O bilhete

Capítulo 8


James deu uma última olhada no espelho. Seu estômago estava embrulhado e ele não se sentia pronto. O que era estranho porque ele nunca se sentira assim. Nem mesmo em seu primeiro jogo de Quadribol, no qual Peter estava suficientemente nervoso por ele e por Sirius.

_Chega de olhar para o espelho, James.

_Sim, você está lindo, não se preocupe.

James revirou os olhos, ajeitando a gravata. Ele estava lindo mesmo, embora não fosse essa a palavra que usaria. Ele estava gostoso. Mas, qual era a novidade? Ele sempre tinha sido.

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_Eu sempre estou. É por isso que você quer um pedaço de mim.

Sirius bufou, jogando seu cabelo para o lado. Ele não estava vestido de acordo com a situação. Na verdade, nenhum deles estava. Remus estava com uma camiseta – de uma banda que James ouviu nas férias, Beatles – e uma gravata desarmônica amarela, Sirius estava de jeans – rasgado – e um argola na orelha; Peter usava um colete e James, além dos jeans escuro também usava jaqueta e uma gravata. Eles sabiam que seriam a sensação. De qualquer modo, eles seriam. Mesmo se estivessem vestidos a caráter. Pads disse que professora Minerva poderia ter um enfarto quando os visse assim.

_Sinto muito, meu caro, mas se fosse escolher, Moony seria meu pedaço de desejo.

Remus deu um sorriso de lado, tamborilando a mesa com os dedos.

_Eu acho que você perdeu, James.

_Eu escolheria você, James! – Peter falou do banheiro. O que fez Sirius rir abertamente.

James se encolheu. Às vezes, Peter vinha com esses comentários estranhos, estranhos porque eles pareciam ser bem sérios.

_Talvez Peter esteja te mandando os bilhetes – Sirius sussurrou.

_Cale a boca.

Eles chegaram ao salão e James fez uma careta diante dele e da lembrança de todo o seu tempo perdido nisso. Já havia muitas pessoas na pista, algumas estavam perto da mesa de bebidas – nada de álcool, pelo menos era o que os professores achavam – e outras estavam se agarrando em um canto. Ou tentando, já que havia professores que iam separar os casais.

Peter logo rumou para a mesa de aperitivos, mas James estava com seus olhos focados na pista de dança. Ele jurava ter visto um borrão vermelho.

_Vocês querem dançar?

Ele se virou para os amigos, esperando que eles concordassem. Não foi isso o que aconteceu, contudo. Remus tinha um olhar sagaz e Sirius sorria como uma criança no Natal. James abriu a boca para perguntar qual era o problema deles quando seu melhor amigo lhe estendeu um papel.

Foi ridículo o quanto seu coração acelerou. Ele nem sequer tentou esconder as mãos trêmulas – eram seus amigos, afinal – quando pegou o bilhete.

Você vai ao baile comigo? Encontre-me perto da fonte. L

James levantou seus olhos, seus amigos ainda mantendo a mesma expressão. Ele não conseguia acreditar que...

_Vá logo, James.

Tudo bem, ele podia ir logo. Ele faria isso. Ele faria exatamente isso. Segurando o bilhete com a sua vida, ele marchou para além da pista, em direção aos jardins. Ainda pôde ouvir Pads gritando com ele. Algo sobre ele ser o padrinho do casamento. E do bebê.

James respirou fundo, abrindo a porta dos fundos. Passar por toda aquela massa não tinha sido fácil, muitas pessoas o cumprimentaram, mas ele não ficou chateado por isso. Tempo faria sua mente voltar ao normal. Ele precisava raciocinar, maldição. Seus olhos deslizaram pela figura que ali estava presente.

Era Lúcius Malfoy.