Another Hermione

36 - De novo não...


Eu gostaria de dizer que chorei.

Que me acabei de chorar. Que a minha cabeça parecia explodir de tanto que chorei. Que berrei até sentir minha garganta ardendo do esforço e de dor.

Mas isso seria uma mentira.

Claro que chorei! Ainda continuava humana, ainda tinha sentimentos. Chorei, solucei, mas não durou muito já que vi a mim mesma me repreendendo por continuar a derramar lágrimas. A quanto tempo eu não chorava? A alguns três ou quatro meses? E logo eu que estava pronta para quebrar o recorde...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Funguei olhando para o teto da sala precisa, a mesma estava como meu quarto em casa, aconchegante e com minha cama fofinha e de cobertores macios. Não sabia exatamente se foi melhor ou pior já que uma de minhas paredes estava repleta de fotos de meus amigos e consequentemente, de Remus, o garoto que eu havia admitido amar, o garoto que frisou que tudo o que queria era a Vance, o garoto que disse que eu apenas estava atrapalhando...

— Que ladainha! – Bufei para mim mesma frustrada com meus pensamentos. – Hermione Potter! Se recomponha, mulher!

Suspirei e me levantei enxugando os resquícios das lágrimas de minhas bochechas, fui para o espelho da porta do meu guarda-roupa e me olhei, meus cabelos estavam uma bagunça raivosa, jogados para um lado e um tanto arrepiados. Ri baixinho e os arrumei logo voltando minha atenção ao meu rosto, minhas bochechas coradas pelo esforço de não chorar mais, meus olhos levemente vermelhos e um tanto inchados. Não algo que alguém notasse realmente, apenas como se eu os tivesse coçado.

Forcei um sorrisinho para ver se tirava essa aparência de abatida, funcionou. Suspirei novamente e fui em direção a porta alisando minha saia, saí olhando ao redor, assim que pisei no corredor, a sirene bateu e eu me apressei a sair da sala precisa.

Me virei e me senti ser atropelada, olhei para o saco de músculos arfante acima de mim e fechei a cara junto a Zabini.

— Potter. – Grunhiu se levantando e me levando junto, suas mãos em meus quadris e seu olhar gelado

— Zabini. – Chiei cortante, nos encaramos por longos minutos até eu lhe dar as costas sem falar nada, o senti se movendo e por instinto puxei minha varinha apontando para ele. O mesmo tinha a varinha levantada e apontada para mim, seus olhos estreitados e um tanto irritados.

— Lembra do que eu disse? – Franzi o cenho mantendo minha varinha firme. – Se você o machucasse, eu machucaria você. – Rosnou e eu ri em escárnio.

— Acontece, Zabini, que ele me machucou, não o contrário. – Cuspi raivosa, eu já estava com raiva antes e esse idiota ainda vem me atiçar, nem fodendo. Nem. Fodendo. – Ele que estava me traindo com aquela puta, ele que mentiu para mim o tempo todo. Se ele está sofrendo até hoje, a culpa não é de ninguém, além dele. – Fui chegando perto enquanto sibilava, seu olhar duro e irritado. – Eu? Eu superei, aceitei o puta chifre que tenho e segui em frente. Agora veja, Zabini, eu já estava irritada antes de ter que ver essa sua cara escrota, então eu pergunto, você quer mesmo entrar numa briga comigo? Quer mesmo?

Eu estava o olhando de cima, mesmo a diferença de altura sendo quase vergonhosa de tanto que era, eu estava o encarando de frente, ele desceu seus olhos por todo meu corpo antes de abaixar a varinha e voltar a me encarar nos olhos.

— Sofrendo? – Rosnou chegando um passo mais perto para ficar encostado em mim. – Ele morreu, Potter. Você matou meu amigo, não existe mais Rabastan Lestrange. Você destruiu e esmagou cada migalha que ainda restava dele, se ele é como é hoje, a culpa é inteiramente sua. – Trinquei meu maxilar e rosnei irritada antes de girar em meus calcanhares, mas ele me puxou pelo pulso fazendo-me chocar contra seu peito. – Eu não disse que você podia sair. – Sibilou sombrio e eu engoli seco antes de rosnar de volta.

— E quem você acha que é para me dizer o que eu posso ou não fazer? – Cheguei mais perto quase o empurrando de tanta raiva que eu tinha. – O que vai fazer, hãm? Me azarar? Me amaldiçoar?! – Ele tinha os lábios curvados sobre os dentes de raiva e eu sentia meu peito inflar de ódio. – Eu volto a repetir, quem, você, acha, que, é?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Garotinha insolente. – Rosnou e apenas o vi levantar a mão, mas antes que ele pudesse me dar um tapa, ele foi jogado com uma violência absurda no chão, Pedro se levantou espumando de ira e o puxou pela gola da camisa lhe dando um soco no rosto, meu queixo foi ao chão quando ele rosnou.

— Nunca. Mais. Ouse. Levantar. Um. Fodendo. Dedo. Contra. Ela. – A cada pausa, ele descia o punho em direção ao rosto de Zabini, que estava assustado demais para revidar. – Entendeu?! – Ele balançou o sonserino pela camisa e quando não ouve resposta, Pedro deu mais um soco. – ENTENDEU OU NÃO?! – Sua voz retumbou pelo corredor vazio e minha mente voou lembrando do garotinho gordinho e baixinho que se escondia atrás de nós para não entrar em uma briga, seu olhar era feroz enquanto me defendia, vi o Mapa do Maroto no bolso de sua calça e senti meus olhos lacrimejarem ao notar que ele veio correndo para me ajudar, e ainda veio sozinho.

— E-entendi! – Gaguejou Zabini e Pedro bufou em satisfação.

Ótimo. – Rosnou e deu um último soco o largando no chão e correndo até mim, me puxando pelo pulso e me arrastando para longe.

Sem escolhas e ainda chocada, o segui. Olhei para sua mão e vi os nós de seus dedos machucados e com sangue, tanto dele quando de Zabini, nos misturamos com os outros alunos no corredor da sala de Runas Antigas.

Entramos ainda em silêncio e eu chutei James de sua cadeira para poder me sentar ao lado de Pedro, o mesmo franziu o cenho com minha ação logo dando de ombros e abrindo e fechando a mão por causa dos machucados.

Sirius se esticou de sua mesa e me cutucou no ombro.

— Onde estava? Onde Aluado está? – Olhei ao redor vendo que ele não estava na sala e dei de ombros meio cabisbaixa. – Então... Será que vocês dois podem me explicar por que de Pedro está com a mão sangrando? – Viramos a cadeira para a mesa dos dois e como eu ainda estava em choque para falar algo, Pedro contou tudo enquanto a professora avoada não aparecia.

— Fui busca-la de Zabini. – Grunhiu e eu sorri de lado corada. – Ele ia bater nela, mas...

— Mas ele me salvou, tinham que ver! – Berrei no meio da sala e muitos se viraram para mim assustados, fechei a cara para eles e os mesmos voltaram a sussurrar com seus parceiros de mesa. – Tinham que ver! – Sussurrei dessa vez e Almofadinhas e Pontas se entreolharam assustados. – Ele acabou com a raça do Zabini! – Pulei no colo de Pedro e coloquei a mão na testa jogando a cabeça para trás. – Meu herói!

— Mi... As pessoas estão olhando... – Chiou corado e eu gargalhei me levantando animada com Sirius.

— Seus sem afazeres! – Berrou Almofadinhas atraindo atenção. – Meu amigo aqui acabou com a raça de um garoto do quinto ano!

Sozinho! – Frisei fazendo Pedro afundar na cadeira depois de volta-la para frente novamente tentando fingir que não nos conhece. O burburinho impressionado começou e eu tasquei um beijo estalado em sua bochecha vermelha.

Porque vocês me odeiam? – Sussurrou com um fio de voz escondendo o rosto nos braços, gargalhamos nos sentando novamente e eu olhei para James, que tinha a cara séria.

— Pontas? – Chamei e ele voltou seu olhar duro para mim.

— O que você tinha na cabeça? – Sibilou trincando os dentes e eu arqueei uma sobrancelha confusa. – Você por acaso estava pensando quando enfrentou um garoto do dobro do seu tamanho?! – Quase berrou e Sirius se calou se sentando lentamente para observar o sermão.

— Mas que porra... – Murmurei confusa.

— Nem adiante me desmentir! Sei muito bem que você foi peitar o cara! – Rosnou e eu fechei a cara sibilando.

— Peitei mesmo. – Devolvi sentindo minha raiva voltar. – Não vou ser a vagabunda de ninguém. – Bati em meu peito me curvando sobre a mesa dele. – Não vou abaixar a cabeça igual a uma cadela para homem nenhum, ele iria me bater? Que seja, o estado dele quando eu revidasse iria ser pior. Ele apanharia tanto que iria se arrepender de ter levantado a voz contra mim, quem você acha que sou? – E dei um ponto final me virando na cadeira, mantendo meus braços cruzados sobre o peito e com um bico um tanto infantil no rosto, ouvi um tapa muito alto atrás de mim e James guinchou.

— Filha da puta! – Arqueei uma sobrancelha mas não me virei. – Porque fez isso, cachorro?!

— Porque você mereceu, porra! – Resmungou Sirius e eu segurei o sorriso. – Sabe como a garota é, e ainda vai lá estressar mais. Caralho, Pontas! Você pensa?! – Não aguentei e gargalhei junto a Pedro.

— Ela é que não pensa, merda! – Chiou. – Ela não usa mais a fodendo mente, só pensa com o caralho do coração! – Minha cabeça deu um giro de 180º graus tão rápido que senti meu pescoço estralar e fiz os meninos se sobressaltaram em suas cadeiras.

— O que disse? – Perguntei arregalando os olhos, James engoliu seco e repetiu.

— V-Você não está mais usando a cabeça, só o cor-

— Coração! Filha de uma puta! – Rosnei batendo minha mão na testa. – Obrigada, Jay. – E me virei novamente murmurando xingamentos para mim mesma.

— Mas que porra deu nela? – Sirius sussurrou e pude até ver James negar com a cabeça confuso.

A professora entrou correndo ofegante na sala, todos a olhamos como se fosse maluca, e ela era mesmo.

— Desculpem o atraso, esqueci-me da aula. – Prendemos os risos e acenamos as cabeças, ela deu sua aula normalmente enquanto eu só queria esganar Granger e Potter por deixar o merdinha do Coração tomar controle.

***

Sentei suspirando na poltrona do salão comunal, James e Pedro estavam no quarto enquanto eu estava conversando com Sirius, ele notou a falta do colar e praticamente me colocou contra a parede para que eu falasse, mas eu apenas prometi falar depois das aulas se ele não tocasse no assunto pelo resto do dia.

— Então? – Incentivou sentando à minha frente ao me ver calada, suspirei baixinho passando a mão por meus cabelos tentando ganhar tempo.

— Você viu ele depois? – Perguntei tentando desconversar, Almofadinhas me olhou sério e eu suspirei novamente apertando a ponte do nariz frustrada. – O que quer saber? – Resmunguei e ele sorriu de lado pegando minha mão.

— Quero que me conte como está, provavelmente brigaram e se para que até Remus não voltasse a aula, a coisa deve ter sido séria. – Ele falou carinhoso e eu escorreguei para a ponta da poltrona olhando para meus joelhos.

— Eu disse que... – Sussurrei tão baixo que ele chegou mais perto franzindo o cenho.

— Você disse o que?

— Eu disse que eu o... – Ele me olhou frustrado e eu respirei fundo sentindo meu rosto ficar vermelho. – Eu disse que o amava, caralho!

Sirius arreganhou a boca recuando lentamente, meu rosto se possível ficou ainda mais vermelho e eu olhei para porta vendo Remus nos encarar surpreso, meu rosto se abateu e Sirius perguntou.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— E o que ele disse? – Ainda olhando para Aluado, respondi tentando não me embargar.

— Que tudo que ele quer é a Vance. – O rosto de Remus se abateu mais ainda e eu continuei. – Porque não importa o quanto eu demonstre, o quanto eu sofra ou o quanto eu grite que e eu o amo com todas as minhas forças. Eu não sou o suficiente. – Me assustei com a quantidade de emoções que minha voz carregava, foi vibrante e ao mesmo tempo fúnebre.

Sirius também se assustou já que piscou várias vezes tentando se recompor.

— Está tudo bem, Hermione. – Falou carinhoso e beijando minha mão, voltei minha atenção a ele, que continuou. – Aluado é um idiota por não te dar uma chance, quantos não gostariam de estar no lugar dele? Se ele não a enxergar, não a amar tanto quanto você o ama, pode ter certeza que alguém vai. Um dia, alguém vai chamar sua atenção tanto quando ele chamou, talvez demore anos, mas uma coisa que Régulo sempre diz é que sentimentos são como flores, se não retribuírem ou cuidarem, essa flor murcha, até que outra pessoa faça tudo o que não fizeram. – Apenas ouvi a porta do quarto dos marotos bater com força,

Sorri de modo triste para Sirius.

— Mas há um ponto em que a flor está tão murcha, tão machucada e seca, que ela morre.

***

UMA DETENÇÃO. – Berrou Wood dando um soco no armário do vestiário, me encolhi com o barulho lançando-o um olhar irritado, havia acordado com dor de cabeça depois de dormir tentando não chorar. – No. Dia. Do. Jogo. – Vociferou entredentes, os outros jogadores do time pareciam querer saltar em mim e me esganar, e quando eu digo todos, digo todos. Marlene e James também estavam inclusos.

— Não é culpa minha se o babaca do Joshua me odeia! Foi só uma brincadeira e nem afetou ninguém, pelo amor de Deus! – Exclamei rolando os olhos e batendo as mãos nas coxas.

— Será que entende o que isso significa, garota Potter? – Perguntou irritado, arqueei uma sobrancelha e ele respondeu. – Cada jogador tem sua função assim como as malditas bolas tem, a porra do balaço vai nos derrubar! Você tira 90% dos balaços e acerta 90% das merdas dos outros jogadores! Seu irmão e Marlene apenas tem que marcar, você deixa a área limpa, sem você, a chance de ganharmos vai para praticamente 40%!

Trinquei os dentes e o olhei mais irritada ainda.

— Isso não é verdade, tenha fé nos seus jogadores, capitão. — Rosnei o fazendo trincar dentes e eu continuei. – James, Marlene e John conseguirão marcar tantos pontos quanto antes se no treinamento você os focar em desviar, Marcus e Carlos farão uma boa dupla se treinarem em dupla, não cada um por si só. Não existe apenas James e eu no time, cada um tem sua habilidade que não é explorada, não se trata apenas do resultado, Wood. Somos uma equipe e se nos treinar como uma, quando algo desse tipo acontecer novamente não irão ficar eufóricos.

Todos ficaram boquiabertos com meu discurso quando acabei, ele suspirou passando a mão pelo rosto.

— Está certa, desculpe pessoal. – Murmurou coçando a nuca e todos sorriram levemente. – Vão se aquecendo, eu já alcanço vocês. – Falou e eu já estava pulando do banco quando ele pediu. – Fique, quero falar com você.

— Mais bronca? – Perguntei e ele riu meio envergonhado negando com a cabeça, Wood se sentou em um dos bancos e eu fui para o da sua frente.

— Sabe, estou meio... Fanático não é a palavra...

— Obsessivo?

— Isso! Eu estou com certa obsessão em trazer mais uma vez a taça de quadribol para a Grifinória. – Ele suspirou e me olhou, ele tinha os olhos de Olívio. – Ano passado foi a primeira vez em anos, sabe? Quando virei capitão, as coisas estavam horríveis. Então você e seu irmão apareceram e eu acho que nunca vi tanto talento de uma só vez, parece que é de família, não é? – Ri baixinho e ele sorriu de lado. – Ainda não consigo acreditar que tive a chance de ser o seu capitão e o de James, dos incríveis irmãos Potter, além de serem chamados de marotos, sabe qual é o apelido que você e seu irmão tem? – Neguei com a cabeça e ele riu fraco. – Gêmeos de ouro, porque parece que vocês são os maiores responsáveis pelos troféus.

— Não é verdade... – Corei e ele sorriu de lado.

— É sim, não fiquei irritado por que perdemos a melhor batedora que a grifinória já teve em um século, num jogo importante, mas sim porque perdemos a nossa melhor animadora. Sua presença no campo os deixa mais confiantes, Hermione, a garota que saiu viva contra um duelo com você-sabe-quem, a incrível batedora que vai se jogar na frente do balaço antes de o deixar te acertar. As vezes esqueço que você e seu irmão são apenas garotos do terceiro ano e não jogadores profissionais... – Ele observou minhas bochechas ficarem ainda mais vermelhas e sorriu de lado novamente antes de concluir. – O que quer dizer é... Eu vou ficar em paz, se souber que você ou seu irmão forem os próximos capitães, principalmente se for você. Sei que vai treinar os próximos jogadores e ganhar as próximas taças de quadribol para a grifinória.

— Nossa, Wood... Isso foi... – Eu estava sem palavras para sua revelação, ele corou levemente e limpou a garganta.

— Não se acostume! Anda, se aquecendo! – Gargalhei e me levantei arrumando o bastão no coldre, sorri levemente e lhe dei um beijo na bochecha antes de trotar para fora, quando olhei sobre o ombro, ele tinha uma cara surpresa e muito corada. Ri com isso e entrei no campo montando em minha vassoura para aquecer, e assim continuou o treino.

[...]

Desmontamos cansados na mesa da grifinória, o treino durou até o jantar e por isso nem tivemos tempo de tomar banho e nos trocarmos.

— O treino foi pesado? – Sirius perguntou meio debochado para Marlene, James e eu, o olhamos ofegante e irônicos.

— Imagina! Ficamos conversando o tempo todo! – Marlene resmungou e eu gargalhei tirando as luvas e as deixando embaixo de minha coxa.

— Vocês estão fedendo. – Observou Lils e eu a olhei feio enquanto Marlene e James fungavam as próprias axilas sem vergonha nenhuma, me engasguei em uma risada e eles deram de ombros voltando a atacarem as comidas. – Porquinhos. – Brincou e nós rimos, Remus me observava enquanto Emmeline tagarelava em seu ouvido na mesa da corvinal, devolvi seu olhar e ele sorriu de lado levemente. Podia sentir meu coração batendo contra minhas costelas por conta do seu sorriso, engoli seco e desviei o olhar para minha comida piscando rapidamente.

— Eu vi, eim. – Severo sussurrou e eu o olhei com o canto de olho, ele estava sentado entre mim e Dorcas, que tagarelava com Alice.

— Viu o que? – Ele sorriu levemente e eu não pude deixar de devolver, desde que ele começou a namorar com Dorcas, ele estava sorrindo mais, estava mais alegre, nem azarava mais os marotos sem motivo e vice e versa, ele também não tinha mais aquela aura negra pairando sobre ele.

— Esse sorrisinho do Lupin. – Corei negando com a cabeça. – Você gosta dele. – Concluiu e eu olhei Remus, que conversava calmamente com Emmeline.

— Está mais para eu amo ele. – Severo se engasgou com a sua sopa e eu voltei a olhá-lo, sorri de leve. – Mas ele está com a Vance.

— E? – Franzi o cenho e ele sorriu de novo beijando a mão de Dorcas, eles estavam de mão dadas por debaixo da mesa, ela virou para ele e Severo sorriu largo para ela a fazendo corar e se encostar nele. Ele a abraçou e ela continuou a conversar com Alice enquanto ele voltava sua atenção para mim. – Ela me conquistou, então porque você não pode conquistar Lupin?

O estudei minunciosamente antes de sorrir de dar de ombros voltando a comer, suas palavras ecoando em minha cabeça.

Eu tentei. Fiz de tudo, não foi?

Quer dizer, nem tudo.

Eu apenas fui uma vadia chata que tentava arruinar o relacionamento dele.

É, mas quer dizer, isso não é conquistar?

Franzi o cenho e lembrei do que James falou. “Você não está pensando com a cabeça, só com o coração.”

Me sobressaltei fazendo os meus amigos me olharem indagadores, neguei com a cabeça e terminei de comer rapidamente pegando minha vassoura e correndo para fora do salão comunal.

— As luvas! – Pedro exclamou e eu voltei, ele as segurava sobre a cabeça, as peguei agradecendo rapidamente e voltando a correr, acabei enfiando a perna em um dos buracos da escada, mas me levantei rapidamente e continuei e correr até a torre da grifinória.

Entrei no dormitório eufórica jogando a vassoura na cama e me sentando em um dos tapetes de yoga de Alice. Me concentrei respirando fundo, fazia alguns anos desde que eu não entrava na minha “mente”, respirei e expirei lentamente e quando abri os olhos, estava na biblioteca, mas ela estava diferente, tudo estava em vermelho e rosa.

— Coração, seu filho de uma puta! – Urrei brava, a porta se abriu e ele passou calmamente em um terno vinho, ele parecia mais vivido do que nunca e tinha os olhos vermelhos como se tivesse chorado.

— O que faz aqui, Hermione? Não te avisamos que é perigoso? – Ri sem humor.

— Eu quero saber onde estão Potter e Granger e porque você está me controlando. – Ele riu levemente e estralou os dedos, olhei para o sofá que apareceu e as vi vermelhas de raiva, presas e amordaçadas.

— Eu estou controlando-a porque você permitiu no momento que admitiu ao Remus que estava apaixonada por ele. – Seu sorriso foi de canto a canto. – E eu não vejo nada de errado no que está fazendo com vagabunda da Vance, cachorra. — Sussurrou irritado e eu trinquei os dentes.

— Bem, então eu decido que quero voltar a pensar com o caralho da minha cabeça! Entre em consenso com elas, principalmente com Granger, ela é muito esperta e vai encontrar meios para te ajudar quem não sejam matando a vagabunda. – Ele resmungou cruzando os braços e estralou os dedos com um bico, elas respiraram fundo e o atacaram.

Foi um sentimento estranho, eu sentia que estava com raiva de mim mesma por me deixar pensar apenas com o coração, argh.

— Seu idiota! – Rosnou Granger, então ela se virou para mim e sorriu levemente. – Pode ir, vamos te ajudar e pode ter certeza, Remus Lupin vai ser seu.

Ri fraquinho e fechei os olhos tentando sair do transe, quando os abri vi as meninas me olhando assustadas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— O que foi? – Perguntei me levantando, as observei vendo que já estavam prontas para dormir e franzi o cenho me perguntando quanto tempo fiquei fora do ar.

— Você está imóvel a exatas três horas. – Lilian disse e eu arregalei os olhos com a informação, mas só se pareceram três minutos!

— Cochilei. – Menti enquanto ia em direção ao banheiro para tomar banho, sei muito bem que não acreditaram mas a essa altura já devem ter se acostumado com as respostas vagas e sem sentido.

Ao passar da frente do espelho olhei para meu cabelo frustrada, agora estava definitivamente na altura dos ombros, peguei a tesoura irritada e o cortei mais curto do que antes, atrás um pouco acima da nuca e na frente no tamanho do queixo.

Limpei tudo com um aceno de varinha e coloquei a tesoura no lugar entrando embaixo do chuveiro.

Quando voltei ao quarto, as meninas elogiaram o cabelo e voltaram a conversar enquanto eu desabava em minha cama, Marlene já dormia cansada demais para ficar conversando, segui seu exemplo e entrei no mundo dos sonhos.

***

Sábado chegou num piscar de olhos, enquanto todos iam em direção ao campo ou as arquibancadas, eu observava tudo de uma das janelas, o tempo estava perfeito para jogar e os meus companheiros de equipe animados. Suspirei para isso e continuei, irritada, o caminho para a sala de troféus.

— Atrasada. – Carter disse folheando seu livro, olhei para o relógio que tinha em uma das mesa e falei indignada.

— Um minuto! – Ele levantou os olhos irritados do livro e rosnou.

— Isso é atraso. – Bufei sentindo minha mão formigar para lhe dar um tapa na cara. Tirei a porra do casaco o jogando com força nele para segurar, Joshua estreitou os olhos para mim e eu prendi a parte da frente do meu cabelo. – A varinha. – Ordenou e eu respirei fundo controlando a língua para não ganhar outra detenção, a tirei do meu bolso e caminhei até ele deixando a varinha na mesa, pegando o pano e o maldito produto de polir.

Fui resmungando até a primeira prateleira, acabei as primeiras dez de baixo ouvindo os gritos e as torcidas no campo e tentando dar uma espiadinha pela janela, mas isso não foi possível, primeiro porque o maldito do Joshua me repreendia toda santa vez, segundo porque daquela maldita sala eu só tinha a visão da parte detrás das arquibancadas.

Olhei para cima cansada vendo que ainda faltavam exatas 120 prateleiras, fui para a segunda camada de prateleiras espirrando e com os olhos lacrimejando por causa da poeira.

Isso não teria acontecido se eu estivesse aqui. – Ouvi a Granger resmungar e bufei em concordância, Potter e Coração começaram a discutir e eu desejei o silencio novamente, ele aconteceu. Não me preocupei por saber que eles apenas se calaram.

— Menos resmungos e mais trabalho, Potter. – Exclamou Joshua debaixo, desci meu olhar para olhá-lo, eu estava na escada limpando a quinta camada, ou seja, chegando em cinquenta taças.

— O que faz aí? Por acaso está olhando para minha bunda? – Debochei, ele corou fechando a cara e eu gargalhei voltando a limpar. – Aposto que está aí para chutar a escada, mas se eu morrer vão saber que foi sua culpa!

— Você não morre. – Ele disse simplesmente e eu arqueei uma sobrancelha continuando a limpar.

— Ah não?

— Não, você já caiu da vassoura, já sobreviveu a uma quase hipotermia, já sobreviveu a duelos, já sobreviveu a... Você-sabe-quem, já sobreviveu a uma escada... É, a esse ponto não consigo pensar em nada que possa te matar. – Ri fraquinho, ele tinha certa verdade, eu sou dura na queda!

— Talvez tenha razão. – Respondi me esticando para alcançar um troféu. – Mas ainda posso me quebrar toda, e se eu me machucar de novo, toda a equipe de quadribol te mata.

— Sei... – Murmurou e eu espirrei sentindo vontade de coçar o olho. – É alérgica ao produto?

— Não, é apenas a poeira. – Murmurei e então o olhei novamente. – Está se preocupando comigo, Carter?

— Claro que não! – Disse corando novamente e rolando os olhos um tanto irritado. – Estou preocupado comigo! Se você morrer, a culpa vai ser minha!

Ri novamente e me estiquei mais para pegar o último troféu da prateleira, meus dedos relaram nele e o mesmo escorregou para a ponta e caiu, numa reação automática eu tentei pegá-lo, mas isso resultou em escorregar da escada.

De novo não... – Ouvi falarem em uníssono e meu coração foi a boca, nem consegui gritar pelo susto, apenas coloquei as mãos na frente do rosto para protege-lo.

Aresto Momentum! – Carter berrou e eu ofeguei ao ver meu nariz a centímetros do chão, caí ofegando e levantei o olhar para Joshua. – Você é estúpida ou o que?! Da próxima vez, deixa a droga da taça cair! – Meu coração batia fortemente contra minhas costelas.

— O-obrigada... – Virei de barriga para cima ofegante e ele se sentou no chão com a mão em cima do peito, então comecei a gargalhar rolando para os lados.

— Por acaso você tem tendências suicidas? – Perguntou assombrado com minha reação, respirei fundo tentando parar de rir e neguei com a cabeça.

— Apenas tenho azar com escadas, muito azar. – Ele acenou com a cabeça e se levantou indo até a mesa em que estava antes e se sentando nela.

— O que ainda faz ai? Anda, continue a trabalhar! – Rolei os olhos e subi a escada novamente.

— E eu achei que você era legal... – O ouvi bufar e segurei o riso continuando a limpar.

***

Primeira lua cheia do ano, dizem que é a mais brilhante e a mais poderosa. E não é que estavam certos?

Observei com Pedro a lua pela janela, estava gigante e eu temia pela transformação de Remus dessa vez.

Decidi não tomar o chá dos elfos, e por isso eu estava calma observando a noite ou lendo. Pedro estava sentado no chão adiantando os deveres, segundo ele, se sentasse na cama dormiria então decidiu tirar proveito da noite e de mim para fazer as tarefas e ficar com tempo livre depois. Fiquei tão orgulhosa que o ajudei de bom grado!

Eu olhei preocupada a lua junto a Pedro, ela não estava descendo e eu já podia ver a manhã aparecendo, logo logo as pessoas começariam a acordar.

— O que é isso, Mione? – Perguntou confuso, neguei com a cabeça também confusa, peguei a maleta e corri para fora do quarto junto a Pedro.

Quando chegamos perto do Salgueiro Lutador, vimos James e Sirius perto da entrada agitados.

— Onde está Remus? – Perguntei assustada, eles negaram com a cabeça e eu apertei a boca em uma linha fina e em um movimento estúpido, corri pela entrada, ouvi os gritos atrás de mim, mas ignorei e continuei a caminhada curvada. A certo ponto, tive que empurrar a maleta com o pé porque me cansei, eu os ouvia me xingando enquanto me seguiam.

— Auch! – Sirius falou ao bater a cabeça em uma pedra, chiei para ele e o mesmo me olhou irritado. – Você é maluca ou o que?! – Chiei novamente e tentei escutar algo.

— Está escutando isso? – Ele franziu o cenho e apurou os ouvidos junto aos outros marotos.

— É... A respiração de Aluado... – Acenei com a cabeça e saí rapidamente, quando olhei ao redor, o vi encolhido num canto machucado demais para conseguir andar.

Corri até ele deslizando para seu lado e os marotos me seguiram, olhei ao redor assustada, tudo estava aos pedaços, havia marcas de garras para todos os lados, marcas recentes.

— Rápido, coloquem ele no sofá. – Corri até lá conjurando um travesseiro e uma manta limpa, cobri o sofá e eles o levantaram o deixando lá. Engoli seco com as mãos tremendo, aquela foi de longe a pior transformação dele. – Sirius, preciso limpar as mãos. – Ele acenou com a cabeça e foi a um canto comigo, ele conjurou água e eu fui limpando minhas mãos, quando voltei, Remus estava meio acordado meio dormindo.

— E-eu podia estar... ainda... – Sussurrou de modo sôfrego e eu chiei para ele.

– Depois você me dá um sermão... Estamos aqui, Aluado... Eu estou aqui... – Ele riu fraco e eu limpei os cortes, ele teria uma nova cicatriz na bochecha, ele usava a calça que eu havia lhe dado de natal. Senti minhas bochechas corarem quando pedi. – Tirem a calça dele, preciso saber se ele se machucou nas pernas, a calça pode ter rasgado e se remendado de novo.

— O que?! – Gritaram em uníssono e eu chiei sentindo meu rosto corar mais.

— N-não está doendo... – Sussurrou quase sem forças e eu acenei com a cabeça entendendo a mensagem.

Lhe dei a poção para dor e ele suspirou aliviado praticamente desmaiando, usei a poção de dormência sentindo a ponta dos meus dedos ficarem anestesiados. Eu sempre usava um pincelzinho em Remus, mas o esqueci no quarto e por isso, tive que usar a ponta dos dedos, pelo menos saberei quando o efeito passar em Remus.

Sentei cansada no chão, olhei para minhas mão, havia algumas manchas de sangue de quando eu estava limpando os machucados do meu lobisomem. Tremi ao pensar o quanto ele estava sentindo dor e o que aconteceria se eu não tivesse entrado.

— Coloquem a capa nele a vão o mais rápido possível. – Eu disse e todos os outros marotos assentiram com as cabeças.

— E-eu vou ajudar, três vai ser melhor do que dois. – Sorrimos largos e eu cobri Aluado com a capa.

— Como o passaremos pela passagem? – Dei um tapa na própria testa e levitei Remus cuidadosamente. Sirius bufou parecendo irritado. – Porque nunca pensamos nisso?

— Estava me perguntando isso agora, porque eu nunca disse a vocês? – Suspirei, isso me preocupou pois eu me lembro vagamente de quando eu era Granger, no terceiro ano quando Almofadinhas foi.. hãm... caçar Rabicho junto a Aluado, quando estávamos voltando, levitamos Severo desacordado para passar pela passagem. Eu me lembro disso, mas apenas, não lembro os detalhes, são quase como... flash de memórias, coisas importantes borradas.

Eu não me esquecia dos meus amigos, tudo aqui me fazia lembrar deles, James e os olhos de Lils me lembravam Harry, o cabelo ruivo de Lílian me lembrava toda a família Weasley, os olhos azuis cinzentos de Sirius me lembravam Luna, Alice e Frank me lembravam Neville e assim ia.

Mas as coisas que aconteceram, parecem foscas, como se... Como se fosse algo que eu tivesse visto brevemente e me lembrava em momentos estranhos, um sentimento de falta, não sei explicar...

Suspirei novamente e fui na frente levitando Remus, quando chegamos perto da passagem, eu olhei para fora e ao redor vendo tudo levemente claro, saí correndo levando Remus junto, por sorte não conseguiam vê-lo, sua mão escorregou para o lado aparecendo por debaixo da capa e eu a levantei afobada.

Apressei o passo subindo correndo e quase batendo Remus nas paredes, os meninos fecharam a porta e eu coloquei Aluado em sua cama, tirei a capa de cima dele e o mesmo suspirou em contentamento ao sentir o local familiar.

Sorri levemente e beijei sua testa o cobrindo e me sentando na poltrona para fazer a mesma que faço a dois anos e que espero fazer pelo resto da vida.

[...]

Tive que acordá-lo para lhe dar a poção, e assim que senti as pontas de meus dedos começarem a formigar, eu passei novamente a poção em Aluado.

— Aluado? – Sussurrei acariciando seu rosto, seus olhos tremeram fracos e então ele piscou algumas vezes antes de me mirar meio vesgo.

— Hey... – Falou meio grogue ainda, ri e alisei seus cabelos ao colocar a mão em sua nuca para ajudá-lo a tomar a poção, ele suspirou aliviado e me olhou um tanto sonolento. – Eu ainda podia estar transformado... – Sussurrou com a voz rouca e embargada de sono, eu ri fraquinho bocejando levemente.

— Mas não estava. – Dei de ombros tentando me manter acordada, não cochilei nenhuma vez, estava vendo tudo duplicado, mas não dormiria com ele nesse estado. – Ouvimos sua respiração, além de que se estivesse, eu esperaria ali mesmo. – Ele negou com a cabeça desgostoso.

— A transição não foi tão ruim... Eu tomei a sua poção. – Sorri larga e com os olhos brilhando.

— Sério?! Sem brincadeira?! – Ele riu levemente acenando com a cabeça como pode.

— E você me ajudou de novo. – Fiz um gesto de “deixa para lá” um tanto entediado, mas eu estava vibrando por dentro por ter o ajudado. – Como sempre... – Tirei meu olhar do machucado que eu estava cuidando para o encarar um tanto confusa. – Olha, Mione, eu sei que eu não sou o melhor amigo do mundo e também não sou perfeito, mas... Eu queria me desculpar por tudo, o que já fiz, o tanto que eu já te magoei, tudo o que eu disse... É que... Você é... Tudo demais. – Senti minhas bochechas esquentarem, ele as acariciou levemente com a ponta dos dedos. – Bonita demais, carinhosa demais, inteligente demais... Perfeita demais.

— Eu não...

— Por favor, me deixe terminar, não sei quando vai ser a próxima vez que vou ter coragem de dizer isso... – Ele sussurrou tão baixo que eu me esgueirei mais sobre sua cama para ouvi-lo. – É por você ser assim, que eu não posso tê-la. Afinal, eu ainda não sei o que você viu em mim, um doente cheio de cicatrizes, feio, pobre... Hermione, eu não conseguiria viver sem alguém para cuidar de mim nas malditas luas cheias, sou um fardo, você não merece alguém assim. Merece ser feliz sem ter medo de que eu machuque alguém ou me machuque nas luas cheias, merece alguém que possa te comprar joias, merece não ter que cuidar de mim no mínimo uma vez por mês, alguém que tem um futuro garantido. – Abaixei minha cabeça em irritação, ele provavelmente pensava que eu estava triste, mas a cada vez que ele falava, minha raiva aumentava. – O que acontece comigo quando a escola acabar? Vou viver em empregos de pontas porque ninguém vai aceitar um lobisomem doente e com roupas esfarrapadas. Você não mer-

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Cala a porra da boca! – Exclamei, ele me olhou assustado e eu peguei sua mão a levando ao meu peito, ele corou com isso mas eu o olhei firme. – Sente isso? Sente como está? – Era uma reação automática, ficar perto de Remus fazia borboletas voarem em meu estômago e meu coração ficar descompassado, ele engoliu seco notando como meu coração batia. – Acha que isso acontece porque fico perto de alguém rico? Acha que é isso que eu quero? Riqueza? Sinceramente, que tipo de garota acha que eu sou? Olhe para mim, Remus! – Chiei, ele voltou seus olhos para mim e eu respirei fundo, me levantei soltando sua mão e dei uma volta com os braços abertos. – Conte quantas joias eu estou usando. – Aluado me olhou de cima a baixo e mordeu a pontinha do lábio. – Exato, nenhuma. – Caminhei novamente até sua cama me sentando na ponta, ele me dava total atenção e eu fiquei feliz com isso. – Você não sabe o que eu quero, Remus. Sabe qual é meu maior desejo? É poder cuidar de você para sempre, é sentar assim, em uma poltrona perto de uma cama apenas para que eu seja a primeira coisa que você vai ver quando acordar. Não ligo para beleza ou coisas desse tipo, mesmo você tendo de sobra. Ligo para você, Remus Lupin, o garoto com dois pés esquerdos, inteligente, carinhoso, com um sorriso contido mais lindo que eu já vi... – Um dos cantos de sua boca deu uma levantada em um sorriso de lado, seus olhos amêndoas vibrantes faiscando para mim. – Sei que tenho sido uma vadia louca e um tanto psicótica. – Ele gargalhou junto a mim e eu sorri levemente. – Mas eu vou parar, vou parar de azarar a... a sua namorada, vou parar de tentar acabar com seu relacionamento, mesmo eu achando que você devia acabar porque ela não te merece, vou parar com tudo para ver um sorriso no seu rosto.

— Hermione...

— Vou parar porque você sabe como eu me sinto de verdade agora, sabe que eu vou malditamente esperar você notar que eu vou sempre estar aqui para você, seja como amiga ou... Você sabe. – Sorri de lado maliciosa e ele riu levemente. – E eu nunca guardei magoa de você, nunca consegui... O que o amor não faz com a gente, não é? – Ele riu fraquinho e eu me curvei para beijar sua bochecha, senti suas mãos em minha nuca e algo gelado tocando minha clavícula, voltei a me sentar e olhei para o colar de lobo em seu lugar novamente.

— Você me disse para dar alguém que eu ame tanto quanto você me ama... – Ele sussurrou e eu senti meus olhos embaçarem. – Ele nunca deve sair daí, Neve, nunca. – Acenei com a cabeça fungando e o olhei, eu via dor em seus olhos, e sabia porque, ele não se achava digno, mas tudo bem. Ainda tínhamos a vida para frente, e eu sabia, eu iria o esperar por toda ela.

O esperaria com meu troféuzinho de trouxa da vida e com um sorriso idiota na cara.