You're my Downfall

Capítulo 9 - Dad lied


— O que vamos fazer? – Rose perguntou impaciente enquanto assistíamos a um filme estranho na televisão.

— Ficar longe dos Cullens. – Respondi entediada. Ambos olharam pasmos pra mim.

— Nem pensar, o que Alice fez? Ela parece tão legal, além de ser irmã do Emmett, e você sabe, ele é um gato e ... – Rosalie desembestou a falar rapidamente. Jasper deu um peteleco em sua cabeça fazendo-a parar.

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— Por que diz isso, Bella? – Jasper perguntou sério olhando-me atentamente.

— Eu vou contar uma coisa pra vocês, mas precisam prometer não fazer nada, nem contar pra ninguém. – Pedi olhando para minhas mãos. Rose afagou em meu ombro direito, incentivando-me. – Acho que tem algo errado. – Falei olhando-os preocupada. – Já faz um tempo que algumas coisas estranhas vêm acontecendo, pessoas me perseguindo, e acho que isso de certa forma tem a ver com minha mãe. –

— Como assim? Quem está perseguindo você? – Jasper perguntou assustado e Rosalie ficou com os olhos perdidos, parecendo estar com a cabeça longe.

— Eu não sei ao certo, mas acho que Charlie está mentindo pra mim. - Expliquei tudo o que me incomodava a eles, que me ouviram atentamente. Eu tinha certeza de que não podia mais confiar em Charlie, ou em qualquer outra pessoa que não fossem Rosalie e Jasper.

— Bella, responda-me uma coisa. - Pediu Rose parecendo curiosa sobre algo. - Aquela viagem que você fez para o Japão, a viagem que durou dois anos, o que aconteceu lá? - Avaliou lentamente. Tentei lembrar de algum detalhe importante, até perceber que não recordava de nada após chegar à casa de um tio meu.

- Eu... Não me lembro, passei o tempo todo com Charlie tentando aliviar a dor da perda. - Falei confusa fitando o longe. O que havia acontecido durante a viagem? Será que eu estava com algum problema de memória? Jasper e Rose trocaram um olhar demorado antes de concluírem.

— Está acontecendo alguma coisa. - Concluíram juntos após alguns segundos.

- Eu não quero que nada aconteça com vocês. Eu não suportaria, por minha culpa... - Comecei a falar levantando-me.

— Hey, vai ficar tudo bem. - Jasper sussurrou abraçando-me. Rose olhou-me sorrindo em concordância.

— Ficaremos bem, somos muito fortes, não deixaremos você sozinha nisso. - A loira murmurou mais para si mesma do que para mim.

— O que aconteceu com sua memória? E o que aquele Jacob disse exatamete? - Perguntou Jasper pegando seu notebook próximo a tv.

— Falou para eu ficar longe dos Cullens, ou algo ruim iria acontecer com vocês. - Respondi lembrando-me de suas palavras grossas. O mais difícil seria ficar longe de Edward e Alice.

— Então talvez eles saibam de algo. - Rosalie falou enquanto Jasper pesquisava algo na internet.

— Sim, eles sabem de algo, mas não parece ser toda a informação. - Respondi recordando da vez em que Edward veio à minha casa.

— Bella, você sabe ao certo o que aconteceu com sua mãe, não é? - Jasper perguntou receoso olhando a tela a sua frente, pois desde que os conheci não falávamos no assunto de maneira alguma.

— Sim... Ela faleceu quando eu tinha oito anos. - Respondi com cautela.

— Qual era o nome do tio em que você foi visitar no Japão mesmo? - Perguntou finalmente olhando-me. Algo estava errado.

— Aro. Aro Volturi Swan. - Respondi olhando-o confusa.

— Olha isso. - Falou virando o notebook para que pudéssemos ver a matéria no site.

"Reneé Swan foi brutalmente assassinada com facadas por todo o corpo. Mesmo após alegarem que tenha morrido logo no primeiro ataque, o homicida prosseguiu com a agressão por mais 10 vezes consecutivas. O acusado Carlisle Cullen está sendo investigado como principal suspeito. Aro Volturi Swan, irmão do marido da falecida Reneé, também foi citado no tribunal."

Aquilo deixou-me atordoada e pude sentir minha cabeça girar. Não era apenas um sonho, era real, eu presenciei tudo aquilo.

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— Não...- Falei sentindo as grossas lágrimas descerem pelo meu rosto. - Charlie não pode ter feito isso comigo. - Falei levantando-me e andando de um lado para o outro.

— Bella, o que houve? - Rose perguntou segurando minhas mãos.

- Ela morreu por causa da doença, foi isso o que Charlie me contou.- Falei olhando-os em pânico. - Ele mentiu pra mim de novo, por que ele mentiu de novo?- Perguntei Tentando encontrar respostas nos ares.

— Bella, do que está falando? Ela foi assassinada, você não se lembra disso? - Jasper perguntou assustado colocando o notebook de lado. Assenti lentamente. É claro que eu me lembrava. - Eu... Me lembro de algumas coisas. - Falei com ódio. - Eu vi tudo. - Murmurei andando sem rumo.

— Como assim viu tudo, Bella, onde você vai? - Rosalie perguntou alcançando-me antes que eu corresse dali.

— Não foi Carlisle, eu tenho certeza disso, não pode ter sido. - Respondi fechando os olhos com força tentando lembrar-me dos detalhes, caindo de joelhos onde eu estava.

"- Levem-na para a sala do Dr. Eiden, ela não pode falar sobre o que viu aqui. – O assassino mandou seus homens levarem-me enquanto minha mãe era arrastada dali. Eles vendaram-me e alguém me jogou sob os ombros. Tudo o que eu podia fazer era chorar e chamar por Charlie enquanto esmurrava as costas do grandalhão.

Coloquem-na ali. - Alguém falou e as vendas foram retiradas de meus olhos assim que deitei em algo semelhante a uma maca. - Você não devia ter visto aquilo, mocinha. - O homem velho falou com uma cara assustadora prendendo minhas mãos e pés com faixas de couro, e logo em seguida colocou uma mordaça em minha boca. Observei quando molhou um objeto estranho no formato de grandes fones com esponjas. - Saiam. - Exigiu aos capangas que obedeceram prontamente. - Não se preocupe, vai esquecer rapidinho sobre tudo isso. – Falou colocando o objeto em minha cabeça e pude sentir gotas de água escorrerem por meus cabelos assim que uma corrente elétrica passou por todo o meu corpo. Aquilo foi a pior dor que já senti, era como se pudesse ver a morte. - Sua mãe estava doente, Isabella. - O homem falou posicionando-se em minha frente avaliando-me. O choque parou repentinamente e ele retirou a mordaça de minha boca.

- Não, aquele monstro a matou. - Sussurrei indignada, como ele podia mentir daquela maneira?

— Resposta errada, Isabella. - Falou sorrindo e afastou-se novamente, anotando algo em um grande caderno. Tentei soltar-me inutilmente daquelas faixas.

— Deixe-me em paz, eu vou contar tudo isso ao meu pai e ele vai prender você, seu velho maluco! – Gritei enquanto ele saia da sala. Um homem de cabelos pretos e compridos entrou na sala, seu rosto não era visível, era como se minha visão ficasse turva de repente.

— Como está indo tudo? – Perguntou ao velho indiferentemente.

— Ela é bem teimosa, e forte, ainda está lúcida com tudo. - Respondeu suspirando.

— Eu quero meu pai, por favor, deixe-me vê-lo. – Pedi enquanto ele retirava o objeto de minha cabeça e molhava-o novamente, voltando a coloca-lo em minhas têmporas.

— Em breve querida, em breve. – Falou alisando meu rosto. Senti nojo daquelas mãos em mim, e então novamente a dor da corrente elétrica atingiu-me, fazendo-me fechar os olhos com força. Memórias de minha mãe sorrindo e abraçando-me, correndo atrás de mim e até mesmo repreendendo-me foram ficando cada vez mais confusas, até que abri meus olhos e o homem de cabelos pretos saia da sala, sorrindo sombriamente com toda a situação. O choque parou novamente, e senti o suor em minha testa. Tudo estava embaçado e eu já não conseguia mais mexer-me.

— Mamãe... – Murmurei sentindo-me fraca quando o velho retirou a mordaça de minha boca.”

— Ela estava doente, querida, ela se foi, assim como todos aqueles que você conhece. – Falou repetindo todo o processo de novo, até que a escuridão tomou-me.”

— Bella? Bella, olhe para nós, você precisa abrir seus olhos. – Jasper pedia segurando meu rosto entre suas mãos. Rosalie abraçava-me com força em seu colo, e só então percebi que estava novamente no sofá.

— Eles me fizeram esquecer... – Sussurrei sentindo-me fraca.

— Bella, você está delirando, isso tudo foi demais para você, nos perdoe... – Rosalie pedia chorando. Jasper parecia compartilhar minha dor em seus olhos. Tudo ficava cada vez mais confuso. – Edward... Me leve até ele, Jasper, eu preciso vê-lo. – Pedi sentindo minha cabeça rodar.

— Vamos leva-la ao hospital, ela não está bem, pode ser um stress pós-traumático. – Jasper falou pegando-me em seu colo. Fechei meus olhos rendendo-me a escuridão completa.

—_____________________________________________________

Senti o cheiro de álcool e tive certeza de que estava no hospital. Abri meus olhos lentamente e um par de olhos mel, quase dourados eu diria, observava-me com preocupação.

— Carlisle? – Perguntei vendo-o ficar pálido. Ele olhou para alguém e só então percebi a baixinha ao meu lado. – Alice? –

— Bella, graças a Deus, como se sente? – Perguntou sentando-se na maca em que eu estava deitada.

— Estou bem. – Respondi olhando novamente para seu pai que anotava algo em sua prancheta.

— Então, lembra-se de mim, Srt. Swan? – Perguntou olhando-me novamente. Seus olhos agora pareciam esperançosos.

— Na verdade, não me lembro, não sei como o reconheci. – Falei confusa. Ele sorriu forçadamente.

— Todos conhecem você, papai, ela deve tê-lo visto na televisão, não é? – Alice falou segurando uma de minhas mãos. Ele assentiu. – A propósito, Jasper e Rosalie já voltam, eles pediram para que eu ficasse aqui com você, Rose foi ao banheiro e Jazz precisava ligar para os pais... Charlie em breve irá... – Alice começou a falar e parou assim que a porta da sala abriu com brutalidade, assustando-nos.

— O que você faz aqui? – Charlie perguntou diretamente a Carlisle, que afastou-se dele indo até Alice.

— Eu trabalho aqui, Sr. Swan. – Falou passando um dos braços ao redor da cintura de Alice protetoramente.

— Saia já daqui, não quero você encostando em minha filha. – Exigiu olhando-os com ódio.

— Charlie! – Repreendi-o envergonhada com sua atitude.

— Filha, vamos, não podemos mais fazer nada por ela. – Carlisle falou rebocando Alice até a saída.

— Sinto muito, Bella... – Pediu a baixinha com os olhos marejando. Charlie olhou-me em reprovação assim que eles saíram.

— O que você tem? – Perguntou analisando-me enquanto eu tentava me sentar.

— Não importa. Onde está a educação que o senhor me deu? Alice e Carlisle são boas pessoas! – Falei indignada. Ele ficou vermelho e parecia tenso.

— Você lembra de algo? Você... – Começou a perguntar-me e olhei-o pasma.

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— Como pôde mentir para mim esse tempo todo? Minha mãe foi assassinada e você simplesmente esconde isso de mim? – Ralhei recolhendo minhas coisas dali.

— Isabella, Carlisle matou a sua mãe, você precisa ficar longe desse monstro. – Pediu aproximando-se de mim.

— Não acredito em uma só palavra do que você diz. Eu não te conheço mais, Charlie. – Falei indo até a porta da sala. Jasper e Rosalie apareceram na mesma hora, alternando olhares entre mim e meu pai, que tentou segurar-me pelo braço.

— Bells, eu não estou mentindo, tenho provas de tudo, por favor, confie em mim. – Pediu desesperado e seu celular começou a tocar.

— Me solte. – Exigi olhando-o nos olhos. Ele largou-me com relutância e atendeu o celular, em seguida saiu correndo de lá. Jasper e Rosalie desviaram o olhar quando sai da sala sendo seguida por eles.

— Bella, se você quiser falar sobre ... – Rosalie começou e ergui a mão direita pedindo para que ela parasse.

— Não, por favor, vão para casa, eu estou bem. – Falei respirando fundo. – Eu ligo para vocês mais tarde, quero tentar falar com Alice. – Eles assentiram e assim que foram embora virei para procurar um banco e esbarrei em alguém, ficando irritada de imediato. – Mas que saco... – Falei olhando para cima e então perdi a noção de tudo. Edward olhava-me preocupado e suas mãos rapidamente foram para meu rosto.

— Por favor, me diga que está bem. – Pediu colando sua testa na minha. Meu coração começou a bater desesperadamente com a aproximação, e sem pensar duas vezes grudei nossos lábios ali mesmo. Ele pareceu hesitar no começo, mas logo senti suas mãos segurarem minha cintura com firmeza, puxando-me para mais perto e fazendo com que meu corpo inteiro reagisse a tudo aquilo. Sua língua pediu passagem na qual foi concedida prontamente, e seu gosto não se comparava a nada que eu já tinha provado, era simplesmente perfeito. Parecia que éramos feitos um para o outro. Passei meus braços em volta de seu pescoço e aproveitei nosso beijo como se fosse o último dia de nossas vidas. Quando o ar faltou tivemos de nos separar e só então percebi o que havia feito. Lágrimas começaram a correr por meu rosto e Edward sorriu olhando em meus olhos e secando-as.

— Me perdoe por não lembrar de nada, eu sinto que não posso ficar longe de você, como se você fosse um imã... – Comecei a falar e contornei seus lábios com meu polegar lentamente.

— Não se preocupe com isso, vou estar aqui, leve o tempo que for. – Sussurrou selando nossos lábios.

— Edward. – Alguém chamou atrás de nós e quando viramos vimos Carlisle e Alice que pareciam constrangidos.

— Pai... – Edward falou apertando os braços em minha cintura, como se dissesse que não iria separar-se de mim. Alice não demonstrava nenhuma reação, apenas alternava olhares entre Edward e eu.

— Solte-a, Edward. – Carlisle pediu focando seus olhos atrás de nós, mas Edward não o fez.

— Isabella, o que foi que falei para você? – Charlie entrou no hospital gritando. Meu Deus, alguém me explica como esse homem aparece do nada?

— Deixe ela em paz. – Edward vociferou colocando-me para trás de seu corpo. Aquilo pegou-me de surpresa.

— Edward, faça o que ele mandar. – Carlisle falou vindo até nós. Alice o segurou pelo ombro.

— Ele não vai machuca-la. – Alice falou olhando para Charlie.

— Mas Charlie vai machuca-lo, tenho certeza disso. – Respondeu livrando-se das mãos dela e parando ao lado de Edward.

— Não torne as coisas ainda mais difíceis, Bella. – Meu pai pediu olhando-me tristemente.

— Já chega, traga a garota. – Alguém falou entrando pela porta do hospital seguido de quatro seguranças. Só então percebi que estávamos sendo observados por todos ali.

Carlisle agarrou Edward pelos braços e Charlie puxou-me pela cintura, separando-nos a força.

— Pai, me solte! – Edward exigiu tentando soltar-se.

— Charlie, tire as mãos de mim, eu não acredito que está fazendo isso, me solte agora! – Gritei esperneando enquanto Aro ordenava a dois de seus seguranças para arrastarem-me.

— Tirem essas mãos imundas dela! – Edward falou soltando-se de seu pai e vindo até os seguranças, acertando um soco em cheio no rosto de um deles, mas logo em seguida levou um soco do outro que ajudava meu pai a segurar-me, indo ao chão.

— EDWARD! – Gritei olhando-o desesperada.

— ALGUÉM CHAME A POLÍCIA! – Alice gritou já chorando enquanto Carlisle ajudava Edward que agora estava com a boca sangrando.

— Eu sou a polícia. – Charlie falou sorrindo irônico e levando-me para longe deles.

— Desculpe... – Pude ouvir Edward murmurar olhando-me com dor assim como Alice e seu pai.