Descendants 2

Epílogo Extra


Em uma vida muito distante, foi sua melhor amiga...

—Carmim d'Copas

...

..

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Carmim não tinha certeza de quanto tempo havia se passado. Só sabia que muito.

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Sua capa arrastava enquanto ela caminhava sobre o chão de terra seca do cemitério. As lápides levando nomes tão distante e ao mesmo tempo tão familiares a ela.

Auradon já caíra a muito tempo, assim como dezenas de outros reinos que se ergueram onde um dia ela esteve. Por que era isso que acontecia com os grandes reinos, pois nenhum bem poderia existir se não ouve-se o mal para confronta-lo. E o mal nunca se daria por vencido até ver a aniquilação total. Foi assim com todos os reinos daquela terra, e seria assim com este que se erguia ao longe, milhas abaixo do cemitério.

Ela se sentia feliz por Ben e Bertha já não estarem em terra quando Auradon caiu, ela virá de casa a carnificina que fora, eles não aguentariam isso. Ela gostava de lembrar de Bertha, de como tinha tido uma vida longa e feliz, e como Meredith, a única filha dos dois enlouquecerá ela na adolescência fugindo para o País das Maravilhas.

Andando por aquele cemitério, ela lembrava de cada um de sus amigos. De Evie e Doug, seus seis meninos e enfim a filha menina, a sétima filha, que ela tanto desejara. Lembrava do desastroso casamento de Jay e Lonnie, no qual o noivo perdeu o equilíbrio e caiu sobre o bolo, levando a noiva com ele. De Jane FairyGod e como ela desistiu do amor romântico, para dedicar-se a um amor maior, e garantir que todos tivessem seus finais felizes

De Hannah, sua melhor amiga, que velejará com Will para explorar o mundo por anos, até por fim passar o título de capitão ao tão inteligente e destemido Henrique, filho único deles, e junto ao marido partir para a maior aventura de sua vida: Lecionar em Auradon Prep. De Hannah e Gart, e de suas trigêmeas de olhos azuis como os dele e cabelos cor de sol como os dela, e com três corações tão bons que só podiam ser fruto do amor daqueles dois.

Lembrava da pequena Queenie Queen, que achou em uma noite escura encolhida em um beco como um gato. De como ela sempre se manteve fiel a si mesma, mesmo em seus piores aspectos. Que sempre foi uma criança má, apesar de ter achado o amor verdadeiro. Da maneira como reinou ao lado de Bruno. De como eles nunca se aborreceram por nunca ter conseguido ter filhos.

Lembrava do dia que Bia renunciará a luta pelo trono para dizer que seguiria os passos da mãe como apresentadora. De quando Bia adotará Berenice. De quando Berenice subirá ao trono do casa White. Das brigas entre Luan Wolf e Carlos DeVill nos jantares de família, e de Lottie Red tendo que impedir seu irmão de devorar seu marido. De como Mandy Shell, que também sempre seria uma criança má, se divertia com tudo aquilo.

Lembrava-se de cada um dos momentos que nunca presenciou, de fato. Ela nunca esteve lá para eles, mas isso não quer dizer que ela não estivesse de olho em cada passos que deram na sua vida. As vezes, quando algo dava muito errado, dando uma forcinha.

Ela lembrava da escola, também. Agora, nem um tijolo dela restava mas ela lembrava de cada momento lá dentro. De como riu. Como esbravejou. Como aprendeu sobre o mundo e a si mesma, e como lutou contra o mundo e contra si mesma. De como amou.

Mas aquela não era mais Auradon. E ela não era mais aquela Carmim.

Ela tinha ainda o rosto daquela menina, os olhos e os mesmos cabelos. E a mesma vontade de lutar. Mas as coisas haviam mudado. As coisas sempre mudavam. Nos portões do cemitério, uma figura lhe esperava.

Ela não sabia ao certo por que levará Alison consigo, mas aquela não era mais a mesma Ally que tanto odiará. Essa era uma criatura doce e bondosa, que amava Hugo e lhe fazia o céu e a terra, e que jurará lealdade eterna a rainha do País das Maravilhas.

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Ela fez sinal para que a menina de cabelos escuros se aproximasse.

—Olhe – ela falou, apontando para uma lápide – Reconhece ela?

—Não – falou Ally, confusa.

—Essa, era Rebecca Corona. Uma Rainha. Uma heroína. – Carmim sorriu – Ela um dia, em uma vida muito distante, foi sua melhor amiga...

Carmim se surpreendeu quando Alison caiu de joelhos.

—Becky... – Gemeu a menina, caindo em lágrimas. Carmim não chorará, nenhuma vez, enquanto via as lápides das pessoas que amava. Mas ela havia aprendido a guardar seus sentimentos a muito tempo.

As vezes, depois dos dias que acordava sem nem lembrar direito seu nome, ela discutia com Chris a possibilidade de abandonar o país das maravilhas, de erguer um reino no mundo exterior e dar a todos a chance de viverem o suficiente para morrer um dia.

Mas então ela pensava em Cherry e Victor, em como a imortalidade funcionará para aqueles dois eternos adolescentes. Em suas centenas de crias, que nenhum deles se importava se matassem uns aos outros. Em como Victor parecia feliz todos os dias, enquanto dava continuidade ao trabalho do pai deles, como o novo Valette.

Pensava em Hugo, que enfim conseguirá seu final feliz com a garota que sempre amou, e em Ally que se tornará alguém melhor para si mesma. Em seu pai, que todo o dia, religiosamente, ia visitar sua mãe por que não importava o que ele descobrisse, ele a amava. E no seu pai de sangue, o Valette, que chorava sempre que via seus três filhos reunidos em uma mesma sala.

Ela então pensava no Chapeleiro, em Myra e em Christina, a irmã de Chris que congelará aos doze anos e ela alegria dela, que depois de anos descobriu que a maldição das maravilhas matará não a bondade dentro dela, mas lhe tirará a possibilidade de algo que ela nunca soube que desejará até perceber que não poderia ter.

A chance de ser mãe.

E por fim, ela pensava em si mesma e em Chris. Por que era egoísta o suficiente para faze-lo. Em como se sentiria se fosse forçada a vê-lo morrer. Em como ele se sentiria se fosse forçado a vê-la morrer. Em como tudo que eles viveram se tornaria pó, e depois de alguns séculos e algumas guerras ninguém mais lembrasse deles.

E então ela percebia que era egoísta demais para mudar as coisas.

Eles eram tudo que sobrou dos contos de fadas.

—Vamos Alison! – chamou Carmim, enquanto a menina se aproximava rapidamente, ainda secando os olhos – Vamos para casa.

—Espera... Que dia é hoje? – perguntou Ally, de repente.

—Hoje? – ela engoliu em seco – Eu não sei, por que?

—Nada – A menina deu os ombros.

Era o primeiro dia de Aulas. Elas pararam em frente ao buraco de coelho, Ally pulou, mas ela parou por um minuto, olhando para o relógio. 07:59

Naquele exato momento, a exatos mil anos atrás, ela estava pisando em Auradon pela primeira vez. O relógio marcou oito horas, ela fechou os olhos e pulou dentro do buraco de coelho, sabendo, de alguma forma, que aquela seria a última vez.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.