Unbreakable

Prólogo


Acordei em um sobressalto, minha respiração estava ofegante e meu rosto molhado, não sei se pelo suor ou pelas lágrimas. Respirei fundo e apertei o botão em cima do meu despertador para que ele parasse de tocar. Respirei fundo tentando normalizar minha respiração e esquecer as imagens perturbadoras do meu pesadelo.

Me levantei da cama e abri as cortinas para que a luz do sol entrasse, me dirigi até o chuveiro e tomei um banho rápido para não me atrasar para o trabalho. Mesmo tentando não pensar muito estou um pouco nervosa, o dia anterior foi meu primeiro dia e ainda estou me habituando a todo aquele novo ambiente. Me arrumei rapidamente e chequei o programa em meu computador, nada. Nenhuma nova pista.

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Bufei frustrada e peguei minhas coisas, me encaminhando para a saída e entrando em meu carro. Paro em um café perto da empresa e entro no pequeno locar quentinho e tomo meu lugar na fila. Meu celular vibra em minha bolsa e eu o pego, atendendo a ligação.

–Felicity, sou eu John. Estou ligando para avisar que estou a caminho de Starling City nesse momento para ajudá-la nas buscas e para lhe informar que a prisão do Sr. James está sendo transferida para a prisão de Iron Higts aí em Starling.

–O que? Por quê?

–Oliver, você não engana ninguém, você não ficaria na cama dela pela manhã. – ouvi um homem dizer entrando na fila atrás de mim.

–Mas ela não precisava saber disso. – o outro responde com um tom risonho. –Depois que tive o que eu queria me mandei, ela deve estar acordando agora e notando minha falta.

Apenas revirei meus olhos para cima, inconformada de ter que escutar esse tipo de conversa tão cedo. Balancei a cabeça e me foquei na conversa que estava tendo com Diggle ao telefone.

–A segurança deles aí é maior, não deve acontecer dele conseguir fugir como na prisão anterior, em Starling ele não terá aliados ou pessoas lhe devendo favores e estará perto de você.

–Eu não quero ele perto de mim. – falei mais alto do que pretendia, as vozes atrás de mim pararam e dei um passo para frente acompanhando a fila que andava lentamente. – Quero ele o mais longe possível de mim.

–Felicity, sabe que assim será mais fácil, se precisarmos de alguma nova informação será mais fácil de interrogá-lo.

–Isso não vai acontecer, o que ele fez foi imperdoável e ainda assim ele se nega a voltar atrás e fazer algo que preste na porcaria da vida dele. – em minha voz havia pura raiva e fechei o punho, suspirando pesadamente em busca de controle. – E enquanto ele se negar a isso eu o quero o mais longe possível de mim.

Diggle suspirou cansado do outro lado da linha.

–Bem, não precisa falar com ele, estamos mudando-o apenas para que não corra o risco dele fugir novamente.

–Se ele fugir eu vou ao inferno procurá-lo, mas eu o encontro e se eu o encontrar depois disso eu não respondo por mim.

–Sei que está agitada com tudo isso Felicity e é completamente compreensível, mas tente não fazer nada estúpido até eu chegar, por favor? Prometa.

Suspirei, procurando controle. Minha voz se tornou mais calma e eu concordei.

–Tudo bem, eu prometo.

–Até a noite eu estou ai. Tchau.

–Tudo bem, tchau.

Desliguei o telefone e bufei notando que ainda haviam duas pessoas em minha frente.

–Vamos... – falei comigo mesma em uma tentativa tola de apressar silenciosamente a fila.

–Oi. – ouvi uma voz falar atrás de mim e uma mão tocar o meu ombro. Me virei para me deparar com dois homens e, Deus que me perdoe, que homens. Tentei me manter imparcial e me foquei no que havia me chamado.

Olhos azuis penetrantes e um sorriso brilhando e charmoso no rosto. Não Felicity, não olhe muito, não se envolva.

–Sim?

–Como se chama? – perguntou.

Franzi o cenho com a pergunta. O que? Pra que quer saber o meu nome?

–Apenas quero saber. – responde.

Respiro fundo notando que sem querer falei em voz alta. Maldita boca sem filtro.

–Não sei se devo lhe dar essa informação.

–Bem, eu sou Oliver. – respondeu, como se dizer aquilo fosse fazer com que eu revelasse meus mais obscuros segredos. – Queen, Oliver Queen.

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Ah, agora entendo o porquê disso tudo, claro que eu pesquise sobre a cidade antes de me mudar pra cá e Oliver Queen, principalmente o sobrenome, apareceu várias e várias vezes em minhas pesquisas. E ele era nada mais nada menos que o CEO da empresa e meu chefe que absolutamente não tinha nenhuma cara de que comandava uma empresa dessa proporção ou que tivesse qualquer responsabilidade para tal ato.

–Oh, nome legal. –falei, como se dissesse aquilo apenas para não o deixar sem resposta e como resultado seu sorriso sumiu e sua sobrancelha se levantou em confusão. Talvez ele não estivesse acostumado a ser tratado com descaso. –Ainda não estou disposta em oferecer meu nome. – provoquei. Qual seria o tamanho do estrago se ele descobrisse que era meu chefe? Muito ruim?

Me virei para frente notando que havia chegado minha vez e fiz meu pedido, peguei meu copo e paguei já tomando uma quantidade do liquido. Ouvi as risadas incontidas do outro cara ao lado de Oliver e ele sussurrar alguma coisa para ele. Ao passar ao seu lado para ir embora ele segurou meu braço, o encarei de uma forma que ele entendesse que eu não estava com paciência.

–Tem certeza de que não quer me dizer o seu nome? Não vai se arrepender de dizer.

Puxei meu braço de sua mão, irritada por sua ousadia.

–Sim, tenho certeza senhor Queen, tenha um bom dia. – respondi.

Continuei meu caminho e saí do pequeno café.

OLIVER

Continuei ouvindo as irritantes risadas de Tommy em meus ouvidos.

–Não acredito, Oliver. Deve ter sido o maior fora que você já levou na vida, não conseguiu nem o nome da loirinha. – disse em meio ás gargalhadas.

–Ah, cala a boca Tommy. – briguei já irritado com ele.

–Agora vai passar o dia todo mal humorado não é?

Bufei e me virei para ele.

–É claro que não, eu nem queria nada com ela mesmo. Talvez uma noite, ela que não sabe o que perdeu. Agora vê se me deixa em paz e vai trabalhar Tommy.

–Ah Oliver, essa vida de empresário não é pra mim assim como também não é para você.

–Sinta-se com sorte por ainda ter uma escolha.

O sorriso de Tommy sumiu ao entrarmos nesse assunto e suspirou.

–Bem, se você acha que ser filho de Malcolm Merlyn me da algum direito de escolha sobre seguir ou não seus passos na empresa, então pense novamente meu amigo, não é tão simples com parece.

Assenti entendendo seu lado da história assim como ele entendia o meu quando assumi o cargo depois da morte de meu pai.

Tommy entrou em seu carro e fiz o mesmo. Ele iria para a Merlyn Global e eu para minha empresa, Queen Consolidated.

FELICITY

Sentei em minha cadeira em minha pequena sala no departamento de IT e suspirei ainda pensando no encontro inesperado com meu chefe. Não foi nessa situação que eu planejei encontrá-lo, alias, não foi em situação nenhuma que imaginei isso. Eu não esperava encontrá-lo, simples assim.

O dia correu normal e por um momento apreciei o meu trabalho. Eu gostava daquilo, gostava do meu trabalho e isso me fez lembrar o motivo por eu ter feito faculdade e me formado no MIT, me fez lembrar de uma parte da minha vida que havia ficado para trás. Uma parte em que eu não deveria me dar ao luxo de voltar ou pensar em voltar, tenho outro objetivo de vida agora e apenas quando isso acabasse eu então voltaria a viver.

Mesmo com todo esse pensamento em mente, era bom fingir que eu estava focada apenas em meu trabalho, fingir que eu era uma garota normal vivendo uma vida normal. Mas de normal minha vida não tem nada, vivo em um pesadelo do qual eu não posso acordar.

–Srta.Smaok? – olhei para a porta onde Jerry me olhava um pouco hesitante. Ele havia me trazido um notebook pessoal para que eu arrumasse e eu havia pedido para que passasse no fim do dia que eu o teria pronto.

–Está pronto, Jerry. – ofereci um sorriso para ele que devolveu e entrou na sala, pegando o notebook que eu estendia a ele. –Está novo em folha.

–Puxa, muito obrigada mesmo, Felicity.

–De nada, Jerry. – respondi enquanto o observava sair pela porta.

Bem, segundo dia de trabalho um sucesso. Vamos para casa trabalhar no que importa agora, Felicity. Suspirei e comecei a recolher minhas coisas, desliguei os computadores e empilhei os papeis em minha mesa, guardando-os a gaveta. Apaguei a luz da sala e sai, haviam poucas pessoas no andar, terminando seus respectivos trabalhos.

Peguei o elevador e apertei o botão do térreo.

(...)

Cheguei em minha casa e deixei minha bolsa sobre o sofá, tirei os sapatos e os deixei em um canto. Peguei uma maçã, dei uma mordida e rumei em direção ao meu quarto. Abri o computado em cima da cama e enquanto ele ligava tirei minhas roupas e vesti um roupão, fui até a banheira e a deixei enchendo. Voltei para o quarto e verifiquei meu programa mais uma vez. O mesmo resultado, zero.

–Onde você esta...? – sussurrei para mim mesma, olhando a foto grudada no espelho do meu quarto. Suspirei e fui até o banheiro, preparada para uma meia hora relaxando em minha banheira.

Entrei, sentindo a água quente molhar meu corpo e respirei fundo, fechando os olhos em meios ás espumas.

“-Mãe...

–Felicity, você p-precisa fazer isso, precisa cuidar dele... Ele precisa de você. Você consegue, sei que consegue... Cuide dele, Felicity, - dizia em meio ás lagrimas e a dificuldade de falar á beira da morte.

–Eu vou mamãe, eu vou... Eu prometo. – o aperto de sua mão na minha se afrouxou e seus olhos cederam, fechando gradativamente ao mesmo tempo em que seu peito parou de acompanhar o ritmo de sua respiração que não mais ocorria.”

Abri os olhos, perturbada pela lembrança. Saí da banheira e me sequei, voltando a me vestir com o roupão. Voltei ao meu quarto e vesti meu pijama confortável, penteei meus cabelos e então ouvi a campainha tocar.

Fui até a sala e abri a porta, sorri olhando John parado a minha frente, também sorrindo para mim. John era um bom amigo, na verdade o único em meio ao caos da minha vida. Literalmente o único.

–Dig... – o abracei fortemente, sentindo seus braços fortes me envolverem com carinho.

–Como vai Felicity?

–Na mesma. – respondi enquanto fechava a porta depois dele ter passado.

Seu olhar para mim denunciava que não havia gostado da resposta. Suspirei e fugi de seu olhar repreensivo.

–Sabe que não vou descansar enquanto tudo isso não acabar Dig e isso já está decidido há meses.

–É eu sei. Então, alguma novidade? – perguntou enquanto sentávamos em frente ao computador.

Comecei a relatar a ele sobre a pista que me levou até Starling e sobre até agora meus programas de reconhecimento fácil não terem dado resultado. Provavelmente seria assim que passaríamos boa parte da madrugada.