Another Hermione

5 - Chapéu lerdo!


Os meses se passaram rápidos, quando eu vi já estava arrumando o malão para Hogwarts junto com James.

Troquei várias cartas com Andrômeda e Régulo, eles nos visitaram junto com Sirius um final de semana e dormiram em casa. Eu perguntei como os pais deles deixaram e eles falaram que a mãe de Sirius e Régulo os expulsaram de casa por causa de um Sebastian que iria lá e ela não queria que eles conhecessem o mesmo. Coisa que me fez ficar surpresa, eu sabia que Walburga mesmo não mostrando amava e tentava proteger os dois, e quando eu perguntei para Andrômeda, ela disse que fugiu. E isso fez todos rirem, ela disse que se negava a conhecer alguém que segue o cara de cobra versão jovem, tá bem, ela não disse nessas palavras, mas deu para entender isso.

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Se nossos pais gostaram dos três? Por favor, eles os tratavam como filhos, praticamente. E isso já era uma mudança de passado, quer dizer, desse jeito, Régulo podia não se tornar um comensal, e Andrômeda poderia buscar ajuda em nós a qualquer momento. Além dessa visita, os três viam até que com frequência a nossa casa.

Não sei como os pais deles deixavam, Sirius dizia que era porque assim eles não precisavam ficar aguentando os dois primos rebeldes. Mas Régulo ia porque a mãe preferia deixa-lo longe das atividades da família, eu sabia disso, mesmo eles não dizendo, pude ver no tom de deboche de Walburga, uma certa admiração. Claro que a mesma ainda era preconceituosa, mas ficava aliviada quando via que os filhos estavam perto de pessoas certas.

Primeiro de Setembro chegou num piscar de olhos, e eu estava uma mistura de ansiedade e medo. Medo por voltar para o lugar onde vi meus amigos morrerem e ansiedade para estudar novamente em Hogwarts. James ficou com a capa, coisa que eu achei justa, quer dizer, que deu inveja e ciúmes deu. Mas não me importo tanto assim já que ele disse que eu podia pegar emprestado quando quisesse.

Corremos por entre as plataformas 9 e 10 e quando passamos pela coluna eu sorri ao ver o 9¾ na placa, assim que entramos fomos recebidos por gritos e pios, eu até que sentia falta dessa barulheira toda. Nos despedimos dos nossos pais e entramos no trem deixamos o malão no seu lugar e eu peguei meu livro para ir lendo na viajem, ficamos procurando um vagão vazio e quando finalmente encontramos um, o trem já havia começado a andar. Entramos e eu me sentei perto da janela abrindo meu livro sem mais nem menos, pouco tempo depois, Andrômeda apareceu apenas para cumprimentar e foi para junto de suas amigas, Sirius apareceu com ela e ficou por lá mesmo jogando snap explosivo com James.

Eu tinha a sensação que ainda faltava alguém para aparecer, e não é que eu estava certa?!

A porta do nosso vagão foi aberta e um menino de cabelos negros lambidos e de nariz de gancho entrou junto com uma ruiva de olhos verdes. James os olhou interessados e bagunçou os cabelos ao mirar Lílian, continuei lendo meu livro enquanto deixava a cena rolar, não demorou muito para Snape falar algo sobre a sonserina e James o xingou, então Lílian xingou James e Sirius xingou Severo e foi um ciclo vicioso até que os dois saíram bufando do nosso vagão.

– Oh, James. – Falei decepcionada e ele me olhou desentendido, neguei com a cabeça suspirando e ele perguntou.

– O que foi?! – Suspirei novamente e me levantei saindo do vagão e procurando os dois, fiquei olhando pelas janelinhas e quando achei os dois eu entrei no vagão, Severo estava sentado e Lílian estava ajoelhada a sua frente. Limpei a garganta e eles me olharam logo fazendo uma leve carranca.

– Desculpem James e Sirius, eles sabem ser bem idiotas quando querem. – Falei envergonhada e eles arquearam as sobrancelhas.

– E quem é você para se desculpar por aqueles babacas? – Perguntou de modo um tanto irritante, Lílian. Franzi os lábios em uma linha fina para não xinga-la por falar mal do meu irmão e me lembrei que o mesmo ainda ia sofrer muito na mão da ruiva.

– Sou irmã de James e amiga de Sirius. – Sorri simpática e cheguei mais perto oferecendo a mão. – Meu nome é Hermione Potter, prazer. – Ela me mediu com o olhar e corou um pouco ao notar que xingara meu irmão e que eu não era nada parecida com eles. Ela apertou minha mão e eu me virei para Severo que ainda me olhava de cima a baixo de modo duro. Sorri para ele oferecendo a mão e o mesmo aceitou hesitante depois que Lílian o cutucou.

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– Querem doces queridos? – Perguntou alguém da porta e eu me virei encontrando a moça dos doces, olhei com o canto de olho para Lílian que por ser nascida trouxa olhava curiosa para os mesmos e me lembrei como foi meu primeiro dia no trem. Snape abaixou a cabeça envergonhado por não poder comprar nada e eu sorri.

– Lílian, certo? – Perguntei inocente e ela acenou com a cabeça. – Você é uma nascida trouxa, estou correta? – A mesma olhou temerosa para Snape e o mesmo me olhou desafiador, como se estivesse me desafiando a xingá-la ou algo do tipo, mas ela concordou novamente com a cabeça. – Acho que ela devia conhecer mais sobre o mundo bruxo antes de chegar em Hogwarts, não é Snape? – Ele me olhou surpreso por meu tom carinhoso com os dois e acenou lentamente com a cabeça. Me virei para o moça dos doces e me aproximei tirando os galeões de ouro que papai havia nos dado para comprar doces. – Quero 5 de cada. – A moça arqueou a sobrancelha e eu lhe paguei enquanto pegava todos os doces e levava com certa dificuldade para os dois, que estavam boquiabertos.

Deixei no banco ao lado dos dois os montes de doces e os mesmos me olharam surpresos, sorri para eles e vi no canto do vagão um menino com o rosto enfiado em um livro, ele olhou sobre o mesmo e eu acho que corei ao encarar os olhos castanhos do dono, ele abaixou o livro um pouco e eu pude ver uma parte de cicatriz em seu rosto...

– Olá... – Falou tímido com o rosto ainda no livro e eu sorri corada.

– Oi... Sou Herm-

– Hermione Potter, é eu ouvi... – Sorri envergonhada e ele abaixou hesitante o livro. E eu fiquei boquiaberta, meu Merlin! Era... – Sou Remus Lupin.

Sorri de modo contagiante e me segurei para não pular na versão jovem do prof. Lupin, por Merlin, se ele adulto já era bonito, jovem então... Me virei para Snape e Lílian, que ainda encaravam os doces famintos e parecendo se perguntarem se eram para eles.

– Ué, porque ainda não começaram a experimentar? Eu comprei para vocês! – Os mesmos saltaram no banco e sorriram tímidos para mim começando a comer. – Se importam se eu ficar no vagão?

– Claro que não, Hermione. – Falou Lílian sorrindo enquanto provava um dos doces.

– Obrigada, Lílian.

– Lily, só Lily.

– Então me chame de Mione... Todos vocês. – Olhei para Severo que ficou vermelho e assentiu com a cabeça sorrindo, me virei para Lupin e peguei alguns doces levando ao seu lado e me sentando a sua frente. Ele arqueou a sobrancelha olhando para os doces.

– Para mim também?

– Claro! – Exclamei enquanto abria um pacote de feijãozinhos de todos os sabores, ele abriu um sapo de chocolate de modo sorridente e enquanto eu mastigava com medo um dos doces, ele arrancava um pedaço do sapo. Cuspi o feijãozinho no chão do vagão e comecei a esfregar a língua. – Eca! Vômito!

Os três riram e nós ficamos conversando enquanto comíamos, quando o tempo começou a passar, eu voltei a ler meu livro até que senti alguém me olhando. Me virei para Severo e Lily, mas ambos estavam imersos em uma conversa sobre como devia ser Hogwarts, então olhei para frente e corei como nunca ao ver Remus me olhando interessado, ele corou ao notar que o peguei me encarando e quando estávamos chegando perto eu me levantei me espreguiçando.

– Está tudo bem, Mione? – Perguntou Lily e eu sorri acenando com a cabeça.

– Sim, só vou colocar minhas vestes. Vocês deviam fazer também, acho que já estamos chegando. – Eles olharam para fora da janela e eu me despedi voltando ao vagão do meu irmão, quando entrei James me bombardeou de perguntas e reclamou que ficou preocupado comigo. – Qual é James, o que podia acontecer comigo? Eu pular da janela do trem? Por favor. – Bufei e Sirius riu, peguei minhas vestes e olhei para os dois que já estavam com o uniforme, corri para o banheiro e me troquei rapidamente voltando para meu irmão. Guardei as roupas e ouvi Sirius assobiando.

– Hermione, suas vestes não estão curtas demais, não? – Perguntou James com o maxilar trincado e fuzilando Sirius com os olhos, na verdade não estavam. Estavam talvez a um dedo acima do joelho.

– Er, não? Repita isso quando vir as saias das outras estudantes, acho que vi uma garota de calcinha com estampas de vacas. – Eles riram e eu rolei os olhos prendendo meu cabelo e colocando a capa, Sirius ficou sério de repente e se sentou tenso, troquei um olhar com James e eu perguntei. – Que foi, Six?

– É que... Eu estou com medo de ir para a sonserina, você sabe, lá só há pessoas más... – Falou ele e eu rolei os olhos bufando, achando que era algo importante.

– Isso não é verdade. – Falei me lembrando do próprio Severo, de Draco, Blás, Theo e outros sonserinos que lutaram contra a própria família no lado bom da guerra. – Ser da sonserina não te torna mal, assim como ser da grifinória não te torna corajoso. Você é quem você é, não vai ser um chapéu velho que vai decidir isso por você. – Eles me olharam surpresos e eu falei sorrindo para Sirius. – Mas se isso importa tanto assim para você, se quiser pode pedir para o chapéu seletor para ir para a grifinória, ele atende seus pedidos.

– Chapéu o que? – Perguntou James e eu me dei tapas mentais. – Como você sabe que é um chapéu que escolhe para que casa nós vamos?

– Papai me disse. – Falei o mais convincente que eu conseguia e os dois estreitaram os olhos dando de ombros.

– Obrigado, Mione. – Agradeceu Sirius e eu sorri lhe dando um beijo estalado na bochecha, James fechou a cara e nós rolamos os olhos para o seu ciúmes.

Quando eu ia reclamar, olhei para a janela e suguei o ar maravilhada, nunca me acostumaria com essa visão. Corri para o vidro e encostei meu nariz no mesmo para tentar ter uma visão mais ampla do castelo, James e Sirius me seguiram olhando maravilhados para o castelo. O trem parou e nós pegamos nossas coisas e corremos para fora do mesmo, encontrei com Lily e Severo no lado de fora, e quando meu irmão e Sirius xingaram Severo, eu dei um tapa na nuca de cada um.

– Vocês estão sendo os mesmos que a família de Sirius, seus idiotas. – Bufei e eles abaixaram a cabeça reclamando. – Isso mesmo, se envergonhem.

Eles riram e eu rolei os olhos seguindo um Hagrid mais novo para os barcos, acabei por ficar num barco com James, Sirius e Remo. É, acho que o destino vai juntar os três mesmo. E... Pedro Pettigrew. Se ele trair meu irmão, eu mato ele. Os três foram conversando enquanto eu apreciava a paisagem, descemos do barco e passamos por uma trilha lamacenta, eles molhavam as roupas e nem notavam, já que estavam ocupados demais encarando o castelo.

Fiz um feitiço para secá-los e James junto com Sirius apenas agradeceram sem me olhar, enquanto Remo me encaravam em uma mistura de maravilhado e assustado.

– Como você consegue fazer um feitiço desses e ainda não verbal? – Sussurrou e eu literalmente me dei um tapa na testa ouvindo as vozes me xingarem. “Sua estúpida! Não pensou nisso, não é?! Presta atenção!” “Dessa vez eu concordo com a velhota, presta atenção!”

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– Eu leio muito. – Menti e ele franziu o rosto me medindo com o olhar.

– Mas esse é um feitiço do sexto ano e exige prática. – Falou cruzando os braços e eu sorri nervosa.

– Eu aprendo rápido. – Quando ele ia abrir a boca para falar mais eu continuei. – Por favor, não conte para ninguém. – Sussurrei e ele suspirou acenando com a cabeça.

Suspirei aliviada e entramos no salão principal, olhamos maravilhados para aquele lugar e Dumbledore se levantou, seus olhos faiscando para mim por detrás daquele óclinhos meia-lua.

– Bem vindos, bem vindos. – Ele começou um discurso sobre amizade e que precisávamos ter união entre as casas e blá, blá, blá. - ...Não podemos ficar sozinhos, porque com ajuda de amigos, nós nos tornamos outra pessoa. – Seus olhos faiscaram mais ainda para mim e eu sorri para o mesmo, já sabendo que Dumbledore de algum jeito já sabia que eu não era daqui, e por algum motivo, isso não me assustou. A professora Minerva colocou o banquinho e o chapéu seletor, logo o mesmo começou a cantar e a professora começou a chamar os nomes, Severo foi para a Sonserina, Marlene, Alice e Katherine para a grifinória, Lupin e Lily também.

– Black, Sirius. – Ele olhou de relance para a mesa da Sonserina, onde seus primos e amigos de sua família estavam, então olhou para a mesa da grifinória e andou decidido até o banquinho, o chapéu mal levou três segundos antes de gritar.

– Grifinória! – James sorriu contagiante, mas eu sabia que ele estava nervoso que fossemos para casas diferentes, ah bobinho...

– Potter, James. – Ele foi até o chapéu e o mesmo mal encostou em sua cabeça e já havia gritado Grifinória. - Potter, Hermione.

Todos se calaram e eu andei até o banquinho, tendo minha visão coberta pelo chapéu.

Oh, olá senhorita Granger. Ou devo dizer Potter? É bom vê-la novamente.

– Digo o mesmo.

– Sua mente está muito embaralhada, criança. Vejo que tem coisas importantes a fazer, na casa certa tudo ficaria bem mais fácil... Acho que daria uma ótima corvina... Assim como uma perfeita Sonserina.

– Não! – Pensei e vi pela fresta muitos me encararem estupefatos, os cochichos começaram e Minerva me olhou desconfiada, oh droga, está demorando. – Me coloque logo na grifinória!

– Tem certeza, senhorita Potter?

– Tenho! Vai logo com isso!

– Está bem então, espero que não se arrependa... Grifinória! – Suspirei aliviada e saltei do banco tirando o chapéu e me enfiando entre James e Lene.

– Bem vinda a grifinória. – Falou Remo e eu sorri.

– É bom estar aqui... – De novo. Completei mentalmente.