Eu voltei a ver Yuuro e conversávamos como seria o casamento. Não tínhamos a menor ideia de como nos casaríamos e até brincávamos de que seria na floresta. Logo que anoiteceu, meu pai me convocou e eu tive que ir ao grande salão onde ficavam os tronos. Não compreendi a razão, mas vi meu pai e minha mãe no trono, Ichiro ao lado deles, Keiji-oji-san e tia Seiko sentados próximos deles com Hana. E do outro lado, próximos da minha mãe, Mizuna-sama e Kazuo-sama com Momoko-chan e Aiki-chan e Arata-sama e Nana-sama com os gêmeos. Eu não entendia e olhei para Ichiro, que também parecia não compreender nada do que estava se passando.

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– Uhm... Pai? – Disse ao ficar a frente do trono – Nani...

– Haru, você quer me contar algo? – Ele foi direto.

– Hum, não... – Disse sem entender.

– Tem certeza? – Ele perguntava sério.

– Tenho.

Eu não compreendia a razão de tudo aquilo, mas vi Saburo-sama aparecer por trás dos tronos de Mizuna-sama e Kazuo-sama. Ele andou, ficando entre os tronos dos meus pais e dos Saburo. Franzi levemente o cenho, aquele miserável.

– Então... – Meu pai continuou – Você tem certeza que não quer me contar sobre o humano que você tem encontrado?

Abaixei o olhar, minha mãe me olhou surpresa e depois para o meu pai.

– É mentira. – Menti.

Eu sabia que estava mentindo, mas não queria que ele soubesse daquela forma. Estava esperando o momento certo para contar tudo.

– Se é mentira, hime... – Saburo-sama disse – Então por que está usando esse anel em seu anelar direito? Isso é o símbolo de se estar noiva de alguém.

O olhei irritada e abaixei o olhar, tampando a mão com o anel.

– Haru, você sabe que é proibido se envolver com um humano. – Meu pai disse – Ele poderia ter te machucado.

– Mas não machucou, ele me ama. – O olhei, meus olhos marejaram – Por que é proibido? O senhor se casou com minha mãe e ela era humana. Eu posso transformar Yuuro, é só me ensinar.

– Haru, eram outros tempos. – Ele disse calmamente.

Minha mãe abaixou o olhar. Eu queria chorar.

– Isso não é justo. – Protestei.

Todos pareceram ficar surpresos, me olhavam como se eu fosse a que teve coragem de dizer o que eles pensavam. Meu pai me olhava e não dizia nada, apenas demonstrava calma com o olhar.

– Pai... – Eu disse, querendo chorar – Ichiro não pode casar com quem ele ama porque ela é da outra família.

Momoko-chan abaixou a cabeça.

– Ichiro ama Momoko-chan e Daichi-kun gosta de Hana, mas apenas Hiroki e Akane podem se casar porque ele não é de nenhuma família real. – Eu protestava.

Me senti mal em contar aquilo a todos e daquela maneira, principalmente por Hana corar e Keiji-oji-san a olhar em dúvida e depois olhar para Daichi, que abaixou o olhar, mas eu precisava dizer o que já pensava há anos. Aquilo era absurdamente injusto e sem nenhum fundamento!

– Hime, melhor você se conter com vossa majestade. – Saburo-sama disse – Shu-sama, sua filha deve estar confusa...

– Melhor você se conter, velho. – Eu disse, com raiva.

Saburo-sama me fitou e viu meus olhos vermelhos em sua direção. Eu queria arrancar a cabeça dele, estava furiosa. Ele franziu levemente o cenho em minha direção. Meu pai me observava, eu o olhei e meus olhos marejaram. Uma gota escorreu e eu abaixei o olhar.

– Haru, pode se retirar.

Apertei minha mão e saí do salão. Meu pai pensava.

– Saburo-sama, por favor, se retire.

– Hai, majestade.

Os outros olhavam para meu pai, ele ficou sério de repente e minha mãe nervosa.

– Pai. – Ichiro disse, receoso por aquela expressão.

– Hai.

– Saburo-sama... Ele... Não é confiável.

Papai o olhou.

– Ele ameaçou o humano, dizendo que machucaria Haru se eles não parassem de se ver.

– Você sabia sobre isso? – Ele franziu o cenho.

– Hai, gomen. – Ichiro disse – Eu apenas queria que Haru fosse feliz.

– Shu... – Minha mãe o chamou.

– Eu deveria ser um rei como meu pai era. – Ele disse sem olhá-la.

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– Nani? – Ela disse surpresa.

– Eu não sabia que minha própria filha estava se encontrando com um humano.

– Shu, por favor...

– Eu cansei disso... – Ele disse – Eu canse de proibir todo mundo.

Ichiro abaixou o olhar e começou a pensar.

– Megu, eu...

– Pai, para onde Saburo-sama foi? – Ichiro perguntou de repente.

Ele o olhou e franziu o cenho.

– Shu-sama. – Mizuna o chamou enquanto pensava – Meu pai estava estranho, você acha que...

Shu arregalou os olhos.

– Ichiro, vá atrás de sua irmã.

– Hai. – Ele disse, levantando e saindo do salão.

– Vocês, procurem por Saburo-sama. – Shu disse aos guardas.

– Hai, majestade. – Eles disseram em coro.

– O resto de vocês, por favor, fique aqui.

– Shu, eu vou com você. – Keiji disse.

– Eu também. – Arata disse, assim como Kazuo.

Seiko, Megumi e Mizuna ficaram a pedido de seus maridos. Eles saíram do salão, suspeitavam que Saburo-sama faria algo. Hiro foi para o salão e Megumi pediu a ele que levasse Hana, Momoko, Aiki, Akane e Daichi para outro cômodo. Ele assentiu e o fez. Hiro os levou para a biblioteca e minutos depois Hiroki entrou, indo em direção a Akane e a abraçando.

– O que está havendo? – Ele perguntou – Os guardas estão vasculhando todo o castelo.

– Não sei ao certo. – Ela disse.

– Vovô está tramando algo. – Momoko disse – Algo muito ruim.

– Como assim? – Daichi perguntou, Hana o abraçava preocupada.

– Mamãe disse que ele não é mais o mesmo desde que vovó morreu. – Ela explicava – E ele piorou quando os humanos queimaram o reino e mataram todas aquelas pessoas.

– Você não acha que vovô vai fazer mal a Haru-chan, ne? – Aiki perguntou receosa.

Momoko abaixou o olhar.

– Não sei.

Os olhos de Aiki marejaram. Hiroki pensava.

– Onde está Ichiro?

– Foi procurar Haru. – Momoko disse.

– Daichi, vamos procurar por Ichiro. – Ele disse.

– Hai. Hana, fique aqui. – Daichi pediu.

– Mas...

– Onegai.

Ela abaixou o olhar e ele beijou sua testa. Hiroki beijou a testa de Akane e os dois saíram da biblioteca. Momoko pôs a mão na altura do peito, estava com medo do que poderia acontecer. Akane e Hana se aproximaram dela, tentando consolá-la.

– Eu preciso ir atrás dele. – Momoko disse.

– Hã? – Hana disse m dúvida.

– Preciso procurar Ichiro também. – Ela disse, se direcionando para a porta.

– Momoko! – Akane exclamou – Não pode.

– Você também não está preocupada com Hiroki-san?

Akane acalmou o olhar.

– Eu amo Ichiro, vou atrás dele. – Momoko disse.

Ela se virou, mas Hiro estava a sua frente.

– Não posso deixá-la fazer isso, Momoko-hime. – Ele disse – Vocês estão sob minha responsabilidade.

– Hiro-kun, você é dois anos mais novo que a gente. – Ela disse surpresa – Tome conta de Aiki pra mim.

– Uhm... Oe!

Hiro apenas viu Momoko sair da biblioteca e logo depois Hana e Akane também. Ele abaixou o olhar e Aiki se aproximou.

– Daijoubu? – Perguntou.

– Não... Eu sou um inútil. – Hiro disse – Por isso Haru-hime não quer ficar comigo.

Aiki abaixou o olhar.

– Hiro gosta mesmo dela.

– Ela é minha amiga.

– Isso não é motivo pra querer se casar com ela. – Ela disse irritada.

Hiro a olhou e a viu se afastar. Ela se sentou na cadeira e cruzou os braços em seguida. Ele acalmou o olhar e se aproximou dela. Aiki crescera um pouco e seu cabelo estava passando da altura de seus ombros. Hiro agachou à frente dela e sorriu.

– Aiki-hime é nova demais para entender sobre isso.

– Não sou. – Ela protestou emburrada – Eu vou crescer e todos os rapazes vão querer se casar comigo, você vai ver! Eu já vou fazer 15 anos!

Ele deixou uma risada leve escapar.

– Aiki-hime acabou de fazer 14 anos. – Ele sorriu.

– Falta menos de um ano agora.

Ele riu.

– Você vai ser muito especial para um rapaz um dia. – Ele disse gentilmente.

Ela o olhou, levemente corada e desviou o olhar.

– Todo mundo acha que eu não sei como é gostar de alguém. Mas eu sei sim. – Ela franziu levemente o cenho.

– Aiki-hime já gosta de alguém? – Ele sorriu alegre.

– Hai. – Ela disse cabisbaixa.

– Posso saber quem é? – Ele sorria.

Aiki o olhou e corou, pegando gentilmente na bochecha dele. Hiro a olhou em dúvida e ela aproximou o rosto, beijando-o. Ele arregalou os olhos surpreso e Aiki cessou o beijo.

– A-Aiki-hime...

– Gomen. – Ela disse – Mamãe sempre diz que eu sou madura demais pra minha idade.

Aiki levantou e foi até uma das grandes prateleiras de madeira para pegar um livro. Ela estava corada e andou mais um pouco para se esconder de Hiro. Ele escorou na mesa e corou um pouco, não imaginava que Aiki gostava dele. Com a dúvida de saber se era certo querer se casar com Haru por ela ser sua amiga e agora descobrir que Aiki gostava dele, Hiro começou a desenvolver sentimentos diferentes por Aiki e ver como ela realmente estava crescendo.

...

Eu fui para a floresta depois da convocação de papai. Queria chorar, mas queria mais ver Yuuro e o abraçar. Esperava que papai me compreendesse, que entendesse que eu o amava e que queria ficar com ele. Eles poderiam me ensinar a transformá-lo já que eu não poderia me tornar humana. Quando cheguei ao nosso ponto de encontro, corri e o abracei. Yuuro não compreendeu e eu contei o que houve. Depois de contar tudo, estávamos sentados e escorados na árvore. Ele me abraçava e acariciava meu braço. Eu estava com o olhar cabisbaixo, pensava na possibilidade.

– Yuuro.

– Hum?

– Você... Se tornaria mesmo um de nós? – Perguntei suave, com o olhar baixo.

– Hai. – Ele disse sem hesitar.

– Nande?

– Porque eu quero ficar com você.

– Mas você não tem nojo?

– De que?

– Hum... Você teria que beber sangue.

– Haru, eu só disse aquilo...

– Eu sei. – Disse – Mas... Não vai?

– Não. – Ele disse, me olhando nos olhos.

Eu o olhava, surpresa. Yuuro pegou gentilmente em minha bochecha e me beijou. Enquanto nos beijávamos, alguém surgiu entre as árvores, nos vendo.

– Ora, não achei que os veria realmente.

Paramos o beijo e olhamos para aquela figura, era Saburo-sama. Levantamos desconfiados e o olhamos.

– O que faz aqui? – Perguntei com o cenho franzido.

– Vocês realmente não escutam, não é? Qual o problema de vocês afinal?

– Saburo-sama, volte ao castelo. – Eu disse – Meu pai já sabe sobre nós, ele que irá decidir.

– E quem disse que eu me importo? – Ele sorria maliciosamente.

Arregalei os olhos sem reação. Saburo-sama correu e apareceu de repente a nossa frente, empurrando Yuuro, que parou há metros de nós, e me segurando pelo pescoço. Ele me suspendeu contra a árvore e eu não conseguia me soltar, ele era mais forte que eu. Apertei os olhos, estava sufocando.

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– Oe! – Yuuro gritou.

Saburo-sama o olhou, ele estava com o arco e flecha em punho. Ele atirou a flecha, mas Saburo-sama a pegou no ar quando estava próxima de seu rosto. Yuuro arregalou os olhos. Saburo-sama me largou e eu caí sentada no chão. Ele apareceu logo atrás de Yuuro.

– É inútil, humano. – Ele sorriu maliciosamente.

Yuuro arregalou os olhos pela velocidade e quando se virou, Saburo-sama cravou a flecha em seu peito. Eu arregalei os olhos, paralisada. Meus olhos se encheram de água e eu gritei. Saburo-sama franziu o cenho em minha direção. Eu levantei e tentei correr até Yuuro, mas Saburo-sama me pegou pelo pescoço de novo e me pôs contra a árvore.

– Eu disse que faria isso. – Ele dizia enquanto me sufocava – A culpa é apenas de vocês.

Eu tentava respirar e fitava Yuuro, que estava caído no chão. Pensei que fosse o fim para nós dois, mas de repente Ichiro apareceu correndo entre as árvores e arregalou os olhos ao ver aquela cena. Ichiro correu e empurrou Saburo-sama, fazendo com que ele me soltasse. Logo depois Hiroki e Daichi apareceram. Hiroki correu até Yuuro e começou a analisar as condições dele. Eu tossia e consegui recuperar parte do fôlego. Fitei Yuuro e corri até ele, ajoelhando no chão e chorando sem saber o que fazer. Olhava Hiroki, tendo a esperança de que ele pudesse fazer algo.

Saburo-sama franzia o cenho em direção a Ichiro.

– Estão vendo? – Ele dizia com raiva – Tudo isso é culpa da escória dos Akihiko e da sua família.

Ichiro o olhava com raiva e deixou seus olhos vermelhos, atacando-o em seguida. Ele desviou, mas Daichi se aproximou e o distraiu. Ichiro correu, aparecendo novamente a frente dele e acertando-o, atravessando o braço no coração de Saburo-sama. Arregalamos os olhos. Ichiro o encarava, o olhava nos olhos. Saburo-sama sorriu para ele.

– Arigatou... – Ele dizia com dificuldade – Finalmente... Vou ver... Minha Mai.

Ichiro arregalou os olhos. Saburo-sama morreu naquele momento e Ichiro o deitou no chão, pensando se tudo o que ele fizera foi para reencontrar a esposa. Ele veio até nós assim como Daichi e logo depois as meninas apareceram. Momoko-chan pôs as mãos em frente à boca, sem acreditar que via seu avô morto no chão e Ichiro a abraçou, pedindo perdão.

– Haru! – Hana correu até mim, eu chorava.

– Onegai... – Pedia – Salva ele...

– Não sei como... – Hiroki dizia – Ele acertou o coração.

Eu olhava Yuuro, ele tentava respirar e sua expressão demonstrava que ele estava sentindo dor. Eu encostei minha testa na dele, acariciando seu rosto com as mãos.

– Calma, calma... – Dizia, mas chorava ao mesmo tempo.

Hiroki o olhou e franziu o cenho.

– Ele vai morrer...

Chorei mais, não suportaria isso.

– Haru, transforme-o.

– Nani...? – O olhei, me endireitando – Não sei...

– Eu sei, baka! – Ele exclamou.

Arregalei os olhos. Ele começou a respirar ofegante, nervoso.

– Certo... – Pensava – Morda-o. Beba o sangue dele até que sobre pouco.

– Uhm...

– Faça!

Eu não compreendi, mas o fiz. Mordi Yuuro e enquanto eu o fazia, Hiroki tirou a flecha de seu peito com um puxão, o que fez Yuuro exclamar de dor. Pus gentilmente a mão em sua bochecha, tentando acalmá-lo. Todos assistiam aquilo, perplexos. Eu sentia a pulsação de Yuuro ficar mais lenta e parei de beber seu sangue. Olhei Hiroki, ele pegou minha mão e a cortou com a ponta da flecha, que era de metal e bem afiada.

– Ai... – Rangi os dentes.

– Faça-o beber.

Engoli a seco, mas o fiz. Chorei mais ao ver Yuuro com os olhos fechados e respirando com mais dificuldade, mas aproximei minha mão e a apertei para o sangue escorrer e ele beber. Hiroki controlava o tempo e depois de minutos, ele me mandou parar. Eu respirava nervosamente.

– E agora? – Perguntei ainda chorando, segurando minha mão cortada.

– Esperamos.

Engoli a seco, não parecia acontecer nada. Depois de minutos a pele de Yuuro ficou acinzentada e ele parou de respirar. Arregalei os olhos e peguei em sua mão. Mais alguns minutos, o que me fez me desesperar ainda mais, ele voltou a cor normal e ficou pálido. Eu não compreendi, franzi a testa em dúvida e toquei seu rosto. Ele estava gelado e respirava calmamente.

– Nani... – Olhei para Hiroki.

– Funcionou. Precisamos levá-lo para o castelo. – Ele disse rápido.

Ichiro ajudou Daichi a pôr Yuuro nas costas de Hiroki e disse a Daichi para ajudá-lo a levar Saburo-sama de volta, que ele não poderia ficar ali. Voltamos para o castelo e nos dividimos. Hiroki entrou no quarto mais próximo e deitou Yuuro na cama. As meninas e eu ficamos com ele e Hiroki foi procurar pelos outros. Minutos depois, os três voltaram.

Eu estava sentada ao lado de Yuuro. Olhava frequentemente para Hiroki, esperava que ele me dissesse o que estava acontecendo, mas acho que ele só sabia as instruções para a transformação. Engoli a seco, tentando não chorar. Olhava Yuuro e de repente ele se mexeu, abrindo os olhos calmamente. Ele olhou pelo quarto e me fitou, paralisado.

– Haru...

Meus olhos se encheram de água.

– Yuuro! – Exclamei, abraçando-o.

Ele perdeu o ar por eu praticamente ter pulado em cima dele.

– O que... Aconteceu? – Ele perguntou, sentando e pondo a mão no peito – Estava doendo...

– Hiroki me ensinou! – Dei um largo sorriso.

Ele o olhou em dúvida.

– Uhm... Arigatou. – Disse sem jeito.

Hiroki deixou escapar uma risada leve e Akane o abraçou, emocionada. Eu abracei Yuuro novamente e de repente meus pais entraram no quarto.

– Haru! – Mamãe exclamou, correndo em minha direção e me abraçando – Meu Deus! – Ela me pegou pelos ombros e me analisou – Daijoubu?

– Hai... – Sorri.

– Hum... É ele? – Ela perguntou.

– Hai. – Sorri alegre.

Olhei para a porta, papai olhava para Yuuro. Ele parecia estar paralisado. Quando Ichiro e Daichi se separaram de nós, foram procurar meu pai e explicaram o que houve. Ele se aproximou.

– Você... Tentou salvá-la? – Ele perguntou a Yuuro.

– Uhm... Hai... – Yuuro disse, temendo pela presença dele.

Eu subi na cama e abracei Yuuro, que ficou surpreso. Olhei papai e ele percebeu que eu gostava mesmo dele.

– Ele é um de nós agora... – Eu disse – Onegai...

Ele acalmou o olhar e suspirou.

– Hai. – Sorriu.

Abri um largo sorriso e saí da cama para abraçá-lo.

– Nee, acho que Yuuro precisa descansar um pouco. – Mamãe disse – Esse pode ser o quarto dele, ne Shu? – Ela sorriu.

Ele sorriu para ela.

– Hai. – Suspirou – Vamos. Temos muito o que fazer agora.

Os dois saíram e as meninas e meninos ficaram. Yuuro me fitou.

– Haru, o que... Vai acontecer agora?

– Etto... Agora que Hiroki me ensinou e eu transformei você... Uhm...! – Compreendi algo e fuzilei Hiroki.

Ele não entendeu. Franzi o cenho em sua direção e peguei um travesseiro, jogando nele. Ele desviou e me olhou indignado.

– Oe...!

– Por que não me contou antes?! – Exclamei indignada – Sobre como era a transformação! Como você sabia?!

– Você não me perguntou! – Ele apontou pra mim, indignado – Eu perguntei uma vez para o meu pai e ele me disse. Apenas se esqueceu do detalhe sobre o que acontecia durante o processo.

– Oe. – Ichiro disse quase bufando – Nee, vamos deixá-los em paz. Ele precisa descansar.

– Verdade. – Momoko-chan disse, sorrindo levemente.

Todos assentiram e logo nos deixaram a sós. Eu fiquei feliz por Yuuro estar bem e o abracei, quase deitando ao seu lado. Ele estava deitado e suspirou, olhando para o teto.

– Nani? – Perguntei suave.

– Além de ser um vampiro agora? – Ele riu levemente – Hum... Não sei como contar aos meus pais. Já deve ter amanhecido e eu não voltei.

Me sentei e o olhei.

– Vamos dar um jeito. – Sorri.

Ele se sentou e sorriu, me fitando.

– Nani? – Perguntei, corando levemente.

– Parece que você ficou ainda mais linda. – Ele sorriu.

Sorri, corando. Ele continuou a sorrir, mas sua expressão mudou e ele começou a tossir. O olhei em dúvida e o vi com a mão no pescoço, respirando ofegante.

– Daijoubu? – Perguntei suave.

– Não sei... – Ele disse ofegando – Parece que alguém está cortando minha garganta...

O olhei surpresa e sorri, achando graça.

– Acho que sei o que é. – Sorri.

Ele me olhou ofegante e vi seus olhos vermelhos. Achei graça de novo, era diferente quando era ele que estava com sede.

– Nee. – Tirei a trança da frente do pescoço, deixando-o à mostra – Quero ser sua primeira. – Sorri.

Ele correu o olhar do meu rosto para o meu pescoço e parecia que sua sede aumentara. Me fez deitar de repente e segurou meus pulsos, o que me assustou um pouco.

– Haru... – Ele me olhava ofegante – Eu não sei...

– É só morder. – Sorri – Mas... Tente ser gentil. – Corei.

Ele assentiu com a cabeça, aproximando o rosto do meu pescoço. Eu corei mais, nunca tinha sido mordida. Yuuro lambeu levemente meu pescoço e abriu a boca, deixando seus caninos à mostra. Eu estava nervosa, mas tentei acalmar a respiração. Ele soltou meus pulsos e me mordeu, pondo a mão na minha cintura. Eu pus a mão em seu ombro e apertei sua roupa, estava sentindo seus caninos. Yuuro bebia meu sangue e eu o abracei quando fiquei ofegante, pondo a mão em seu cabelo e apertando-o levemente. Ele apertou um pouco minha cintura enquanto bebia. Quando cessou, me olhou ofegante e sorriu. Eu sorri, achando graça.

Yuuro me ajudou a me sentar e nos deitamos em seguida. Eu estava ofegante e o abraçava.

– Nee, Yuuro. – Cantarolei suavemente.

– Hai. – Ele me abraçou.

– Eu amo você. – Sorri, adormecendo aos poucos.

Ele sorriu e se aconchegou ao meu lado. Yuuro e eu estávamos abraçados na cama e ele era um de nós agora. Eu nunca pensei que isso realmente iria acontecer, mas... Agora eu estava muito feliz por estar acontecendo de verdade.