Photos

What's It Happening To Me?


POV Austin Moon

Eu não consegui dizer nada. Nunca consegui agir normalmente quando muitas pessoas me encaravam. Senti uma gota de suor cair no balcão. Mas o que estava acontecendo comigo? Bastava dizer que ela pediu ou algo assim. Mas eu não estava conseguindo pronunciar nada. Nunca fiquei tão agradecido ao ouvir a voz de Eliot do outro lado do estabelecimento.

– E aí, galera! - Eliot caminhou até nós e cumprimentou um a um. - Vocês conhecem a Allycia Dawson...? - Aproveitei o momento de distração de todos (menos Dez, que me perseguia com o olhar) e saí da cafeteria correndo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Você sabe que vai ter me explicar isso algum momento, Grande Criador de Boatos. - ouvi Dez gritar de dentro do local.

Entrei em meu carro e acelerei. Mas o que aconteceu comigo? Eu tenho um problema para falar em público, mas eles são meus amigos. Eu sempre conto tudo a eles.

Certo, Austin. Um simples boato não vai acabar com sua vida. Você nunca se importou com o que os outro pensavam, e não vai ser agora que vai começar. Parei meu carro na praça onde havia combinado de me encontrar com Ally. Faltava um dia e duas horas para 15:30, mas eu não tinha nada para fazer. Peguei minha mochila e me sentei à sombra de uma árvore, que identifiquei como macieira.

Tirei meu livro de latim da mochila e o abri. Falo inglês, espanhol e francês fluentemente, mas por algum motivo nunca me dei bem em latim. Grudei meu rosto no livro por uma hora.

Senti uma aproximação repentina. Tirei meu olhos do livro e olhei para cima. Allycia Dawson, agora com mechas loiras, estava me encarando e rindo, uma combinação estanha vinda dela.

– Como você conseguiu pintar seu cabelo dessa cor em duas horas? - perguntei. Ally se sentou ao meu lado e tirou o livro das minhas mãos.

– Essas partes loiras só estão presas. - Ally falou, agora como se fosse um discurso que ela já havia decorado anos e não aguentava mais repetir. - Não acredito que você tem dificuldade em latim.

– Eu só estou estudando, não tenho dificuldade. - menti. Sempre fui péssimo em contar mentiras, o que me fez repensa no que acabara de falar. Será que ela acreditou?

– Você não me engana loiro. - É, ela não acreditou. - Mas de qualquer forma, você está aqui muito cedo. Tipo, um dia e algumas horas. O que houve?

Fiz uma careta e peguei meu livro. Guardei-o na mochila e a coloquei em meus ombros.

– Só queria ficar um tempo estudando na brisa da praça. Além do mais, o que você está fazendo aqui? - pergunto. Era algo incrível. Allycia Dawson e eu conversando civilizadamente.

– Só queria sair um pouco. - respondeu, mas sua voz saiu um pouco falha. Me perguntei se ela só queria sair um pouco mesmo. - De qualquer jeito, estamos aqui. Então vamos começar com o plano. - Allycia se levantou e estendeu a mão.

Eu aceitei e apertei-a, mesmo que aquilo não tenha me ajudado a levantar. Allycia estava muito gentil. Me perguntei se ela sofria de alguma crise de bipolaridade.

– Allycia... - comecei.

– Ally - ela corrigiu.

– É, Ally. Você acha mesmo que isso vai dar certo? Além disso, Dallas é um dos meus melhores amigos. - falei.

Após concordar em fazer isso, minha cabeça começou a girar. Dallas era um bom amigo, assim como Kira. Mas eu tinha um atração por ela que nem o melhor cientista do mundo conseguiria explicá-la.

– Marica. - Allycia falou com um sorriso de deboche.

– Eu não sou marica. Além do mais, eu preciso estudar para o teste amanhã. - desconversei.

– Amanhã? O quê?! - Allycia largou minha mão e virou-se para mim. - Além de estudar cinco dias por semana, ainda tem provas no sábado? Que coisa idiota!

– Não é idiota. Eu acho muito bom este modo de ensino. Nos faz querer estudar sempre, não só quando achamos necessário. - argumentei.

– Certo, loiro de farmácia...

– Não me chame assim! - gritei.

– Chamo! Você é um garoto muito idiota! Prefere passar o dia com a cara grudada no livro do que viver. - Allycia segurou minha camisa, como um valentão faz com um nerd.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu faço isso para o meu futuro! - tirei a mão da garota da minha camisa e segurei seu pulso.

– Futuro, futuro. Você é vidente ou coisa assim? Além do mais, ninguém consegue viver direito se só pensa no futuro. - Ally gritou.

– Silêncio! - ordenei.

– Cala a boca!

– Silêncio!

– ... Idiot...!

Então eu fiz a coisa mais estúpida que qualquer garoto do mundo já fez. Dei o primeiro passo, que não devia existir. Talvez eu fosse um idiota, assim como ela disse.

– Me desculpa, O.K.?

Inesperadamente, minhas mãos a puxaram e eu a beijei. E mais inesperadamente ainda, ela correspondeu após alguns segundos de resistência. Minhas mãos estavam na sua cintura e as delas em meus cabelos. Eu agi por impulso e nem mesmo minha mente conseguia explicar o que estava fazendo. Mas na verdade, na condição que me encontrava, era bem difícil pensar em algo que não fosse ela.

O ar resolveu me avisar que eu precisava dele para sobreviver, e então nos separamos. Ally ainda estava de olhos fechados quando ouvi a voz de Kira a poucos metros de nós.

– Eu sabia!

Continua...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.