Beijo Escarlate

Natal surpresa


Eu assistia da janela do meu quarto a neve cair. O natal estava chegando e a cada dia mais eu via a vila ficar iluminada, brilhante. Sorri gentilmente, me lembrando do natal com minha família. Era colorido e cheio de presentes debaixo da árvore que meu pai cortava e trazia para casa. Tane, Seiko e eu sempre a enfeitávamos, desde pequenas. Okaasan nos vestia da forma mais linda possível. Tane com um vestido azul, Seiko com um verde e eu com um rosa. Quando crescemos, começamos a ajudá-la com o jantar de natal, era divertido ter todas reunidas. Suspirei fechando os olhos, que saudade...

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A porta se abriu de repente e eu me virei.

– Uh? Fumiko? – Perguntei em dúvida.

– Ah, senhorita... Não sabia que estava aqui. – Ela abaixou o olhar.

– Eh? Hum... Nani? – Sorri.

Ela me olhou e pareceu me analisar.

– Nada, senhorita. – Sorriu.

Achei aquilo estranho, mas sorri de volta.

– Hai. Você quer ver a neve? – Perguntei com um sorriso gentil.

– Senhorita? – Ela me olhava em dúvida.

Eu continuava a sorrir e ela se aproximou, fitando a janela.

– Lá. – Eu disse apontando pela janela – Meu pai costumava cortar árvores ali para o natal. Está próximo, então eu espero ver a tocha que ele carrega quando vai cortar uma árvore.

Ela sorriu gentilmente, me fitando.

– A senhorita parece gostar muito do “natal”.

– Claro. – Deixei uma risada escapar – Nem o meu aniversário se compara. É a melhor época do ano, tem muita comida e presentes, e minha família sempre se reúne... – Me interrompi e fiquei cabisbaixa, ainda fitando a janela.

– Senhorita? – Fumiko me olhava em dúvida.

Claro... Esse ano eu não passaria o natal com minha família. Mesmo da janela, vendo a vila, eu ficaria no quarto na noite de natal. Senti uma dor no peito.

– Hum. – Balancei a cabeça e sorri – Daijoubu.

Ela me olhava, parecia saber qual era o problema. Eu deixei uma risada escapar para melhorar aquela situação tensa e voltamos a olhar pela janela. Não direi que não me importa eu não passar o natal com minha família, mas mesmo assim a neve na paisagem me fazia sentir melhor. Eu precisava me sentir melhor...

...

Dias depois, o natal chegara e eu estava no quarto olhando pela janela. Sorri gentilmente para não me sentir triste e Fumiko entrou no meu quarto.

– Senhorita, está na hora do seu banho. – Ela disse gentilmente.

– Hum, hai. – Sorri.

A grande banheira cheia e bolhas, a água estava ótima e na temperatura perfeita como sempre. Quando terminei e fui até minhas roupas, vi algo incomum. Olhei para Fumiko em dúvida enquanto segurava aquela roupa.

– Por que esse vestido? – Perguntei.

– Shu-kun me pediu para fazê-lo para a senhorita. – Ela sorriu gentilmente.

– Eh? – Arregalei os olhos, surpresa.

Olhei para o vestido. Era de um vermelho intenso ao qual eu nunca vira na vida. Seus detalhes eram dourados, parecidos com faixas nas bordas do vestido e na cintura, que dela criava uma ramificação que se abria levemente até chegar à barra do vestido. Era lindo, deixava minha clavícula à mostra e suas mangas eram justas. Depois de vesti-lo, eu me olhava no espelho enquanto Fumiko penteava meu cabelo, prendendo a metade e fazendo cachos nas pontas.

– Por que isso tudo?

– Como, senhorita? – Ela perguntou continuando.

– Esse vestido é lindo. Arigatou. – Sorri para o espelho em sua direção.

– O fiz com prazer, senhorita. – Ela disse com sua voz doce.

– E eu amei o penteado, mas... Por que está fazendo isso?

Ela deixou escapar um sorriso.

– Gomen nasai, mas isso seria como dito “confidencial”. – Ela sorriu.

A olhava sem entender e abaixei o olhar, tentando desvendar aquilo. Depois que ela me arrumou, com eu ainda em dúvida do porque, me guiou até a grande porta do salão, onde Shu estava escorado na parede. Fumiko fez uma reverência e se retirou, me deixando com aquela dúvida pairando sobre minha cabeça. Olhei para Shu, que estava arrumado como se fosse para uma festa de gala. Ele se endireitou, sorrindo levemente pra mim.

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– Anou... Por que isso? – Perguntei.

– Você está linda. – Ele disse.

Fiquei surpresa e desviei o olhar quando corei.

– Arigatou.

Ele sorriu e estendeu a mão para mim.

– Vamos entrar?

Não compreendi, mas peguei em sua mão delicadamente. Ele suspendeu nossas mãos num ato de cavalheirismo e nos guiou para frente da porta. A grande porta de madeira esculpida se abriu e naquele exato momento eu arregalei os olhos surpresa. Shu me olhou sorrindo e eu abria um sorriso emocionado aos poucos. O salão... Estava decorado, completamente iluminado e com várias pessoas com roupas elegantes. Shu nos guiou para dentro e as pessoas se curvaram em forma de reverência. Eu tentava abrir a boca para falar algo, demonstrar minha emoção, mas não conseguia e se conseguisse com certeza gaguejaria. Corri meu olhar pelo salão e vi uma grande árvore em um ponto específico, era bem verde e estava decorada. Logo depois vi uma grande e comprida mesa com várias comidas em cima dela em pratos elegantes. Acalmei o olhar, que ficaram marejados e o que me fez olhar para Shu.

– Nani... – Disse emocionada.

– Você disse que gostava do “natal”, ne? – Ele disse com um sorriso gentil.

Deixei uma risada escapar e limpei uma lágrima.

– Não acredito que fez isso. – O olhei ainda emocionada.

– Não... – Ele disse gentilmente – Os súditos queriam muito conhecer a futura princesa.

– Estão todos aqui? – Perguntei com um sorriso e correndo o olhar pelo salão.

– Hai.

Sorri.

– Você disse que essa data une as pessoas, então... – Ele disse – Gostaria de me unir mais com eles. – Ele sorriu.

Sorri ainda mais emocionada. Ele sempre foi assim? Shu nos guiou até o centro do salão, onde vários casais começaram a dançar ao som dos violinos. Ele pôs a mão nas minhas costas e elevou nossas mãos um pouco, começando a me guiar na dança. O rei e a rainha estavam presentes e pareciam contentes. Kazuhiro-sama pegou na mão da rainha e a guiou para dançar, ela sorria alegremente. Shu nos girou e as várias pessoas ali sorriam enquanto olhavam para nós. O rei e a rainha se aproximaram de nós enquanto dançavam.

– Megumi-chan, você está linda. – A rainha disse com um sorriso.

– Igualmente, majestade. – Sorri.

– Há tanto tempo que não vejo um natal como esse. – Ela sorriu – Estou tão feliz!

Eu sorri e eles se distanciaram girando enquanto dançavam. Shu pôs a mão contra a minha e eu sorri, ele começou a dançar comigo como eu dançava na minha vila. Todos pararam e começaram a nos assistir, sorrindo. Eu olhava para Shu com um sorriso feliz e admirado enquanto rodávamos com as mãos juntas. Aquela noite foi incrível e todos pareceram gostar. E não eram apenas os súditos que estavam presentes, mas também os empregados do castelo. Vi Fumiko dançando com um rapaz, ela sorria e percebi que seu vestido verde era belíssimo. O parceiro dela deveria ser o pretendente ao qual ela me falou uma vez. Tudo estava tão lindo! E o que eu não me esqueço é do sorriso gentil de Shu enquanto dançávamos. Aquela expressão calma e gentil, aqueles olhos tenros e calmos. Tudo nele fazia com que eu me apaixonasse mais e mais por ele.

...

A cama estava tão aconchegante e eu sentia o leve frio debaixo das cobertas. Me encolhi na cama sorrindo, já era de manhã e eu ainda pensava na noite anterior e na surpresa que Shu fez. Abri os olhos levemente e fitei a janela, sorrindo por ainda ver a neve cair suavemente. Olhei para frente da cama e o fitei.

– Shu? – Abri um sorriso e me sentei.

– Ohayou. – Ele disse com um leve sorriso.

– Hum, podia ter esperado um pouco pra eu escovar o cabelo. – Desviei o olhar com um sorriso envergonhado.

Ele levantou e sentou ao meu lado, mexendo no meu cabelo.

– Está linda.

Sorri um pouco corada.

– Ne, eu tenho uma coisa pra você. – Ele disse tirando algo do bolso.

Sorri em dúvida e fitei em sua mão uma caixinha embrulhada para presente. Fiquei surpresa e abri um sorriso envergonhado. Ele pôs a caixinha no meu colo e eu desfiz o laço, abrindo a tampa e vendo um belíssimo colar. Fiquei maravilhada, era de ouro e com um pingente de pedra de cristal vermelho com a forma de coração.

– Shu... – Exclamei maravilhada.

Ele sorriu vendo que eu amei o presente.

– Mas... Eu não tenho nada pra você.

– Hum. – Ele balançou a cabeça sorrindo – Seu sorriso é um presente perfeito.

Sorri envergonhada e corada. Ele pegou o colar de dentro da caixinha e o abriu para pôr no meu pescoço. Quando se inclinou para colocá-lo, eu segurei suas mãos. Ele me olhou em dúvida, eu estava sorrindo.

– Mas eu acho que sei o que você quer. – Disse sorrindo, tirando meu cabelo da frente do pescoço.

Ele sorriu, se aproximando e beijando meu pescoço. Fechei meus olhos, sorrindo gentilmente e ele me mordeu. Pus a mão em sua cabeça, acariciando seu cabelo. Logo depois ele pôs o colar no meu pescoço. Meu sorriso não desaparecia, aquele momento foi o mais precioso do dia pra mim.