A Guerra Greco-Romana

Capitulo 10 - Pelas crianças!


A lua banhava com tristeza o corpo praticamente imóvel do Touro Dourado. As suas veias estavam a efémeros minutos de secar, como um pequeno charco iluminado pelos raios solares. Por quanto tempo Aldebaran resistiria aos efeitos daquele tenebroso ataque?

Dentro da casa, as crianças esperavam horrorizadas pelo desfecho daquele trágico episódio. A expectativa e o terror desfiguravam os rostos infantis. A sua estrela mais cintilante nunca mais luziria na imensidão dos seus espíritos.

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– E agora o que irá ser de nós? – Lamentava-se uma menina ajoelhada rezando com todas as suas forças.

– Ele morreu, não posso acreditar! – Choramingava um menino, olhando a janela receoso.

– Não acredito que ele também nos abandonou! – Dizia um outro menino lavado em lágrimas, parecia ser o mais pequeno de todos. Correu a esconder-se atrás do corajoso Teneo.

– Todos vocês, parem já com essas lamúrias e ouçam bem o que eu tenho para dizer. – Teneo olhava todos os outros com reprovação. – O senhor Aldebaran não morreu, perceberam bem? Ele é um dos cavaleiros mais fortes e corajosos que protege este santuário. Ele acolheu todos nós, porque acreditava que era possível dar-nos um futuro. Por estas razões e mais algumas nunca mais afirmem que ele está morto, porque isso é mentira.

– Tens razão Teneo, ele sem dúvida vai levantar-se depressinha! – Assentiram as outras crianças.

Lá fora, vários paços pesados anunciaram a chegada de alguém indesejado.

– Não tenham medo, fiquem sossegados eu vou lá empatá-lo até o Senhor Aldebaran ficar bem. – Teneo herdara a garra do seu mestre.

– Mas Teneo! – Todos os outros exclamaram lívidos devido ao terror. – Ele é muito poderoso!

– E eu serei o próximo cavaleiro de Touro! – Foi a resposta dada pelo menino.

Teneo avançou sem hesitar em direcção à porta, antes que algo acontecesse rodou a maçaneta. No outro lado encontrava-se um homem de porte altivo. Os seus lábios retorciam-se num enorme sorriso arrogante.

– O vosso mestre nunca vos disse que era errado abrir a porta a pessoas que não conhecem? - Respingou o Deus.

– O que é que fizeste com o nosso mestre? Seu malvado! - Teneo lançou um olhar de esguelha ao corpo quase inerte de Aldebaran. A raiva queimava-o com uma velocidade alucinante. O menino começou a pontapear e a esmurrar o homem que se encontrava diante de si. Todavia os pequenos punhos e os frágeis pés de Teneo não sortiram efeito algum contra um Deus.

– Já chega! Miúdo irritante! – Marte estava furioso.

– Não, não chega, vais pagar por tudo o que fizeste ao senhor Aldebaran! – Teneo enfrentava-o como se de um igual se tratasse.

– Vou pagar é? És tão insignificante e nojento como o teu Mestre.

Marte agarrou Teneo por um fino braço, apertou e voltou a apertar. A dor era terrível fazendo os seus olhos lacrimarem involuntariamente. Porém não iria desistir. Aquele homem não iria entrar na habitação. Ele não iria ferir nenhuma das outras crianças.

– Então garoto esta dose de dor foi suficiente para te calar essa boca imunda? – Marte estava hilariante.

– Não vou desistir! – Arquejou Teneo, caindo de joelhos aos pés do Deus.

– Parece que ainda não. – Concluiu.

A pressão exercida no fino braço de Teneo aumentou gradualmente. Ele não iria suportar durante muito mais tempo, os seus olhos apenas viam trevas, estava na iminência de desmaiar.

– Senhor Aldebaran! – Foi o último som imitido por Teneo antes de mergulhar nas profundezas escuras e frias.

De súbito uma enorme estrela elevou-se nos ares iluminando o cenário decrépito. Aldebaran de Touro voltara a erguer-se.

Para um homem tão grande e pesado a sua rapidez igualou uma pluma. Com um valente pontapé atirou Marte pelos ares, este caiu imóvel no chão arenoso. Aldebaran debruçou-se sobre o seu aluno, tomando-lho o pulso.

– Ainda estás vivo! – Murmurou aliviado. – Um dia serás um bravo guerreiro. Espero que me poças perdoar por te ter submetido a tal perigo.

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– Senhor Aldebaran o senhor está bem! – Teneo falava numa vozinha muito sumida, contudo, bastante orgulhoso do seu Mestre.

– Fica tranquilo e sossegado, tudo vai ficar bem. – Afirmou o dourado deitando uma olhadela ao Deus que se agitava ligeiramente a alguns metros dali.

Aldebaran deixou o seu discípulo na entrada da habitação e dirigiu-se ao seu inimigo.

– Como te atreves a atacar uma criança inocente, seu cobarde sem escrúpulos? Estas crianças são as esperanças de um amanhecer melhor para a humanidade. Os seus corações estão repletos de amor, pureza e bondade, para eles os sonhos ainda são possíveis de realizar, e eu acredito neles com todas as minhas forças. – O touro respirou, deu alguns paços e prosseguiu. – Estes meninos tiveram uma infância triste, cheia de dor, perda e sofrimento. Passaram muita fome, muito frio e os seus corações nunca conheceram o amor e o calor humano. Eu prometi que iria mudar o destino deles. Eles ainda podem recuperar tudo aquilo que lhes foi roubado, ainda podem sorrir triunfantes para a vida que se estende a seus pés. – O dourado olhou para o céu. – Eu não vou permitir que alguém maligno como tu destrua tudo isto, não vou deixar que roubes a luz dos seus sorrisos.

Com um enorme elevar de cosmo Aldebaran deu um grande soco no Deus, porém este desviou-se.

– Não penses que isto vai terminar assim. Tu estás mais morto do que vivo, seu verme.

– Só uma mente pérfida como tua pensaria que eu iria tombar aqui! Prepara-te. – Aldebaran cruzou os braços orgulhosamente.

– Não acredito que vais tentar esse golpe inútil outra vez. És patético! – Rosnava Marte enquanto soltava mais uma das suas línguas de fogo.

A fúria flamejante voltou a perseguir Aldebaran, porém este desviou-a apenas com um curto gesto da sua mão horrivelmente queimada.

– Como? Não é possível! – Pela primeira vez a surpresa surgiu no rosto do homem.

– Lamento, mas o mesmo golpe não funciona duas vezes contra o mesmo cavaleiro meu caríssimo Deus Marte. Agora é a minha vez! Grande Chifre!

Porém outro grito quebrou o silêncio: - Rede de Vulcano! – Uma enorme rede de cosmo prateado envolveu Marte. O confronto de cosmos foi algo impensável. O choque das duas energias lançou poeira, pedras e troncos de árvore por todo o lado.

– Eu não vou perder para um reles mortal. – Rosnou Marte aumentando a pressão da sua defesa prateada.

– Queima meu cosmo, queima mais e mais, pelas crianças, pelo futuro! – O cosmo do touro superiorizou-se ao do seu oponente, atingindo o sétimo sentido.

Marte caiu por Terra, estava finalmente derrotado. Porém, Aldebaran começou a sentir a dor intensa que regressava ao seu corpo queimado. As feridas doíam mortalmente, e o sangue que perdera fazia a sua cabeça andar à roda, caindo igualmente no terreno areado. No entanto caiu feliz e orgulhoso porque conseguira cumprir a sua missão.

Todas as crianças saíram de casa, circundado o corpo do seu mestre.

– Não se preocupem, eu ainda estou vivo hahaha! – Aldebaran sorria docemente para todos os seus filhos.

A alguns quilómetros dali, na entrada da Aldeia de Rodório, a lua prateada almejava Sísifo de Sagitário que aguardava os seus inimigos pacientemente.