Mesmo sem um braço e com a sanidade ao extremo, Evie parecia em vantagem.

— Eu vou ajuda-lo.

— Mas você está sem suas chaves! – Levy segurou seu braço. Lucy olhou para ela, olhou para Atsushi. Não sabia o que estava fazendo. Era fraca, não se comparava a nenhum deles, mas não podia deixar...

— Eu sei, mas não posso deixa-lo lutar minha batalha.

— Lu-chan! – Levy ainda tentou alcançá-la, mas Lucy foi mais rápida. Atsushi tentava cortar alguns fios, cada vez mais distraído, não percebeu um pequeno quase alcançando seu pescoço. Lucy pegou seu chicote e bateu contra as costas de Evie. Seus fios logo recuaram e ela se virou irritada para Lucy.

— Ah, desculpa. Machucou? – Lucy sorriu cínica. Evie esticou o braço em sua direção, mas Atsushi cobriu suas pernas de escuridão. Ela saltou rapidamente, livrando-se dele.

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Os dois correram para ataca-la, mas bateram contra um campo de força.

— Levy-chan! – Levy logo repetiu a runa de antes e o campo foi destruído. Lucy e Atsushi a cercaram. Evie olhou para Lucy, que pôde ver a frustração e medo que ela sentia. Por um momento sentiu pena. Não sabia seus motivos, mas talvez...

— Gajeel! – Lucy ouviu Levy gritar e se virou para trás. O resto do grupo da Fairy Tail estava ali. Suspirou aliviada quando viu que estava bem.

— Lucy! – Atsushi gritou. Lucy virou-se para Evie novamente. O sorriso maníaco voltara ao rosto e Lucy deu um passo para trás ao notar o enorme emaranhado de fios de sangue que vinha em sua direção.

Foi tudo muito rápido, mas Lucy pegou cada detalhe. Detalhes que nunca a deixariam em paz, não importasse os anos que se passassem.

Em um segundo preparava-se para morrer, de olhos abertos, desejava encarar a morte de frente. E no outro, a morte não chegou. Lucy nunca sentiu o impacto. A dor.

Não.

Ao invés disso, quem fora atravessada pelos fios, quem estava agora jogada no chão com os olhos vazios era sua menina.

Sua garotinha linda e doce.

Seu anjinho.

Lucy gritou. Gritou de desespero, dor, ódio. Já não se importava mais com a batalha, com suas chaves. Nada mais importava.

Moro estava morta e Lucy destruída.