O dia de Daniel não poderia estar pior, primeiramente, seu professor havia perdido o trabalho de oito páginas feito a mão por ele, fazendo-o reescrever tudo.

Na hora do almoço, sua melhor amiga derrubou um prato cheio de batatas fritas com ketchup em cima da sua camiseta branca, e ao invés de ajuda-lo a limpar, ela o culpou por ter desperdiçado as batatas.

Logo em seguida recebeu uma ligação de um garoto carente, com o qual ele havia ficado no dia anterior. Sem comentar nas mais de vinte mensagens que sua mãe tinha deixado para ele, que iriam para lixeira como todas as anteriores.

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E para finalizar com chave de ouro, teve a proposta insana de um garoto do segundo ano. Seria até cômico se não fosse tão patético.

“— Eu quero que você seja meu namorado! — o garoto falou, vermelho — Bem, na verdade é que, bem, eu... — ele se enrolava todo enquanto Daniel tentava compreender a situação.

— Desculpe, mas... Quem é você?

O garoto pareceu ficar mais vermelho do que antes; — Ah, eu sou o Ângelo, segundo ano, turma B.

— Olha Ângelo, sinto muito, mas eu realmente não estou procurando relacionamento nenhum agora...

— Não! Não é isso, deixe-me explicar — ele se encolheu, ficando menor do que já era — Bem, não acho que você tenha percebido, até porque ninguém jamais me percebe, mas eu sou a pessoa mais excluída dessa escola, ninguém fala comigo, e muitos nem sabem que eu existo...

Daniel levantou as sobrancelhas tentando entender onde esse assunto chegaria.

— E bem... Todos conhecem você. Se eu namorasse com você, eu tenho certeza que ficaria conhecido, e todas garotas iriam querer falar comigo.

“Claro, porque toda garota hétero classe média necessita de um amigo gay”, pensou Daniel.

— Olhe, eu sou hétero, mas eu poderia me dizer bi. E quando terminássemos, eu já conheceria garotas o bastante para poder não ficar mais sozinho.

— Garoto, você só pode estar de brincadeira com a minha cara. É claro que não. Você é idiota? — Dani disse com raiva e saiu pisando forte.

— Espere, eu estou disposto a pagar! — Ângelo gritou, e nesse momento Daniel não se conteve mais, chegou bem perto do garoto com um olhar incrivelmente ameaçador.

— Olha aqui projeto de anão, eu não sou nenhum michê* para você achar que pode me comprar, e ser gay não é uma piada ou algo que se faz para chamar atenção, estamos entendidos? — O mais alto falou com um tom incrivelmente perigoso, e deixando o local rapidamente.”

Daniel não queria pensar nisso, mas simplesmente não conseguia evitar. Era uma proposta tão absurda, tão ridícula que não entendia como alguém podia chegar a pensar aquilo, em todo o caminho para sua pensão ficou imaginando o porquê ele teria tido aquela ideia, mas quando chegou na frente do seu quarto, todos sua mente esvaziou, e ele só conseguia pensar nas palavras a sua frente; “Ordem de despejo”.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.