Heartbreaking Romance

Desaparecimento


- Bom dia. – Ayako diz, enquanto ajeitava os cabelos e sentava a mesa. Masako vinha logo atrás da miko, dando um leve sorrido em reconhecimento e sentando-se na cadeira ao seu lado.

- Preparadas? - Hoshou pergunta, comendo uma porção de arroz.

- Claro. – Ayako responde, começando a comer – Já me viu alguma vez sendo pega de surpresa?

- Tantas que fico velho igual a você só de pensar. – Hoshou sorri.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- O que você disse?! – ela o olha, furiosa.

- Onde está Mai-san? – Jonh pergunta, procurando evitar o começo de uma briga.

- Ela já acordou. Não estava na cama quando levantamos.

- Ela deve estar com o Shibuya-san. – Yasuhara sorri, lembrando da aposta.

- Brigando, provavelmente. – todos sorriem. Então Jun entra, bocejando e desejando bom dia, sentando-se em seguida e começando a comer.

- Vocês viram a Mai-chan? Queria falar com ela.

- Base com o Naru. – todos respondem, não parando de comer.

- Achei que eles haviam brigado.

- Ela deve estar gritando com ele agora, tentando impedi-lo.

- Pensando nisso, ela é a única que tem a coragem de ir contra ele. – Hoshou, então afunda a cabeça entre os braços na mesa – Minha filha é rebelde!

- Mah mah, Takigawa-san. Você não acha que pareceu com uma briga de casal? – Yasuhara sorri.

- Não! – Masako e Jun dizem ao mesmo tempo, batendo seus hashis com força na mesa.

- Jun-san gosta da Mai-san? – Yasuhara sorri – Parece que temos um terceiro elemento. Ótimo, um triângulo amoroso. Fica mais e mais divertido. – ele ri levemente.

- Não são três elementos. Somos apensa eu e Mai-chan. Ela vai ser minha namorada!

- Vimos você se declarando, garoto. – Hoshou sorri – Ela já lhe deu uma resposta?

- Não, estou esperando.

- Ótimo. Antes, acho melhor termos uma conversinha, se é que me entende. – Hoshou sorri malignamente sendo acompanhado por Yasuhara e Ayako.

- Boa sorte, Jun-san. – Jonh sorri amigavelmente.

- Tenha a certeza de fazê-la sua namorada. – Masako diz.

- Pode deixar, Hara-san. – Jun sorri. Após alguns minutos, depois de muita conversa, eles resolvem voltar à base e terminar logo com aquilo.

- Vamos fazer agora, Naru-bou?

- Sim. Preparem-se.

- Tem certeza, Naru? – Masako o olha, levemente preocupada – Posso tentar convencê-lo.

- Faremos o que foi decidido. – ele responde. Ninguém reclamou mais. Sabiam que quando Naru enfiava algo na cabeça, ninguém o fazia mudar de ideia.

- Mas o que vai fazer quanto aos outros três, Shibuya-san?

- Matsuzaki-san e Brown-san podem cuidar deles?

- Sim.

- Até que enfim é minha vez.

- Ei, cadê a Mai-chan? – Jun pergunta, olhando em volta.

- Por que acha que eu saberia onde ela está? – Naru pergunta com arrogância.

- Pensamos que ela estava aqui com você.

- Por qual motivo?

- Talvez ela te batesse até ficar inconsciente então não faríamos o Jorei. – Hoshou sorri.

- Ela não está aqui.

- E em nem no quarto. – Masako completa.

- Lin.

- Ela não está em nenhum cômodo com câmera. – ele responde.

- Procurem. – manda Naru, levantando-se e indo checar as câmeras novamente, enquanto todos saiam da base para procurar pela garota.

Após uma hora de procura, todos voltam a base, frustrados com o resultado negativo. Sótão, porão, quartos, jardim, sala de estar, cozinha, sala de jantar, até mesmo em árvores; Mai não estava em lugar algum.

- Nada, Naru.

- Talvez ela esteja se escondendo com raiva.

- Mai-chan não é esse tipo de garota. Se ela está com raiva, ela enfrenta mesmo que saiba da derrota proeminente.

- Que tal as gravações da noite passada? Podemos ver quando ela sumiu. – Yasuhara sugere e todos se aglomeram ao redor de Lin.

- Okay, ela foi para o quarto depois de gritar com o Naru.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Que diabos de língua é essa? – Ayako pergunta, olhando para a garota na tela resmungando algo enquanto se deitava na cama.

- É a língua da Mai.

- Oh, somos nós. – Ayako vê a si mesma e Masako entrando no quarto, trocando-se e deitando.

- Avançe. – Naru diz e Lin obedece, avançando a gravação até o momento em que a temperatura começa a baixar.

- Está em 10°C. 5°C... 0°C!

- Só na cama da Mai.

- Hey, o que está acontecendo? – Hoshou pergunta, olhando para a tela desfocada.

- A câmera quebrou?

- Não. – Lin responde ao mesmo tempo em que a tela fica preta. Alguns segundos depois volta ao normal, mas Mai não estava em seu quarto, nem em local nenhum da casa.

- Okay, o que diabos aconteceu?

- Ela sumiu, cabeção. – Ayako responde.

- Isso eu sei. Mas como?

- Possuída? – Jonh sugere.

- Se esse fosse o caso estaria dentro da casa.

- Talvez ela foi para casa.

- Sem avisar? No meio da noite?

- Yasuhara-san, vá checar o escritório e para a casa dela.

- Sim. – ele obedece, saindo da base.

- Matsuzaki-san, procure o celular dela e ligue para os amigos. Façam qualquer coisa, mas achem-na. – Naru ordena, voltando a olhar para o vídeo da noite passada enquanto Ayako saia da base.

- Ei, por que ele está tão irritado? – pergunta Hoshou, sussurrando.

- Culpa?

- Medo de perder Mai-san quem ele ama? – sugere Yasuhara, sorrindo.

- Não acho que seja esse o caso. – Jonh sorri – Ele só está preocupado como nós.

- É o orgulho dele. – Masako diz – Naru não aceita perder para ninguém, muito menos para espíritos.

- Matsuzaki-san, traga uma peça de roupa dela. – Naru fala pelo microfone.

- Por quê? – ao perceber que foi ignorada, resmunga algo, pegando a roupa e o celular, e voltando.

- Lin, Yasuhara-san, Brown-san e Bou-san, procurem nos arredores da casa.

- Hai.

- As amigas disseram que não falam com Mai desde o final das aulas. Um garoto disse que falou com ela ontem à tarde, mas não sabe onde ela está agora. – Ayako diz, desligando o celular.

- Que garoto?

- Sato Takashi.

- Relação?

- Sei lá! Não pedi a ficha completa dele! – Ayako responde, irritada e Naru estende a mão – o que?!

- A blusa, Matsuzaki-san.

- O que ele vai fazer? – Jun pergunta, curioso.

- Rastreá-la. – responde Masako.

Dr. Oliver Davis já havia encontrado o filho de um milionário que fora enterrado por sequestradores usando apenas ESP. Após duas semanas de procura por parte da policia, Oliver recebeu um pedido de seus pais e encontrou o garoto, que ainda estava vivo. Achar Mai seria fácil.

- Conseguiu, Naru?

- Não consigo sentir a presença dela.

- O que isso significa? – o silêncio paira sob o quarto.

- Hara-san, o que sente?

- Apenas os espíritos.

Naru olha para ela, como se esperasse que ela dissesse que sabia onde Mai estava, mas nada veio. Ele sai da base, subindo as escadas e entrando no quarto da garota. Ele pega a bolsa de Mai, tirando seus pertences de dentro. Mesmo assim, Naru nãos sentia a presença dela.

- A Mai-chan está bem, não é? – Jun pergunta, olhando de Naru para Masako.

- Se a presença dela não pode ser sentida, só significa uma coisa. – diz Masako.

- O que?

- Ela está morta.

Horas passam, mas Mai não aparece.

- Ei garoto, não precisa chorar. Tenho certeza que ela vai aparecer. – Hoshou olha para Jun.

- É, talvez ela tenha ido dar uma volta por ai e perdeu a noção de tempo.

- Ele disse que não sente a presença dela.

- Como?

- Ele não sente a presença dela. Disse que a Mai-chan está morta. – Jun sussurra, não se importando com as lágrimas.

- O que?! – todos olham para Naru – Você tem certeza? Talvez você esteja fraco demais.

- Estou bem. - responde ele não soltando a blusa.

- Talvez os espíritos estejam impedindo. – diz Jonh, procurando se agarrar num fio de esperança.

- Vamos procurar de novo.

- Isso, procurar! Tenho certeza de que ela vai aparecer, sorrindo, alegre como sempre... – mas ninguém se mexe. Ninguém conseguia se mexer.

- Ele é um idiota!!! O rei dos idiotas! O rei do rei dos idiotas! – Mai diz, furiosa.

- Mai, acalme-se. – Gene sorri – O que ele fez?

- Ele quer fazer um jorei e matar o Hiroshi-san!

- Por que é contra? – Gene pergunta, apesar dele já saber de tudo. Algumas vezes, em sua situação de sono na morte, ele acordava quando Mai não estava dormindo e aproveitava para observar o irmão.

- Porque Hiroshi-san não é mau, só está solitário. A Masako disse que podia tentar convencê-lo a parar e seguir em frente, mas ele não quer nem tentar!

- Você não sabe se ela vai conseguir, certo? Você quer mesmo arriscar a vida da sua amiga por uma pessoa morta e um resultado indefinido?

- Não, mas...

- Noll está certo, Mai. Eu não gosto desse método, mas algumas vezes é necessário. Ele só não quer que ninguém saia machucado.

- Ele devia ter dito isso. – Mai sussurra, envergonhando-se pelo jeito que gritou com o chefe.

- Ele não é bom com sentimentos, lembra?

- Yeah. Ele pensa que eu amo você. – Mai suspira e Gene sorri – Ele diz que eu sou burra, mas no final ele é quem é.

- Ele é um pouco lerdo para esse tipo de situação. Mas você também. – ele ri.

- Qual a graça?

- Vocês se parecem muito.

- De que jeito? Ele é orgulhoso, chato, idiota, mandão, tem um ego gigante, bonito, inteligente... – a voz da garota vai sumindo e um vermelho vai se alastrando por suas bochechas. Ao ver isso, Gene ri.

- Vou te dizer uma coisa boa, Mai.

- Nani?

- Você não pode contar para ninguém, okay?

- Sim, eu prometo.

- Vai ser nosso segredinho. Vem aqui. – Mai se aproxima, curiosa. Gene se abaixa a altura do ouvido dela e sussurra:

- Na verdade, Noll é um pervertido.

- Eeehhh?! – Mai se afasta com o rosto vermelho.

- Não diga a ninguém. – diz Gene, colocando o dedo indicador nos lábios em um sinal de silêncio.

- Mas...

- Cuidado ao acordar, Mai. – diz Gene antes de desaparecer.

- Hmm... – Mai geme, abrindo os olhos lentamente encontrando nada além de escuridão. Ela pisca algumas vezes e ao não encontrar luz, fecha os olhos com força, abrindo-os novamente e encontrando a escuridão de novo.

- Itai! – ela tenta mexer os braços, mas bate em algo áspero e quente. – Onde eu estou?

Mai olha em volta, mas não vê nada, nem uma fresta de luz. Estava escuro e cheirava a queimado. Ela olha para cima e levanta o braço, sentindo sua pele ser perfurada e cortada levemente. Ela podia sentir a madeira contra seus dedos, mas não se movia. Ela tenta com mais força, mas só ganha ferimentos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Tem alguém ai? – grita – Bou-san! Ayako! Lin-san! Alguém! – grita mais alto, dando socos na madeira e sentindo seus braços começarem a arder por causa dos machucados.

Sem respostas. Lentamente o desespero vai invadindo-a. Onde ela estava? Como fora parar ali? Onde estavam todos? Ela ainda estava dentro da casa? E a principal, por que diabos ela era sempre alvo de experiências espirituais ruins?!

- Alô!!! – ela grita ao escutar passos – Bou-san! Jonh! Naru! Estou aqui! – ela grita o mais alto possível, tentando fazer barulho e chamar atenção, mas só ganhando mais ferimentos.

Mai para. Sua garganta estava seca e doía. Suas pernas e braços doíam de estar encolhida ali, onde quer que fosse.

- Será um poço? – ela pensa, apalpando o chão embaixo de si. – Não, está quente, não molhado.

Mai ficou quieta por alguns segundos, mas não ouviu mais nada. Onde ela estava? O local era escuro, pequeno, sem luz e quente. Ela estava embaixo do chão já que os passou vinham de cima de sua cabeça. Talvez fosse um pequeno armário ou alçapão. Mas e o calor sufocante? E o cheiro de queimado misturado à morte?

- Será que alguém notou que eu sumi? – ela pensa. Talvez já estivessem procurando por ela.

Ela se acalma ao pensar nisso. Logo seus olhos se fecham e ela entra em outra escuridão.

- Shibuya-san, já é quase meia-noite e Mai-san não apareceu. O que vamos fazer?

- Hara-san, sente algo?

- Nada além dos espíritos de mulheres.

- Naru-bou, vou dar queixa a policia. A Mai sumiu e talvez esteja morta.

- Vai dizer que um fantasma a matou?

- Temos que fazer alguma coisa!

Eles haviam procurado a garota o dia inteiro, de cima a baixo, em toda a casa, nas ruas e na casa dos vizinhos, mas ela não estava em lugar nenhum. Naru e Lin haviam visto a gravação diversas vezes, mas não conseguiram descobrir nada sobre o paradeiro da garota. Ela havia simplesmente desaparecido.

- Qual foi a última vez que alguém a viu?

- Quando eu e Matsuzaki-san fomos dormir.

- Meu pai ligou perguntando sobre a Mai-chan. – avisa Jun, entrando no quarto.

Os pais dele havia ido morar em um hotel até o caso ser resolvido por ordem de Naru. Jun ficou pois ninguém conseguiu convencê-lo do contrário.

- Ainda não sente a presença dela?

- Não. – Naru responde, com os olho fechados. Ele havia passado o dia todo tentando rastreá-la e só parou pois Lin o obrigou, ameaçando ligar para seus pais.

- Onii-san. – chama uma voz. Todos olham para o centro do quarto, vendo um garotinho com queimaduras por todo o corpo.

- Hei-kun. – Masako reconhece.

- Onde está Mai-onee-san?

- Como sabe o nome dela?

- Ela me encontrou.

- Onde você está?

- O homem mal vai pegar ela. Ela vai morrer. – o garoto sussurra, olhando em volta como se estivesse assustado.

- Onde ela está, Hei-kun?

- O homem mal mata toda elas. Rápido! – Hei olha para Naru.

- Diga onde ela está e eu a salvarei. – Naru diz.

- Estou escondido. Quando okaa-san e oto-san me chamarem eu posso sair. Não posso falar senão o homem mal vai me pegar.

- Onde você está?

- Na casa do ratinho. Eu sou o ratinho. – então ele some.

- O que eu faço? – pergunta Mai, olhando ao redor – Eu morri? Alguém me diga! – grita para a imensidão. O lugar era o mesmo de seus sonhos, mas Gene não estava lá e Mai estava começando a ficar assustada.

- Gene! Onde você está? – ela olha para todos os lados, correndo sem rumo – Alguém pode me escutar?!

Então Mai vê algo á alguns metros de distância. Duas pessoas, paradas e de costas. Elas pareciam estar olhando algo, igual àquelas pessoas que se aglomeram ao redor de um acidente, mas que não dão a mínima para os envolvidos, só querem alimentar sua curiosidade. Mas algo parecia estranho sobre eles.

- Com licença! – grita Mai, correndo o mais rápido que suas pernas aguentavam em direção a eles – Podem me dizer onde estou?

Então ela olha mesmo para a cena e percebe que além das duas pessoas haviam mais, no chão, deitadas. Ela ente algo respingando em suas pernas e para de correr, olhando para baixo e vendo seu reflexo refletido em uma grande poça vermelha. Mai se abaixa e toca o próprio reflexo que se desfaz, dando local à uma sombra, como se fosse uma pessoa observando do outro lado do espelho. Então, tão rápido como apareceu, desaparece.

Mai levanta a mão, sentindo o sangue escorrer por seus dedos e ir se alastrando por seu braço. Ela grita aterrorizada, agitando o braço e percebendo o sangue indo tomando seu corpo a cada segundo. Então, some. Nada de sangue, apenas ela e os corpos.

- Jun! Lin-san! Ayako! Bou-san! – Mai reconhece-os e corre até eles, tocando e sentindo a pele fria contra seus dedos – Acordem! Por favor! Bou-san! – ela percebe Takumi e Mei olhando-a, parados – Me ajudem! Por favor! Meus amigos...!

Então ela vê mais dois corpos. As roupas pretas manchadas de sangue, a pele branca como a neve e os olhos azuis sem vida. Eles estavam de mãos dadas, como se fossem duas crianças com medo da morte e soubessem que ela estava vindo, mas não podiam fazer nada para se salvarem.

- Naru! Gene! – Mai se levanta, correndo até os irmãos e ajoelhando-se entre eles, tentando em vão acordá-los.

As lágrimas escorriam por seu rosto livremente e ela sentia como se fossem sangue, como se seu coração estivesse chorando. Todos estavam mortos. Por que? Quem havia feito aquilo?

- Você pode salvá-los. – diz Mei repentinamente.

- Mei-san! – Mai a olha, desesperada – O que eu faço? Não quero que todos morram! Me diga o que fazer. Por favor!

- Você tem o poder. – Takumi sorri.

- Diga! Diga o que eu faço! Por favor! Eu...não quero...ficar sozinha... – Mai diz entre soluços, olhando para os amigos.

- Você é poderosa, Mai. – diz uma voz desconhecida. Ela olha ao redor tentando descobrir quem ou de onde vinha aquela voz tão bela, mas que parecia anunciar a morte.

- Quem está ai?

- Você pode salvá-los. Eu sei que pode.

- Quem é você?! – então ela vê aquela mesma sombra em baixo de si. – Me diga como! Como eu posso salvá-los!

- Você tem mais poder do que pensa.

- Pai? Pai, é você! Por favor! Me ajude! Meu amigos... Meus amigos! Tenho que salvá-los!

- Minha única e adorável filha.

- Naru! – Mai grita. Todos estavam sumindo – Não!

- Uma vida salva a outra...

Mai abre os olhos e vê a escuridão novamente. Fora apenas um sonho. Um sonho desesperador aterrorizador, mas só isso, um sonho. Então por que pareceu tão real? Ela ainda podia sentir o cheiro de sangue e sentir a pele fria dos amigos em seus dedos. E aquela voz? Era mesmo seu pai?

Ela tenta mover os braços para enxugar as lágrimas em seu rosto, mas a dor se alastra por seu corpo e ela perde os sentidos.

- Mai, pode me ouvir?

- Hmm... – a garota abre os olhos castanhos e vê um par de olhos azuis lhe observando com preocupação.

- Você está bem?

- Sim. – Mai responde, sentando-se – Mas onde meu corpo está?

- A criança quer lhe mostrar algo. – Gene responde, então a olha seriamente – Eu estou preocupado com você.

- Por que?

- Faz um tempo que tento acordá-la e você nem se mexia.

- Não se preocupe, estou bem agora. – Mai vê o olhar preocupado e o abraça – Pare de se preocupar. Estou bem.

- Mai... – Gene a abraça.

- Ainda bem que ele está vivo. – pensa Mai. Então ela percebe. Gene nunca esteve vivo. Ele estava morto. Sempre esteve. – Queria que estivesse vivo. – ela diz, olhando para ele.

- Se estivesse não teria encontrado você. E você não teria encontrado o Noll. – ele diz, soltando a garota e sorrindo.

- Mas estaria vivo.

- Não estou reclamando da morte Mai. Ela é ruim, mas traz bons acontecimentos.

- O que?

- Você vai saber quando for a hora certa. – ele sorri e ela o imita, mesmo sem entender.

- Gene? Como posso sair de onde estou?

- Você já está cansada de mim? – Gene se finge de magoado.

- Não! Do buraco onde meu corpo está.

- Isso é um pouco complicado.

- Você pode me ajudar?

- ...Sim, eu posso.

- Então me ajude.

- Você é poderosa, Mai. – a garota estremece ao ouvir essas palavras novamente.

- Gene, não estou entendendo.

- Quando você acordar, se concentre em um único ponto. Onde você achar que é a saída.

- Em cima de mim tem madeira e eu posso ouvir passos.

- Ótimo, concentre ai.

- Mas Gene, eu não tenho força e o lugar é pequeno. Não consigo me mexer muito.

- Você não tem que se mover, apenas se concentrar.

- Sim.

- Escute, concentre-se o máximo possível. Eu cuido do resto.

- Mas...

- Confie em mim. – diz Gene, antes de desaparecer.

Mai acorda e a primeira coisa que sente é a dor. Ficar naquela posição era horrível. Por quanto tempo havia passado desde que sumira? Minutos? Horas? Dias? Não, ela não podia pensar naquilo agora. Tinha que fazer o que Gene pedira.

Tentando esquecer a dor, ela move o corpo de modo que pudesse observar em cima de si e concentra-se. Ela podia sentir algo, mas era muito fraco.

“Confie em mim”

- Eu confio, Gene.

Mai tenta de novo, dessa vez com mais determinação. Dessa vez concentra-se em sair dali e encontrar os amigos, conversar com eles, rir. Então ela escuta algo rachando e explodindo e sente a luz invadir seus olhos.

- Por que a Mai-chan?! Ele podia ter escolhido outras! – Jun diz, furioso e triste ao mesmo tempo.

- Calma. Irritar-se agora não vai adiantar nada.

- Ela sumiu. Provavelmente já está morta. – Ayako diz.

- Ela não está morta!

- Não grite comigo, seu pirralho! Eu só estou dizendo a realidade! Eu não gosto disso também, ok?!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Ela não está morta! Eu vou acha-la nem que passe o resto da minha vida procurando.

Todos discutiam, menos Naru e Lin, que se limitavam a observar e pensar. Naru estava sentado no seu local habitual, com um chá horrível a sua frente. Masako havia feito, mas sinceramente, Naru não havia passado do primeiro gole. Ele queria o chá dela. De Mai. Não, ele queria ela. A garota. Queria-a em seus braços, viva. Ele ainda não aceitava a morte dela, mas a ideia parecia se afincar em seu coração com crueldade. Pela segunda vez em sua vida se sentiu fraco.

- Uma garota não pode sumir assim. – Hoshou diz, suspirando.

- O que fazemos? Talvez se fizermos logo o exorcismo e Hiroshi-san sumir, vamos encontrar ela.

- Ou perdê-la para sempre.

- Deveriamos avisar as amigas dela. Elas vão querer saber que a Mai...se foi.

- Ela não morreu! – Jun grita.

De repente, Naru se levanta e corre para fora da base.

- O que deu nele?

- Takigawa-san! – Lin chama.

- Hai. – Hoshou vai até ele e olha para a tela – Usou darou...

Naru corria. Corria o mais rápido que podia. Aquela presença era ela. Só podia ser ela.

- Mai. – ele para, olhando para a garota no meio da sala, na frente de um buraco no chão.

- Naru! – a garota sorri. Aquele sorriso de pura felicidade e que Naru pensou que nunca mais veria.

- Mai-chan! – Jun passa por Naru numa velocidade incrivel, pegando Mai nos braços e abraçando-a com força. Sinceramente, Naru estava com vontade de arrancar a garota dos braços dele e fazer um tipo de fusão na qual ela nunca mais sairia do seu lado. Mas conteve seus impulsos ao ver todo o grupo correndo em direção a garota.

- Ai! Ai, Jun! – Mai geme em dor e o garoto a solta, finalmente percebendo todos os ferimentos e algumas queimaduras pelo corpo dela.

- Mai-chan! Você está viva!

- É lógico que estou viva, bobinho. – Mai sorri.

- Mai, venha aqui! – Hoshou abraça a garota, mas com calma para não machucá-la. – Você não vai mais sair do meu lado, ouviu mocinha? Pensamos que tinhamos perdido você.

- Bou-san! Ayako! Lin-san! Minna… - Mai sorri, abraçando a todos, rindo e chorando ao mesmo tempo.

-Você nos assustou, garota.

- Fico feliz que esteja bem.

- Masako… - a garota abraça a medium, rindo – É bom ver vocês. – então olha para Naru.

- Não pense que vou procurar por você se desaparecer novamente. – ele diz, sério e a garota sorri, olhando então para Masako.

- Posso?

- Vai fazê-lo mesmo que eu diga não.

- Vou. – ela sorri, correndo até Naru e abraçando-o com força. – Estou muito feliz de te ver de novo.

- Ela está viva. – Naru pensa, permitindo-se sorrir por um segundo que passou despercebido por todos e logo voltou a sua expressão habitual.

Mai se afasta após tido tempo o suficiente para impregnar suas roupas com o cheiro do chefe e antes que ele fique bravo pela intimidade.

- Você… fez o jorei?

- Não.

- Faz quantas horas desde que sumi? – ela pergunta, olhando para o buraco e não percebendo o olhar no rosto de todos.

- Mai, faz três dias desde que você desapareceu. – Hoshou diz, sério.

- Três dias? Owo, pareceu horas ali dentro. Hmmm, deve ser por isso que estou com tanta fome. – ela sorri – E eu quero um banho.

Todos sorriem, acompanhando a garota até a cozinha. Naru olha para Lin que assente e acompanha-o até os outros.

- Agora que está comendo, me explique como entrou naquele buraco. – Naru diz, olhando seriamente para a garota.

-Não sei. Eu sou burra, lembra? Você é o gênio. Explique você.

- Ai, no meio da testa. – Hoshou ri.

- Gomen. – Mai sorri ao ver o olhar de Naru – É a fome.

- Então você não lembra de nada, Mai-san? – Jonh pergunta.

- Quando acordei estava lá.

- E como saiu?

- Gene.

- O que ele fez? – Lin pergunta.

- Não sei. Me disse para concentrar e que cuidaria do resto.

- Então não estava sozinha?

- Gene estava comigo o tempo todo. – então ela fica séria – Ou a maior parte.

- Quem é Gene?

- O irmão gêmeo do Naru. – Ayako responde.

- Outro? Existem dois dele? – o garoto solta um gemido estrangulado – Um só já era suficiente.

- Não se preocupe garoto, ele está morto.

- oh.

- Naru, vamos fazer o jorei. – Mai sorri.

- Mudou de ideia? – Naru a olha.

- Gene me convenceu.

Naru sente uma leve irritação. Mai estava falando demais sobre seu irmão. Ela o amava tanto que iria contra seus principios? E sobre o que eles falaram durante esses três dias? Era melhor ele parar de pensar nisso antes que tivesse uma dor da cabeça desnecessária.

- Lin. – Naru e o assistente se levantam.

- Onde está indo?

- Trabalhar. – Naru vai andando em direção a sala e para na porta – Mai?

- Hmm?

- Quando acabar de comer faça um pouco de chá.

- Senhor, sim, senhor! – Mai sorri.

- Oto-san! Okaa-san! – Hei tenta gritar, mas a voz não saia. Seus olhos lacrimejavam com a fumaça e sua pele ardia, como se estivesse em chamas.

Quem era aquele homem? Por que estava machucando seus pais? Onde eles estavam? Por que não estavam chamando seu nome para então ele poder sair do buraco?

“Vai ficar tudo bem”

Ele se encolhe e ali fica, em silêncio, esperando pelo chamado dos pais. De repente, ele escuta as coisas caindo e desespera-se, tentando sair dali, mas não podia. Estava preso.

- Okaa-san, estou aqui! – grita com todoas as forças, engulindo fumaça e começando a tossir – Oto-san!

O fogo ardia em seu corpo, queimando-o. Mas a dor não vinha.

- Okaa-san… Oto-san…

- Naru. – Lin chama e o garoto o olha, percebendo todos a sua volta.

- Você viu também, Naru? – Mai pergunta.

- Ele ainda está aqui. Quando reconstruiram a casa, fizeram-na por cima das cinzas. – Naru diz enquanto tira a madeira destruida de debaixo de si, olhando ao redor.

- Ali. – Yasuhara aponta para uma pequena caveira imunda, quase destruída, com alguns ossos ao seu redor.

- Jonh-san, Bou-san, Matsuzaki-san, podem ir se preparar. – Naru diz, sério.

- Para que?

- Vamos fazer o jorei aqui e agora.