Mal amanheceu, e Naki já tinha ido me buscar. Deixei um bilhete dizendo a Uta que iria passar na casa do representante de sala antes de ir à escola. Entramos no carro, e vamos até. .. Bem, não sei pra onde vamos. Ficamos em silêncio, até chegarmos numa velha fábrica. Naki andava no meio de dois homens grandes mascarados, me pergunto o porque de estarem daquele jeito, mas eles pareciam bem chegados a ele. Entramos dentro da fábrica. Dentro, ela estava em muito bom estado. Não duvido que alguém more aqui. Em seguida, chegamos a um corredor extenso. Ele tinha sangue escorrendo pelas paredes e utensílios pelo chão, algodão e coisas que não consegui identificar .

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— Doutor ? - diz um dos homens mascarados de Naki.

— Hum ? - a sala havia um grande eco, em seguida, um homem alto de óculos e rabo de cavalo e roupa de médico sai de uma das salas do corredor. - Ah, Naki.

— Oi professor. Anda ocupado ? - responde Naki, um tanto indiferente.

— Sim, mas sempre tenho um pouco de tempo pra você. O que quer ?

— Trouxe alguém que gostará de conhecer. - ele aponta descaradamente para mim. O homem olha pra mim um tanto surpreso.

— Esta é... - ele anda até mim e pega no meu queixo. - qual o seu nome?

— Kuryo Mizani - digo, meio desconfortável. Ele estava muito perto.

— KURYO? - ele grita de repente igual ao Naki,será que são parentes ? - Você não deveria estar viva...

Ele corre até uma das portas do corredor, e corro á mesma.

— Conheceu meus pais ? - digo, um tanto surpresa também. Ele pega uma das pastas numa velha estante, e retira rapidamente todas as folhas de dentro dela. Até que pega a que procurava.

— Isso. - ele me mostra a folha em suas mãos. - Esse aqui é seu pai. - tiro a folha de suas mãos.

— O que quer dizer com isso ? Está brincando comigo ? Esse com certeza não é meu pai !

— Deixe eu explicar melhor... Esse é seu pai de sangue.

— SANGUE ? - grito.

— Aquela pessoa que te criou não é... Ou melhor, não era seu pai.

— Como quer que eu acredite nisso ? E porque diabos você teria um documento com uma foto do meu pai de sangue ?

— Leia o documento.

Olho para o documento em minhas mãos.

" Nome : Kuryo Sawada

Idade : 28

Tipo sanguíneo : O negativo

Caso : falecimento

Relatório : Antes de morrer , pediu pra que reutilizassemos o seu corpo. Mas com uma excessão. Poderíamos utilizar todo o seu corpo, exceto seu órgão de reprodução, que deve ser utilizado em sua mulher ainda viva, Misako de 24 anos. Também pediu que ela fosse mantida no laboratório até o nascimento do bebê."

Quando paro de ler, me viro para o doutor, que já está procurando outro documento.

— Encontrei. - ele me entrega o outro documento.

" Nome : Misako Nanase

Idade : 24

Caso : Procedimento de fertilização

Relatório : Conforme o pedido de Kuryo, foi realizado o procedimento de extração de espermatozóides e também realizado a fertilização da paciente. Infelizmente, a paciente Misako Nanase não suportou as dores do parto e faleceu em seguida. O bebê, é saudável e será levado por uma família anônima. Como pedido da mãe, batizei o bebê de Kuryo Mizani."

Olho para Naki, que estava na frente da porta. O doutor não estava mais na sala.

— Onde está o doutor ? - digo, me recusando à acreditar em tal história.

— Ele saiu, disse que era melhor você ficar um pouco sozinha, mas não acho que precise.

— Você sabia disso ? -digo para Naki.

— Não. Mas Uta conheceu seus pais, então deve saber da história.

— Hum... - sento em uma cadeira a frente da mesa coberta de papéis. - Ele poderia ter me dito.

— Acho que não quis te dizer, com medo de como você poderia reagir.

— Hum, talvez... - estou um pouco hesitante sobre essa história. - Mas... Porque ele me mostrou esses documentos? E aliás, como Kuryo Sawada morreu ?

— Ele foi morto pelos agentes da CCG. Pelos pombos.

— Mas, eles não podem matar pessoas, certo ? Somente ghouls, não é?

Naki dá um pequeno sorriso.

— Não podem não. E sim, eles só podem matar ghouls.

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— Então. .. - Naki passa o indicador em meus lábios, e aproxima o rosto pouco a pouco do meu.

— Ele era um ghoul. - diz ele. - Seu pai foi uma das pessoas mais gentis que já havia visto. Sua mãe também, mas não quanto ele.

— Por isso, ela também. ..

— É. Uta já deve ter te dito como é o nascimento de um meio ghoul, não? Pra falar a verdade, eles quase desistiram de ter você, sabia ? Você só está viva, bem. Tudo isso, foi por causa do seu pai.

— Isso é muita coisa pra minha cabeça. Mas... Espera ! Se o meu pai era um ghoul... Então. ..

— Você já é um ghoul, boba. Só te trouxe aqui, pra que soubesse a verdade.

— Mas... Eu consigo comer comida humana !

— E daí? O que eu tenho a ver com isso ?

— Ghouls não conseguem comer comida humana, só carne, certo ?

— Seu estômago deve ter se acostumado, ou algo assim. Afinal, você foi criada por humanos, né? Desde nascida comeu comida humana. Mas me diga... Quanto tempo você suporta comer carne ? - diz Naki, um pouco frustrado.

— Não sei, Uta prepara carne todos os dias, praticamente.

— Hum... Seria bom investir nisso.

— Hein ?

— Tente passar alguns dias sem comer carne, depois, me diga o que aconteceu. Não me entenda mal, isso é pra ajudar na pesquisa do doutor.

— Não sei se isso é o certo.

— Não a estou obrigando, se não quiser fazer isso, tudo bem.

— Senhor... - chega um dos guardas de Naki na frente da porta.

— Diga.

— Teremos que ir.

— Ah, vamos Kuryo.

— Okay.

Entramos no carro, e Naki me deixou um pouco perto de casa. Fui caminhando até lá. Abri a porta, e vi Uta deitado no sofá. Estava com grandes olheiras debaixo dos olhos, com uma bochecha vermelha com marca de dedos e parecia cansado.

— Cheguei ! - digo, disfarçadamente.
— Aonde você estava... - ele disse, com uma voz longínqua.

— Fui para a casa de ... - ele me interrompe.

— Quero saber aonde você ESTAVA, não onde você diz estar. - nunca dava certo mentir pra ele.

— Naki.

— O que tem ele ? - ele diz, um tanto desinteressado.

— Ele me convidou para ir pra uma... - sou interrompida.

— Velha fábrica ?

— Como sabe... - odeio quando ele faz isso.

— Hum, você é teimosa. Não sei como deixo você ir a escola sozinha. Então, o que houve por lá?

— Eu conheci um doutor.

— Como ele era ? - ele pareceu curioso, e um pouco perturbado.

— Usava óculos e tinha um rabo de cavalo. - ele senta no sofá, e leva as mãos à cabeça. Deve estar com dor de cabeça.

— O que houve de interessante lá? - ele diz.

— Bom, ele me mostrou alguns documentos, que poderiam ser dos meus pais de sangue. E agora, eu sei que sou um meio ghoul. - Digo ironicamente. Ao ouvir isso, ele levanta bruscamente.

— Você não acreditou nisso, não é? - ele diz.

— Não sei o que pensar...

— Ah, bem, se não se incomodar, irei pro meu quarto.

— Okay.

Ele pareceu muito perturbado com aquilo que eu disse. Será que ele fugiu do que eu poderia perguntar futuramente?