Makoto e Haru, ao contrário de muitos casais, e coloque muitos nisso, não complicavam o simples.

Não, eles somavam dois mais dois, não se envolviam com equações intrincadas, cortavam os zeros, abandonavam as incógnitas e não ligavam para as variáveis que, se interpostas naquele relacionamento, só requeriam um resultado fácil, quase cúmplice, que uma troca de olhares verde-oliva e azul já poderia garantir.

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Não se tratava de jogos de adivinhação nem de exigências cumpridas, e sim de acordos mútuos, aceitações de boa vontade dos defeitos alheios. Não havia contragostos exorbitantes nem azedume, mas também não havia perfeições ou mares de rosas (ou de flores de cerejeira). Eles se desentendiam, talvez não com frequência, mas se desentendiam, às vezes desconversavam, às vezes se evitavam.

Mas cegos, ah, cegos eles não eram.

Sinceridade era a virtude daquele relacionamento - a de Haru apresentando-se inesperada e até cômica; a de Makoto, conveniente e solene.

Makoto era a proteção contra o perigo iminente, a lealdade em pessoa, e ainda a brisa do outono, a ternura dos tons sépia, a suavidade de uma pétala, a calmaria depois da tempestade.

Haru era a inexpressividade que exprimia aquilo que era preciso, as poucas palavras que diziam tudo, e ainda o ponto final de enrolações, a inevitabilidade do amanhã, a constância das estrelas que, por mais que por vezes pareçam ausentes, sempre estão ali.

Eles tinham pontos em comum e tinham disparidades.

Eles tinham suas discussões, suas picuinhas, seu orgulho. No entanto, não era difícil superar isso tudo. Não era difícil quando a perspectiva de ruptura era aterradora, quando ter um ao outro era o importante, quando os bons momentos valiam a pena ser recordados e os maus, que eram poucos, descartados.

Eles eram indissociáveis.

Não só porque suas personalidades eram compatíveis. Era integridade. Ambos se integravam por saberem precisar um do outro, não pelas diferenças completas, não pelas oposições atraídas.

Era em momentos como aqueles que chegavam a essa conclusão. Quando desfrutavam da presença um do outro, quando o silêncio reinante era mais que bem-vindo, quando Haru se acomodava contra o corpo de Makoto e fechava os olhos, quase sorrindo, quase, porque era fato consumado de que sorria internamente e de que não precisava ver o rosto do outro para saber que também fazia-o, mas externa e largamente. Quando o elo estava forjado mais profundamente que o crível, quando o fio vermelho amarrado ao mindinho de ambos, apesar de todos os nós, se conectava e não se romperia nunca se dependesse deles.

Eles se completavam, e não precisavam ser inteiramente opostos para isso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.