Uma vida seria pouco para te amar

Capítulo 5 – Vocês?


– Tá, tá. Vamos dormir então, fazer o que, né? Você que manda na minha vida mesmo.

– Hm, assim que eu gosto. – ri e beija o esposo.

Assim eles dormem tranquilamente. Até que o dia amanhece e o despertador avisa que os dois têm que acordar. Carlos Daniel já não aguentando mais aquele barulho irritante resolve se levantar e desligar de uma vez.

– Pronto – se deita de novo. – Meu amor, acorda. Lina...

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– Ahn?! – pergunta ainda atordoada. – Ah, bom dia amor.

– Bom dia. Dormiu bem?

– Uhum, muito bem. E você?

– Bem também. Conseguiu descansar?

– Felizmente sim. Vamos levantar né, senhor Bracho?

– Ainda não, você nem me deu meu beijo de bom dia.

– Ai meu Deus, você tá carente. Vem cá. – ela dá um beijão no marido.

Mesmo tendo começado, ela sabia onde aquilo tudo ia dar, então ela cessa o beijo.

– Vamos, levanta, hora de tomar café.

– Ah, Paulina. Vamos ficar mais um pouquinho aqui, vai.

– Não, não. Carlos Daniel, você tá parecendo os nossos filhos, vai levanta.

– É impossível discordar de você não é? – fala com um meio sorriso no rosto.

– Digamos que sim. – Paulina levanta e vai em direção ao banheiro, CD vai atrás dela. – Agora você vem né?! Mas vai ter que esperar porque eu vou tomar banho primeiro.

– E eu vou tomar banho com você. Agora anda, vai. Não podemos nos atrasar pro café.

– Você não tem jeito mesmo né, amor? – questiona rindo e seguindo rumo ao banheiro.

Eles tomam banho e descem pra sala de jantar, por incrível que pareça, cedo.

– Bom dia! – cumprimenta Paulina.

– Bom dia! – respondem.

– Filhos, já que hoje é sábado, que tal irmos ao parque? – pergunta Paulina empolgada, ela amava passar tempo com seus filhos.

– Eba! – comemoravam os menores.

– Ai mamãe, eu posso ficar em casa? Ir ao parque é tãaaao chato. – resmunga Carlinhos, dando ênfase no “tão”.

– Você sempre gostou tanto do parque, Carlinhos. Por que não quer ir hoje? – pergunta CD ao filho mais velho.

– Sei lá, tô sem vontade.

– Para de ser besta Carlinhos, vai ser ótimo no parque. Você tá muito chato esses dias – debocha Lizete.

– Chata é você! – dá a língua pra ela, que retribui o gesto.

– Ei, ei, crianças. O que é isso? Olhem o exemplo que estão dando para seus irmãos menores. – briga Paulina.

– Tá mamãe, desculpa. Mas o Carlinhos tá muito chato, não quer brincar mais comigo. – reclama Lizete, com certo tom triste na voz.

– Lizete, Carlinhos e você estão crescendo, como ele é mais velho está se cansando de brincar e você também vai acabar cansando com o tempo. – explica a adorada mãe daquelas crianças.

– É isso aí, mamãe. Explica pra boba da Lizete que eu já sou um homem e que não gosto mais de brincar.

– Um homem? Você? – pergunta Lizete e Carlinhos assente – Está mais pra um frangote.

E começa tudo de novo.

– Já chega! – grita CD – Parem de brigar AGORA! Estamos na mesa, e eu não permito esse mau comportamento de vocês. Estão grandes o suficiente que é preciso ter respeito, não só na mesa e sim em todos os lugares, sempre.

– Está bem, papai. – Respondem em uníssono.

– Não sei se perceberam, mas fugimos do assunto. Vão querer ir ao parque ou não? – pergunta Paulina, querendo ter uma resposta de sua proposta.

– Vamos mamãe – responde todos os filhos de uma vez só.

– Que bom, então vamos tomar o café logo.

E assim o fazem, em menos de 15 minutos já tinham acabado o café. Todos já prontos, vão para o carro.

– Meu amor, você está bem pra ir ao parque? Tá muito sol, você pode passar mal de novo.

– Eu já melhorei, minha vida. Pode ficar tranquilo, eu estou bem. Melhor que nunca.

– Mamãe, papai! Já chegamos. – grita Daniel.

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– Calma, Dani, eles já viram – Lizete fala rindo.

– Vamos descer, chegamos – Comanda Paulina.

Todos descem, Paulina e Carlos Daniel se sentam em um banco, apenas observando as crianças brincarem. Ver os seus filhos ali, juntos, brincando e se divertindo, trouxe uma onda de alegria para Paulina, ela amava cada dia que tinha passado ali, todos eram perfeitos, nenhum foi ruim, nenhum...

A única coisa que a deixava pensativa era em como eles estavam crescendo rápido, como se a cada noite eles aumentassem um ano. Mas isso também a alegrava, principalmente depois do susto de anos atrás, mais precisamente cinco, quando achou que estava com câncer terminal e que só teria mais seis meses de vida.

De repente, ela sentiu mais um enjoo e correu pra algum canto que estivesse vazio. Carlos Daniel preocupado com a atitude da esposa a seguiu para saber o porque dela ter saído assim, até que a vê vomitando.

– Paulina! – falou quase gritando quando a encontrou naquele estado, branca como um papel.

– Carlos Daniel... – não deu tempo de terminar sua fala, imediatamente voltou a vomitar.

– Meu amor... O que está sentindo? – o tom preocupado em sua voz era persistente, ele tinha medo do que pudesse estar se passando com a sua esposa.

– Nada! Nada, não se preocupe – lança um sorriso forçado. – Eu só senti mais um enjoo, só isso.

– Lembra o que me prometeu ontem? – recordava seu pedido. – Você me prometeu que se sentisse esse enjoo de novo iria ao hospital.

– Amanhã eu vou, nós estamos com as crianças e... – Paulina parou ao se lembrar de que as crianças estavam sozinhas – Onde estão as crianças?

– Brincando no parquinho, super tranquilas. E também temos o Carlinhos e a Lizete que cuidam bem dos mais novos.

– Tudo bem, mas vamos voltar logo. Eu já estou bem, pode se tranquilizar. Podemos ir ao hospital amanhã, porque depois daqui temos que ir à fábrica.

– Quem disse que eu vou deixar a senhora ir pra fábrica? Não não, vai ficar em casa descansando. – disse enquanto voltavam ao banco.

– Quero chocolate.

– O quê?

– Eu quero chocolate, pra tirar o gosto de vômito da boca.

– Você e suas exigências, não é senhora Bracho?

– Tanto faz, senhor Bracho. Agora vai comprar meu chocolate enquanto eu brinco com as crianças. – disse em tom autoritário, porém rindo, o que tirava o tom de comando da sua voz.

– Tô indo, tô indo. – fala se levantando do banco e puxando sua esposa, pra ela levantar também. – Cuida bem das crianças e de você, tente não enjoar por enquanto, ok? – perguntou, porém não esperou resposta, deu um beijo de tirar o fôlego em sua esposa e seguiu a uma loja de doces que tinha ali perto.

Enquanto ele ia, Paulina se aproximou das crianças, mas sua cabeça estava longe, em outro mundo. Pensava o motivo de seu enjoo, estava preocupada de ser algo grave, mas também poderia ser... “Não! Impossível!” pensava enquanto brincava com os filhos menores e conversava com a filha maior “Eu não estou grávida, isso é praticamente impossível, ou não... Ai meu Deus, me ajuda!”.

Estava tão longe em seus pensamentos que não viu seu marido chegar, até que ele beijou seu rosto e lhe entregou uma barra de chocolate. “Se eu estiver grávida, esse vai ser meu primeiro desejo”, pensava e ria consigo mesma.

– Hmm – gemia quando o doce sabor do chocolate explodia em sua boca. – Que delícia. Obrigada meu amor – beijou o marido. Foi rápido porque ela queria saborear ainda mais o chocolate. – Quer um pedaço?

– Se vir da sua boca eu quero. – riu ao ver a expressão da esposa com seu comentário.

– Carlos Daniel, as crianças estão ali. Elas poderiam ter ouvido.

– Seria bom se elas ouvissem, assim veria o quanto seus pais se amam. – Beija a esposa, que coloca a costa das mãos, ainda com o chocolate, em volta do seu pescoço. – Era assim que eu queria o chocolate. – sorri.

O resto da manhã passa correndo, até que é hora de voltarem pra casa e almoçarem. Depois de ter feito tudo e se arrumado, Paulina e Carlos Daniel vão para fábrica, mesmo depois de todas as insistências de CD para que a esposa fique em casa depois do enjoo.

Quando chegam lá, vão direto ao escritório principal. Nele está Rodrigo e mais duas pessoas que Paulina e Carlos Daniel achavam que não iam ver nunca mais.

– Vocês? O que fazem aqui? – Paulina perguntou com a voz um tanto trêmula, mostrando a surpresa que sentia.

– Nós somos as pessoas que fizeram a proposta dos 10% de ações. – responderam, em uníssono como se tivessem ensaiado para falar aquilo.