POV: Emma


Há um tempo eu vinha duvidando da pessoa que Sean se mostrava ser, mas eu nunca pensei que ele fosse chegar a este ponto. Ciúmes do Albert e de mim? Eu já havia dito que não tinha nada com ele. E nem tenho!


O pai de Sean chegou bem rápido ao local, olhou feio para todo mundo, inclusive eu, que não tinha culpa nenhuma (okay, quase nenhuma) do que tinha acontecido. E sendo que o errado, era, com certeza, o filho dele.

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Depois que os dois foram embora, Angelina, Eduardo e Bob foram para o carro, eles estavam realmente cansados. Acabaram indo embora sem mim, não vi problema, depois eu e Albert poderíamos pegar um táxi e voltar. Ah, o Albert... Estava com a bochecha bem roxa, mas estava rindo.


— E seu rosto? Está doendo muito...? - perguntei um pouco séria, colocando a mão com cuidado em seu rosto.


— Não, não está, eu estou bem. - ficou sério e tirou minha mão de seu rosto - A vida, é engraçada sabe, as pessoas, não sabem o que fazem mais, as coisas Emma, estão fora do lugar. - disse e logo após tomou um gole de vodka.


— Já pode parar de beber isso aí não é? - tirei o copo de sua mão - O que eu faço agora? Sabe... Sobre o Sean? - perguntei colocando minhas mãos na cabeça e apoiando os cotovelos no balcão da balada.


— Eu não quero dar pitaco na sua vida, e nem ditar o que você deve fazer, até porque eu sou só um amigo... - disse ele calmamente.


— E amigos servem para isso... Dar sua opinião. - interrompi.


— Nem sempre, às vezes eu prefiro ficar calado, mas se quer mesmo minha opinião, eu terminaria com aquele idiota... - disse sério, pagou as bebidas e caminhou até a saída do local.


— Ah... Eu estou pensando sobre, sei lá, ás vezes tenho a impressão de só estar me divertindo com ele. - confessei.


— Eu acho que você não o ama de verdade, ao contrário dele, que te ama até demais. - me olhou rapidamente e ajeitou o cabelo - Talvez você tenha aceitado namorá-lo apenas para ter alguem ao seu lado e se sentir segura. Mas não acho que deveria brincar com os sentimentos de ninguém Emma, ele parece te amar de verdade, de um jeito esquisito mas ama. - o táxi chegou.


O Albert era observador, bem mais do que eu pensava, e ele tinha acabado de me falar umas verdades, e conseguia lidar com aquilo muito bem, ele era uma pessoa estável, seguro de si.


Eu não respondi, apenas fiquei refletindo, e ele entendeu isto.
Quando o táxi o deixou na porta de sua casa, ele olhou para mim e se despediu, e eu pedi desculpas pelo ocorrido e agradeci pelo o que ele tinha feito, ele apenas balançou a cabeça em sinal de negatividade, deu as costas e foi embora. O motorista seguiu para a minha casa e me deixou lá, e eu fiquei o resto da noite deitada em minha cama pensando sobre tudo, e me perguntando o que fazer, e tentando entender se Albert teria ficado ou não chateado com tudo aquilo.


POV: Albert


Mas que droga havia acontecido naquele lugar!? Puta que pariu, que grande merda. Meu rosto está doendo mais do que nunca. Bom, pelo menos eu consegui alivar a situação, sem bater em ninguém, não gosto de briga. Mas estava estressado. Muito. E para melhorar, minha avó me viu chegar. Acho que eram quase uma da manhã.


— Oh meu Deus Bert! O que aconteceu com seu rosto? - disse desesperada.


— Vó... Ainda acordada? - perguntei e ela me lhou feio esperando uma resposta para sua pergunta - Me bateram... - falei a verdade.


— COMO ASSIM ALBERTO? - gritou.


— Porra, vó... Já disse que meu nome não é Alberto! - me joguei no sofá.


— E eu já disse para você não xingar! Agora me diga quem foi que fez isso com você. - se acalmou.


— O namorado da Emma vó, ele morre de ciúmes de mim... - disse com raiva.


— Eu pensei que essa garota bonita era sua namorada! - disse incrédula, o que me fez rir.

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— Até parece vovó, eu sou só amigo dela, e a senhora sabe que eu não namoro com ninguém...


— É meu filho, mas não pode ficar dando uma de "garanhão" para a vida toda, um dia terá que achar alguém para viver o resto de sua vida.


— Relaxa, eu tenho tempo para isso, ainda não achei ninguém que me completasse de verdade. - sorri.


— Mas me conte, ele te bateu por que? - voltou a zangar-se. Eu contei a ela, e sabe, minha avó tem bons conselhos, e disse que minha iniciativa em não bater nele foi muito boa, e que era para eu continuar a suportar... A ser forte, como sempre fui. Eu me considero um bom conselheiro, um bom "ajudador de pessoas", gosto de ser assim, mente aberta para tudo.


— Agora vá tomar um banho porque não aguento mais seu cheiro de álcool. - ordenou por fim minha avó.


Tomei um banho e coloquei um pouco de gelo no meu rosto, não estava com nem um pouco de sono, então liguei o computador, precisava conversar com alguém, Seiky estava online no Skype como sempre, então liguei para ele.


— Fala meu lindo!— ele estava realmente animado hoje.


— E aí cara, como vai?


— Aqui tá tranquilo, aí deve estar melhor né, já pegou a mina lá?


— Quem? A Emma? Não, claro que não, ela é minha amiga, e ela está namorando lembra? - eu já tinha contado coisas a ele em outras ligações.


Ah, você é muito vacilão, se eu vi a garota e ela é bonita, foda-se o namorado dela.— ele riu.


— Você é grosso demais, tá nem aí pra nada... - ele é o tipo de cara que acha que a vida é resumida em mulheres, dinheiro e bebidas. Mas é um bom companheiro às vezes, tirando seus péssimos conselhos que eu de vez em quando sigo. Não sou influenciável, fique tranquilo.


Não quero saber mesmo, quero curtir a vida, só isso, quero curtir a vida vida enquanto é tempo, qualquer dia eu morro e aí? Não quero saber de problemas.


— Você sabe muito bem que os problemas estão aí para serem vividos. - ri.


E você é muito certinho. Bacaca!— riu também.


Contei ao Sean o que tinha acontecido e que eu tinha "apanhado". Ele, como já era de se esperar, riu "litros" de mim, e começou a falar...


Caralho, mano, não acredito que você apanhou e não bateu nele! Se eu estivesse em seu lugar, teria descido a porrada na cara dele, você é muito idiota— e riu de novo - Mas hein... Eu to sem nada pra fazer aqui, posso passar uns dias aí? Sabe, acabaram as meninas daqui.


— Ah eu não acredito, você me xinga, me dá um sermão e uns conselhos idiotas e agora quer vir aqui pra agarrar pessoas? Existem outras formas de se divertir... - eu digo rindo.


— Vou poder ir ou vai me passar sermão?


— Vem logo, mas vem de tarde, porque ainda é de madrugada, vou dormir. Te espero aqui. - e ele concordou e eu desliguei.


Ainda fiquei acordado pensando no que eu estava fazendo naquele lugar, eu não podia estar ali só para atrapalhar, eu não acredito que este era o meu propósito de vida para aquelas pessoas que estavam à minha volta. Agora Seiky vai vir pra cá, ou ele vai ajudar muito, ou atrapalhar muito, isso eu não posso prever... Aliás, não posso prever mais nada daqui pra frente.