Desde aquele dia moro com Uta. Ele virou um pai pra mim, ele me ajudava com o dever de casa, trabalhava, ele praticamente fazia quase tudo. Quando cresci mais um pouco, eu comecei a ajudar ele. Mas ele anda um pouco ocupado com a loja. Eu andei solitária esses dias, minhas notas vem abaixando conforme Uta recebe pedidos de mascaras, ou seja, frequentemente. Eu estava lendo um livro quando o telefone fixo da "nossa" casa toca .
*ligação ON *
Miza : Alô ?
Desconhecido : Oi, quem está na linha ?
Miza: Bem, esse telefone é do Uta, mas quem está falando realmente é Kuryo. O que deseja ?
Desconhecido: Ah, entendo. Bem, eu queria falar com Uta sobre um pedido de 2 meses atrás que pedi , e ele disse que iria fazer, mas ele nem sequer fez o esboço.
Miza: Pode esperar um minuto por favor?
Desconhecido : claro.
Deixo o telefone sobre a mesa, e vou para o quarto de Uta, procurar pelo caderno de anotações.Lá ele escrevia o nome de todos os clientes Acabei tirando todas as roupas da gaveta do armário até acha-lo. Ficou uma bagunça, mas depois venho arrumar. Volto para o telefone.
Miza: Seu nome é... Naki ?
Desconhecido: Isso, Na-ki.
Miza: Então você está me dizendo que, você pediu para Uta fazer uma mascara há dois meses e ele nem sequer começou a fazer ela?
Naki: Isso, ele se recusou a fazer minha ...
Miza: Você sabe o motivo?
Naki: Talvez...
Fico pensando por um tempo. Talvez ele tenha recusado porque tinha muito serviço, e o pedido desse tal de Naki poderia ser um pouco complicado. Bem, ele ficaria feliz se eu o ajudasse a fazer algumas máscaras. É isso!!! Vou ajuda-lo fazendo as máscaras de alguns dos clientes. Ele vai ficar feliz, e se o Uta estiver feliz, vou ficar feliz também. E minhas notas vão subir, YES!
Miza: Hum... Senhor Naki, se quiser, eu faço o esboço para você, e depois posso direciona-lo para o Uta. Ele está um pouco ocupado com os pedidos, entende? Ele acaba esquecendo de um e outro.
Naki: NÃO! ELE SE RECUSOU A FAZER ELA, VOCÊ NÃO PODE ENTREGA-LA PARA ELE FAZER! E não é por causa dos pedidos ... (ele muda espontâneamente suas emoções)
Miza: Ehhh,acho que entendi. Bem...
Naki: Eu queria que ele fizesse, ele é o melhor nesse distrito.
Miza: É, realmente, ele é um dos melhores, posso admitir.
Naki: Bem, fazer o quê né ? Vou te dar uma chance.
Eu congelo.
Naki: Alô ?! TEM ALGUÉM NA LINHA ?
Miza: Ah, me desculpe.
Naki: Tá. Podemos nos encontrar algum dia para falarmos como vai ser minha naskare? (ele confundi a pronúncia da palavra)
Miza: Máscara?
Naki: Isso! Quando podemos nos encontrar?
Miza: Pode ser amanhã á tarde?
Naki: Sim! Está ótimo. Amanhã então. Ah, como é seu nome mesmo ?
Miza: Kuryo Mizani.
Naki: Ku-reo Mizutani?
Miza: Não, K-U-R-Y-O M-I-Z-A-N-I
Naki: Kuryo Mizani, não?
Miza: Isso! Parabéns, você aprende bem rápido. Você é um dos poucos que pronunciam meu nome certo.
Naki: Atualmente, me dizem o contrário.
Miza: Não acredite sempre no que os outros dizem.
Ficamos falando por mais alguns minutos, Naki era legal , eu estou super curiosa para saber como ele é de verdade. Ouço chaves . UTA!!!
Miza: Naki, preciso desligar.
Naki: Okay, até amanhã !
* ligação OFF *
A porta se abre. Corro para o quarto de Uta, e coloco o caderno em seu devido lugar. Corro novamente até a saída , tenho de sair de lá antes que ele veja que entrei em seu quarto sem permissão. Acabo esbarrando em seu peito, antes de sequer sair do quarto. Ah não...
– O que estava fazendo no meu quarto ?- ele pergunta,apertando meus ombros.
– Ehhhhh.... - não sei o que falar, Uta sabe quando estou mentindo. Não adianta.
– Bem, não importa. O importante é que você está bem. - Peraí, o quê? Ele não vai me matar ? Ele me abraça. - Você está tensa, andou aprontando ? - ele olha pro quarto. - O que houve aqui ?!
Eu esqueci que as roupas ainda estavam em cima da cama e caídas no chão. Agora sim, eu estou morta.
– Andou mexendo nas minhas roupas ? - continuo calada, o abraço tava tão bom. - Você estava cheirando minhas roupas ????
– NA-NÃO!! Eu não estava cheirando suas roupas!!! - ele começa a rir, então percebo que ele estava brincando.
– Eu sei Miza, você não é dessas, eu te conheço. Acho que fiz isso antes de ir pra loja e não lembro. O que você queria no meu quarto? Parecia estar procurando algo.
– Ah, eu queria o .... SEU FONE !!!
– O quê? Você já não tem o seu ?
– Eh, mas o seu é melhor pra mixar.
– É, você tem razão. Vou pegar pra você.
Ainda bem, me safei... Fui até a cozinha beber uma água. Uta tinha levado ramên pra mim.
Fui até a mesa comer. Uta me passa os fones. Continuo comendo.
– qual a palavra mágica... - Uta diz. Eu era ignorante, era muito raro eu falar coisas como "como vai?", "de nada"e"obrigado". Uta era o contrário, e queria que eu fosse assim a qualquer custo.
– Não. - digo sorrindo.
– diga.
– Não vou dizer.. - volto a comer.
– Você vai sim. - ele diz um pouco mais simpático.
– Você vai me obrigar ? - digo, curiosa.
– Se for nescessário... - ele diz imitando o Tsukiyama, um dos amigos do Uta. Começo a rir, e me engasgar com o ramêm. - Mas sério, você vai dizer obrigado?
– Não. - digo, um pouco séria.
– Vai sim. - ele diz e me olha com uma cara de brincalhão.
– Não vou...- ele pega minhas pernas e as puxa,fazendo com que eu fique somente com a cabeça sobre a cadeira da mesa.- P-Para!
– Não, você vai dizer OBRIGADO ! Você tem que deixar de ser tão chatinha.
– Não vou dizer , vai ficar querendo.
– Você que acha... - ele puxa os meus pés até que eles fiquem acima de sua cabeça. Agora, eu estou de cabeça pra baixo. - Vai dizer ?
– Você não vai me fazer falar.
– Sei. E se eu fizer isso ? - ele coloca minhas pernas sobre os ombros dele, e me solta . Ou seja, se eu não me segurar bem, vou meter a cabeça no chão. Enrosco minhas pernas nos braços dele, quer dizer, tento. Porque eu me soltei sem querer e Uta teve que me segurar senão eu teria caído. - Então ,Vai dizer ? - ele coloca minhas pernas de volta em seus ombros, mas desta vez ele as prende em seu braço.
– Não. Vai fazer o quê agora ? - ele me solta novamente, mas eu estou me segurando, então acho que não vou cair.
– Não vai dizer né ? Então tá... - ele vai até os botões da minha calça, e começa a abrir.
– Não, você não tá fazendo isso ! Não faça isso Uta ! - ele continua abrindo, afinal, quantos botões tem essa calça ?!
– Vai falar ? - ele para. Se você não falar, vou continuar abrindo.
– Eu não irei falar. Não importa o que você faça, eu não vou dizer. - ele volta a abrir a calça. Acabam os botões e ele começa a abrir o zíper.
– Você é muito teimosa ! - ele abre o zíper, e começa a andar pela casa.
– Argh ! Pare, eu estou ficando enjoada, posso vomitar. - Com isso, comecei a lembrar de quando ele me trouxe para casa dele. Naquela noite ele me colocou na cama dele e foi dormir no sofá. Eu não conseguia dormir. Me levantei da cama e comecei a andar pela casa. Uta também não estava dormindo. Ele estava com a televisão ligada, mas a tela estava azul, e ele estava olhando para baixo. Quando viu que eu estava lá, disse pra eu me sentar no sofá com ele. Ele perguntou meu nome, e se eu queria morar com ele. Ele já sabia o que aconteceu com meus pais antes mesmo de eu o contar. Depois daquilo, comecei a viver com um ghoul de verdade.
– Você vai me dizer ? - ele diz, já um pouco irritado.
– Eu já disse que não.
– Tá. - ele abre a porta do meu quarto, vai até a cama e me joga nela.
– Ai! Essa cama é dura sabia ?! Isso doí !
– Desculpa. - ele senta na minha cama e começa a tirar minha calça. Eu a puxo. - O que está tentando fazer ? - ele fica calado, como se nem estivesse escutado. Ele puxa novamente minha calça pela cintura, mas dessa vez não consigo a puxar de volta. Ele tira a calça toda. Puxo um travesseiro e coloco sobre minhas coxas. Ele ri. - Por que está rindo ?
– Tô rindo porque até numa situação como essa você continua grossa, Vai me dizer ?
– Não preciso responder.
– Precisa sim... - ele agora está puxando minha blusa.
– Você está passando dos limites. - eu digo, puxando minha blusa de volta.
– Nem vem, você vivia andando de calcinha pela casa quando tinha 10 anos, e não era essa frescura toda.
– Quando eu tinha dez anos, TINHA, no passado. - ele volta a puxar minha blusa, dessa vez mais forte. Eu ainda estava enjoada porque ele tinha me colocado de cabeça pra baixo, então não estava com muita força. - Uta, para...
– Se você não vai dizer, não posso fazer nada. - ele tira minha blusa, e fica a vista meu sutiã azul. Coloco travesseiro sobre ele também, ele ri. - PARE DE RIR !
– Desculpa, não dá ... - ele continua rindo. Quando ele para, se levanta da minha cama, pega minha blusa e minha calça e vai até a porta do quarto. - Vou lavar elas pra você, você tá usando essas roupas faz 3 dias. - ele olha pra mim, e abafa o riso. - Você está vermelha Miza, estava pensando bobagens ? - enterro minha cabeça no travesseiro e fico só com os olhos a vista. Ele dá um sorriso e sai do quarto. Ele sempre faz essas coisas de propósito.
– OBRIGADO!!!! - digo levantando a voz para que ele escuta-se da cozinha.
– DE NADA !!! - ele grita em resposta e volta a rir.
Agora, é melhor eu começar a pensar se vou terminar de comer meu ramêm ou se vou ficar pensando no que acabou de acontecer. Com certeza,foi a primeira opção.

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