Ninguém poderia saber, ninguém poderia descobrir ou se quer cogitar o que ocorria ali, entre quatro paredes.

Irão para o inferno!

Caso isto acontecesse, seria o fim de ambos.

Errado. Errado!

Amavam-se em uma época de preconceitos e severos castigos. Opressores à esquerda e à direita, somente esperando por um único flagra, um único motivo.

Profano!

Ninguém confiava na própria sombra; os que detinham o poder ditavam e quem tinha juízo colhia suas palavras apressadamente, não querendo gerar desconfiança.

Imperdoável! Um ultraje!

O que eles faziam quando a sós estavam, era pecado, um tremendo e imperdoável pecado.

Era errado. Errado.

Seriam linchados, acabariam na guilhotina ou queimados vivos perante todos em uma praça pública, isso na menor e mais leve das hipóteses.

Um erro.

Amar um homem, este sendo seu primo, ainda por cima! Onde já se viu tal absurdo!

Para onde vai esse mundo!

Mas que se danem as pessoas; que se dane a igreja.

Estavam gozando com a cara do senhor!

Martín já quase perdera seu amor muitas vezes, com propostas de casamentos com belas damas bem requintadas e providas de dinheiro, para parar e pensar se iria ou não arrepender-se depois. Tinha certeza que não.

Que o demônio carregue suas almas imundas para longe!

Luciano não se importava mais com o que iriam dizer ou fazer. Só queria poder amar aquele que tomara seu coração. Amar e ser amado, havia coisa melhor? Nem as promessas do céu superavam aquela sensação; quando estavam juntos, quando se tocavam, nada mais parecia importar.

Vergonhoso.

Moreno no branco; verde no azul.

Irão queimar, queimar nas chamas de Lúcifer!

Se é amor, um sentimento tão puro e provocador de tamanha paz e felicidade, não devia ser taxado como errado.

Que deixe queimar.

Que o amor queime, ardente, em seus corações, enquanto existir.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.