Peeta olhava para a morena deitada com a cabeça em seu colo. O rosto dela estava cansado ele tinha percebido desde o momento em que ela adentrou a casa dele.o sorriso era contido mas não de vergonha. Ela aparentemente não estava com vontade de sorrir. Ele se surpreendeu quando a mesma foi para sua casa sem Prim, ela havia ligado mais cedo perguntando se ela podia ir pra lá ele de imediato afirmou. Se surpreendeu mais ainda quando ela o abraçou com força e chorou, como costumava fazer como criança. Ele apenas a abraçou de volta ele sabia que Prim não estava muito bem mas ouvir ela contando entre soluços tudo o que aconteceu no dia anterior o fez se sentir um inútil e impotente.

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Desde que ela parou de chorar os dois estavam no sofá. Peeta sentado e Katniss com a cabeça no seu colo e com os olhos fechados enquanto ele acariciava seus cabelos.

– Desculpe.

Foi tudo o que ela disse ao abrir os olhos.

– Não tem o que se desculpar. Eu estou aqui. Sempre.

Ela sorriu, ainda não era o sorriso de sempre, mas ele sabia que era o mais próximo que ela poderia dar naquele momento.

– Eu só senti que você seria o único que sentiria o mesmo que eu. Annie, Finnick e até Haymitch amam Prim, mas sinto que só você me entende e sente na mesma intensidade que eu.

Ele sorriu.

– Você não me pediu pra ficar calma.

Disse olhando nos olhos dele.

– Eu sei o quanto você odeia que te pedem calma.

– Por mais que mudamos tem coisas que não mudam.

– Sim.

Os dois se olhavam, ele continuava mexendo nos fios dela e ela brincava com os dedos das mãos deles. Eles não tinham percebido esses movimentos e não sabiam como estavam certos.

******

Mais tarde.

– Eu vou ficar bem.

Ela disse ajustando a bolsa no ombro

– Eu sei que vai. Mas eu queria ir com você .

— Peeta eu vou buscar minha mãe no aeroporto e você sabe que não pode.

– Que coisa mais chata!

Ela riu e ele revirou os olhos.

– Tchau Peeta. Não se preocupa te ligo quando chegar lá e quando chegar em casa.

– Daqui de casa até o aeroporto é vinte minutos com muito transito. Se você não me ligar em vinte e um eu ligo pra você.

Ela caminhou até a porta com ele logo atrás.

– Pode deixar.

Disse sorrindo e logo completou.

– E... muito obrigada – ela caminhou até ele e o abraçou – é bom ter você de volta.

Le sorriu ao ouvir aquilo e sem perceber respirava o perfume dela.

– Eu sei que e ama.

Os dois iram.

– Também senti sua falta, por mais que não admitisse e não pense que vou repeti isso.

Ela se afastou sorrindo. Abriu a porta e acenou uma ultima vez dizendo um tchau sem emiti som. Ele ficou olhando pra porta como uma mania que sempre teve mexeu nos cabelos da nuca.

******

Aeroporto

Katniss chegou em quinze minutos e mandou uma mensagem para Peeta, na mesma hora ele ligou dizendo que ele mandou ligar e não mandar mensagem, então como esperado começou uma discussão e ambos segurando o riso até que a conversa acabou com Katniss fingindo que estava passando por um túnel e mais mensagens dele dizendo que ela não sabe mentir já que ela tinha acabado de ligar avisando que chegou no aeroporto. E essas mensagens renderam até ela ver a mãe saindo pelo portão de desembarque com apenas uma malinha de mão cor vinho.

Caminhou com as mãos no bolso da calça jeans até a mãe. A loira sorriu para ela o sorriso dos últimos meses. Elas abraçaram quando estavam próximas.

– Como foi viagem?

– Bem, só não sou acostumada com voar, mas o voo foi bom. E você? Prim?

– Estamos indo, Prim está melhor que eu.

– Então... vamos?

Katniss assentiu, ajudou a mãe com a malinha e foram até o carro. A mãe admirou mas não disse nada e durante o caminho Katniss explicou toda a situação pra mãe e avisou que no outro dia de manha iriam no médico com Prim para fazer os testes. Clara disse que a única parente além delas era a tia que morava em Boston e que tentaria vir assim que possível.

Peeta ligava para Katniss e a mesma atendeu com o telefone conectado ao carro.

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– Que foi loira, já ta com saudades?

Ela ouviu o riso do mesmo.

– Onde você está dona Katniss?

— Virando a esquina da rua que leva pro meu apartamento senhor apressado.

A loira olhava para a filha e para o nome da tela e estranhava, ela sabia tudo o que tinha acontecido e parecia que ambos estavam bem agora.

– Vou estacionar e daqui a pouco te ligo.

– Ok.

A morena desligou e começou a estacionar. Aquela tarde foi boa, a mãe agiu bem e brincou com Prim como antes do marido morrer. Mas mesmo assim ainda ara possível ver a tristeza nela.

********

Katniss pegava toda a papelada de Prim enquanto Clara fazia duas tranças no cabelo azul de Prim. Iam ao médico e a garotinha tinha insistido que queria que a mãe fizesse seu penteado naquele dia, assim como fez birra pra dormir com a mesma na noite anterior, porém Clara não gostava de dividir a cama e com um olhar pediu para Katniss a ajudar então coube a Katniss inventar uma desculpa. No fim Clara contou uma história para Prim dormir e foi para o quarto que de Katniss enquanto as filhas dividiam o que era de Prim.

Era sete horas quando Katniss acordou com o despertador e foi arrumar o café e a roupa para Prim ir. Sete e meia começou a se arrumar e oito horas acordou as duas, se arrumaram e tomaram café exceto Clara que precisava estar de jejum para fazer os exames . Já era nove e meia e precisavam sair de casa.

Prim usava um short jeans com uma blusinha branca soltinha e os cabelos azuis em duas trancinhas. Katniss usava uma calça jeans e blusa branca solta. Clara usava um vestido florido.

Chagaram sem se atrasar e a recepção para Prim sempre calorosa, a pequena apresentou Tigris e varias crianças que já estava acostumada a se verem . Cato também foi apresentado e logo começaram os exames em Clara enquanto Prim passava pela psicóloga. Foram quase duas horas de exames, Prim já tinha até se cansado de brincar no parquinho e já estava dormindo no banco almofadado da sala de espera. Katniss tinha feito os exames no dia anterior antes de ir até a casa de Peeta e o resultado sairia apenas no outro dia. Depois das horas se passarem cato liberou as três e disse que talvez conseguisse que ambos os resultados saíssem no outro dia.

E assim foi no outro dia no mesmo horário as três voltaram lá. Cato havia conseguido os dois resultados e sua cara não era nada boa. Isso de imediato abalou katniss. Cato pediu para Prim ficar com Tigris e apenas as mais velhas entraram. Se sentaram temerosas.

– Senhora Everdeen eu preço que a senhora seja bem sincera comigo se necessário preço que Katniss saia da sala.

– Como assim?eu não vou sair da sala. O que ta acontecendo?

Cato olhou para a loira que abaixou a cabeça.

– A senhora não é compatível com sua filha, mas não apenas para doação da medula mas a senhora não é compatível com sua filha na questão sanguínea o que é estranho já que Katniss possui o mesmo tipo de sangue do pai e ela também não é compatível.

Clara não disse nada. Enquanto Katniss encarava Cato extasiada. Era possível? Ela havia traído seu pai? Ela seria capaz disso? O cérebro de Katniss gritava mas a boca permanecia fechada. Olhou para a mãe incrédula .

— Você não...

Ela não conseguiu terminar a frase.

– Bom isso complica um pouco as coisas, agora devemos procurar fora da família, provavelmente sua tia já que é irmã da sua mãe também não será compatível porem devemos tentar.

– Isso quer dizer que eu também sou totalmente incompatível?

– Lamento Katniss. Chegou a hora de abrirmos para os amigos e conhecidos e até desconhecidos. Vai ser mais difícil porem não devemos perder a fé.

Katniss assentiu e olhou para a loira que permanecia de cabeça abaixada

– Acho que vocês precisam conversar. Assim que tiverem doadores podem vir e ligar a qualquer momento.

– Obrigada Cato.

Clara apenas balançou a cabeça e seguiu a filha para fora da sala. Assim que a porta fechou a mais velha segurou o braço da filha.

– Katniss.

– Agora não!

Prim estava vindo na direção das mesmas, Katniss puxou o braço e olhou para a janela.

– Vamos pra casa?

– Que tal você ir ver o tio Peeta e brincar um pouco com ele?

– Posso?

Katniss assentiu e mandou mensagem para ele que aceitou na hora. Combinaram de que quando ela estivesse chegando ele abriria o portão eletrônico pra ninguém vê-las entrando.

E assim foi. Clara cumprimentou Peeta e logo ambas saiam. O loiro percebeu o clima pesado entre elas e com um sinal Katniss disse que contava depois. Eles ainda se compreendiam com o olhar.

Durante todo o percurso ambas se faziam perguntas algumas gritantes. Katniss apertava o volante com força estava com vontade de chorar e gritar. Ela não poderia ter feito isso!

*******

Katniss entrou na casa com a mais velha a seguindo, continuavam caladas. Foi ouvido por toda a casa o barulho das chaves caindo sobre a mesa. Katniss caminhou lentamente até o sofá enquanto a outra permaneceu no mesmo lugar acompanhado os movimentos da filha.

A morena se sentou colocando os cotovelos sobre os joelhos e a cabeça apoiada nas mãos, soltou o a que estava pendendo não sabia a quanto tempo. Ela fechou os olhos tentando controlar seus pensamentos e organizar as perguntas.

foram segundos, minutos talvez até horas e o único som do lugar era do vento batendo a cortina banca e os pensamentos. Depois que o tempo incontável se passou Katniss fez a primeira pergunta sem mudar de posição.

– Você traiu o meu pai?

Voz saiu amargurada, falha.

– Não!

A outra disse exasperada. Queria chorar. Ainda com a cabeça apoiada nas mão ela apertou mais os olhos e elevou a voz em um quase grito.

– Então me explica! COMO PRIM NÃO É COMPATIVEL COM VOCÊ OU COM MEU PAI?!

A loira a encarou, seus olhos mostravam sua agonia. Katniss agora olhava para ela, sua expressão era de terror.

– ME EXPLICA CLARA!

Já havia se tornado um grito. A mãe olhou para os pés, sua mente voltava ao passado. Como cotar aquilo para a filha?

–Como?

Indagou Katniss com a voz falha. A loira olhou para cima, uma lagrima molhava a bochecha.

– Eu não trai o seu pai!

Sua voz saiu firme e baixa.

Katniss olhou bem para ela. Ela poderia dizer que a mãe falava a verdade, mas a muito tempo ela não conhecia mais a mulher a sua frente.

– Prim é adotada?

A pergunta saiu baixa e fraca. A mãe olhou para baixo.

– A verdade Clara!

– Não!

Ela gritou, ela chorava. “você me prometeu!” ela ouvia a voz do marido na cabeça “me perdoa” ela pedia na cabeça.

— Então qual a sua explicação!? Em?

Clara lhe implorava com o olhar enquanto chorava para ela parar.

– ME DIGA CLARA! Me diga a porcaria da verdade.

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Ela implorou chorando.

– Eu não posso!

Gritou mais uma vez. Então Katniss soube que ia além daquilo.

– Eu prometi. Eu não posso.

Sussurrou, porém a filha ouviu.

— É A VIDA DE PRIM QUE ESTÁ EM RISCO. A VIDA DA SUA FILHA! A PORRA DESSE SEU SEGREDO PODE SALVAR A VIDA DA MINHA IRMÃ! OU VOCÊ É TÃO DESUMANA QUE PREFERE ENTERRAR A FILHA DO QUE CONTAR UM MALDITO SEGREDO! SE ELA MORER A CULPA VAI SER SUA! SUA....

– PRIM NÃO É MINHA FILHA. É SUA!

Continua....