Primeiros passos

Mãos espalmadas no chão, pés plantados afastados, corpo em um ângulo esquisito, vestido com um macacão curto e com o bumbum empinado o bebê se concentrava.

Se alguém pudesse ver seus olhos, que estavam fixos no chão acarpetado, teria uma idéia da firme determinação que o pequeno já demonstrava.

Com um impulso o bebê se pôs de pé abrindo imediatamente um sorriso satisfeito, para logo em seguida cair sentado ao tentar andar.

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Quis chorar e chamar pelo irmão, mas observando o maior brincando com o carrinho a poucos passos dele sentiu que se fizesse isso Dean viria lhe ajudar, lhe seguraria pela mão ou o carregaria e não era isso o que desejava, pelo menos não agora.

Há dias vinha observando o modo como Dean ia e vinha sobre as duas pernas e cansou de se sentir diferente, engatinhando como um cachorrinho com as mãos. Queria andar, queria que o irmão ficasse orgulhoso em vê-lo caminhar mesmo que não soubesse muito bem, ou imaginasse o que era aquele desejo e necessidade.

Sem chamar atenção fez de novo... Pernas afastadas, bumbum para cima, mãos como apoio, um pequeno impulso e lá estava ele de pé novamente.

Menos afobado dessa vez, abriu os braços de forma instintiva, para conseguir equilíbrio, e pé ante pé caminhou em direção a coisa que mais amava nessa vida.

Na alegria do momento abriu um largo sorriso, rindo alto com sua voz infantil e musical e gritando o nome do irmão acelerou, dando seus primeiros passos, praticamente correndo.

Dean largou o brinquedo tão logo viu o irmão vindo feliz e desajeitado em sua direção. Recebendo, em um abraço longo e apertado, com orgulho e tristeza o bebê risonho.